Nos últimos anos, houve um aumento relevante da demanda por maior transparência sobre os aspectos sociais e ambientais no Agronegócio. Diferentes regulamentações têm surgido, exigindo adaptação das empresas.
Atenta a esse cenário, a KPMG lançou recentemente o Hub de Rastreabilidade para o Agronegócio, que dispõe de experts no tema, além de ferramentas tecnológicas para identificação e monitoramento da cadeia de fornecedores.
Confira a entrevista com Giovana Araújo e Felipe Salgado sobre o assunto!
Boa leitura!
Quiz ESG
Em um contexto marcado por desafios sociais e ambientais e sob o olhar atento de consumidores e investidores, as expectativas sobre as empresas crescem constantemente. Para sobreviverem no mercado, elas devem demonstrar, por exemplo, como respeitam os direitos humanos em todas as suas atividades, incluindo as cadeias de fornecedores.
O estudo “KPMG 2022 CEO Outlook” aponta que os CEOs estão mais preocupados com suas cadeias de suprimentos, tanto que a estratégia que está em evidência é o monitoramento mais profundo da cadeia, 26% (a fim de prever riscos).
A pesquisa indica ainda uma tendência que deve se fortalecer nos próximos anos: trata-se do avanço de leis que exigem que organizações assumam uma postura rigorosa em relação às práticas de terceiros e de todos os elos da cadeia produtiva.
Em vigor desde 1º de janeiro de 2023, a Lei de due diligence da cadeia de fornecedores alemã é um exemplo dessa mudança. Pioneira, a legislação impõe obrigações legais às empresas no intuito de prevenir violações de direitos humanos e ambientais. Organizações com sede no país que empregam ao menos três mil pessoas serão impactadas, além de empresas estrangeiras que comercializam produtos e serviços. As punições incluem: multa de até 2% do faturamento anual; impedimento de participar de licitações públicas por até três anos; e ações judiciais.
Nossa pergunta:
Sua empresa tem operações e cadeias de fornecedores que apresentam esse tipo de risco? Como ela monitora os direitos humanos na cadeia de valor?
Comente aqui.
ESG na prática
No Brasil
ONU divulga primeiro relatório sobre a Agenda 2030
Recentemente, o Pacto Global da ONU no Brasil apresentou o relatório “1 Ano de Ambição 2030”, material que detalha os avanços obtidos pelas empresas participantes em oito movimentos principais, são eles: Mente em Foco, Elas Lideram 2030, Salário Digno, Raça é Prioridade, Ambição Net Zero, +Água, Transparência 100% e Conexão Circular (criado em 2023). Com o relatório, é possível identificar o quanto os indicadores evoluíram e ajustar rotas para alcançar as metas e os compromissos.
Projeto de Lei contra poluição plástica
Para frear a poluição por plástico, mais de 60 empresas estão unidas em prol do avanço do Projeto de Lei n.º 2.524/22, que cria um marco regulatório para o estabelecimento de uma economia circular do plástico. O projeto propõe resolver o problema da poluição por plástico por onde ele começa: o atual modelo de produção. Além de novas formas de produzir, o documento determina abordagens inéditas para o uso e o descarte do material, em que os descartáveis não serão mais produzidos e todo plástico deverá ser reutilizável, reciclável ou compostável.
Energia solar em alta
A nova Lei do Minha Casa Minha Vida (n.º 14.620/23) foi sancionada com previsão de incentivo à energia solar. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a inclusão da energia solar em casas populares é um marco para a democratização do acesso à geração própria de energia e à tecnologia fotovoltaica, algo que contribui para o avanço da transição energética no País.
IPCC da Amazônia
Durante a Cúpula da Amazônia, foram realizados dois anúncios: a criação do IPCC da Amazônia e o investimento de R$ 3,4 bilhões em ciência e tecnologia para a região. O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, o IPCC da Amazônia, terá a participação de especialistas que ajudarão a consolidar informações científicas climáticas relativas à biodiversidade, para gerar relatórios que auxiliem na tomada de decisões políticas e na mitigação de impactos sobre o ecossistema. Já o investimento faz parte do programa “Mais Ciência na Amazônia”, focado em inovação, segurança alimentar e outras ações.
Aliança para financiamento sustentável
Foi anunciada a criação de uma aliança de bancos de desenvolvimento dos países da Bacia Amazônica para impulsionar o financiamento do desenvolvimento sustentável. Batizada de Coalizão Verde, a iniciativa busca promover o trabalho coordenado dos bancos para financiar projetos públicos e privados que sejam “alternativas econômicas sustentáveis, inclusivas e positivas para o clima”. A estimativa é que mais de US$ 900 milhões sejam investidos nos próximos dois anos.
No Mundo
Regulamentações globais impactam empresas brasileiras
EUDR
Em vigor desde 29 de junho de 2023, o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, na sigla em inglês) proíbe a importação de produtos provenientes de áreas com qualquer nível de desmatamento identificado após 31 de dezembro de 2020 – incluindo desmatamentos considerados legais conforme o Código Florestal Brasileiro. Nesse primeiro momento, os produtos abrangidos são soja, carne bovina, cacau, café, óleo de palma, borracha e madeira, bem como seus derivados (chocolate, couro, papel, carvão vegetal etc.).
LkSG
A Lei de due diligence da cadeia de fornecedores alemã (LkSG ou Lieferkettensorgfaltspflichtengesetz), em vigor desde 1º de janeiro de 2023, foi aprovada pelo Bundestag (parlamento alemão) em junho de 2021. Pioneira, a legislação impõe obrigações legais às empresas no intuito de prevenir violações aos direitos humanos e ambientais em suas cadeias globais de suprimentos.
Comissão da União Europeia (UE) adota regras finais de relatórios de sustentabilidade
A Comissão Europeia adotou oficialmente os Padrões Europeus de Relatórios de Sustentabilidade (ESRS), um conjunto de requisitos para as empresas relatarem impactos, oportunidades e riscos relativos à sustentabilidade sob a próxima Diretiva de Relatórios Corporativos Sustentáveis (CSRD) da UE. Trata-se de um passo importante para a implementação da lei. Com o início dos relatórios já em 2024, as novas regras expandirão significativamente o número de empresas obrigadas a fornecer divulgações de sustentabilidade.
Satélites para reduzir emissões de gás metano
Para conter as emissões de gás metano, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançou o Observatório Internacional de Emissões de Metano (Imeo), cujo foco é identificar grandes fontes de emissão de metano mundialmente, além de ajudar os governos a reduzirem as emissões, começando pelo setor de energia. Os dados coletados estão vinculados a um processo de notificação para empresas que operam campos de petróleo e gás e para governos.
EUA realiza o maior investimento em remoção de carbono
O Departamento de Energia dos Estados Unidos anunciou a seleção de dois projetos que receberão doações de até US$ 1,2 bilhão para desenvolverem instalações de captura direta de ar (DAC), capazes de capturar e armazenar milhões de toneladas de CO2 da atmosfera. Em nota, o DOE acrescentou que o apoio ao desenvolvimento dos projetos – Project Cypress DAC Hub e South Texas DAC Hub – ajudará, entre outros aspectos, no enfrentamento da crise climática. O anúncio marca o maior investimento de todos os tempos em remoção de carbono projetada.
Novas regras de compras sustentáveis nos Estados Unidos
Os Estados Unidos anunciaram uma nova regra de aquisição de produtos e serviços sustentáveis, expandindo as categorias de padrões de rótulo ecológico da Agência de Proteção Ambiental (EPA) para as compras federais em diversos setores. Segundo um comunicado da Casa Branca, tais compras, seguindo as novas diretrizes, ajudarão o governo a reduzir as emissões da cadeia de suprimentos; além disso, as agências serão orientadas a seguir as recomendações da EPA para compras federais, ajudando os compradores do governo a identificarem quem, do setor privado, atende os objetivos de aquisição sustentável.
KPMG - Impactando a agenda ESG
Para nossa rede
Rastreabilidade para o Agronegócio
A KPMG lançou recentemente um núcleo de serviços voltado especialmente para as novas demandas do agronegócio exportador. Ao longo dos últimos anos, consumidores, investidores e demais stakeholders têm exigido mais transparência sobre os aspectos éticos, sociais e ambientais dos produtos do agronegócio. A entrada em vigor de novas regulamentações locais e globais refletem essa tendência, o que demanda adaptações das empresas a esse novo cenário. Conte com a expertise e os serviços da KPMG nessa jornada!
Endereçando os desafios dos Direitos Humanos nos negócios
Nunca houve tanta consciência acerca da importância das questões ESG e, nesse cenário, o respeito aos Direitos Humanos emerge como um pilar fundamental das boas práticas nos negócios. As empresas enfrentam uma série de desafios, incluindo desde a exploração de mão de obra forçada – por exemplo, fornecedores e prestadores de serviços terceirizados – até ambientes de trabalho inseguros. A KPMG reconhece a complexidade desses problemas e oferece soluções abrangentes para garantir que as organizações respeitem os direitos de todos os stakeholders. Saiba mais!
Líder global em Consultoria de Mudanças Climáticas
A KPMG, globalmente, foi reconhecida no relatório “Green Quadrant: Climate Change Consulting 2023” (Quadrante Verde: Consultoria de Mudanças Climáticas 2023), emitido pela Verdantix. A KPMG recebeu as pontuações mais altas em divulgações de risco climático, oportunidades e adaptação. Além disso, a ferramenta proprietária ClimateIQ ganhou destaque por auxiliar as empresas a “compreender e projetar o impacto das mudanças climáticas em seus negócios”. Saiba mais!
Setor de infraestrutura deve focar em tecnologia e ESG
Para explorar o panorama que envolve o setor de infraestrutura e as suas principais perspectivas, a KPMG elaborou a publicação “Construction in 2030”. O estudo aponta que o setor focaliza a transformação e o encorajamento da inovação, promovendo as práticas ESG. A perspectiva é que a adoção de tais práticas impulsione investimentos. Saiba mais!
Turismo e lazer: ESG e foco no cliente estão em alta
Após quatro anos, o estudo “Perspectivas Globais do Setor de Lazer em 2023” ganha uma nova edição, que mostra como o setor de turismo e lazer está se reerguendo, redefinindo prioridades e abordando questões como tecnologia, foco no cliente e ESG. A análise aponta que a agenda ESG se tornou prioritária e recomenda que as empresas se harmonizem com os valores dos clientes e priorizem questões relativas ao tema para, desse modo, acompanharem a evolução do setor.
Governança, sustentabilidade e integração ESG nas empresas
Os pilares ESG têm se tornado uma preocupação cada vez maior para reguladores, especialistas, analistas de riscos e investidores. Hoje, a sustentabilidade interfere no modo como as empresas operam e se comunicam. O recente “KPMG ESG Yearbook Brasil” esclareceu uma série de desafios sobre o estado atual da integração ESG nas maiores empresas listadas na bolsa de valores brasileira nos últimos cinco anos. Confira!
Tendências
Olhos sobre a Amazônia
Para monitorar o desmatamento da floresta amazônica e estimular ações de preservação, a National Aeronautics and Space Administration (NASA) quer ampliar a parceria com o Brasil por meio de cooperação aeroespacial com o País. Segundo o administrador da NASA, Bill Nelson, a ideia é lançar três satélites para aumentar a habilidade de identificar e impedir o desmatamento. Em nota, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, declarou que o interesse do Brasil é que as autoridades norte-americanas observem as potencialidades da indústria brasileira na área espacial.
Primeira estação de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo será no Brasil
A Cidade Universitária da Universidade de São Paulo (USP) abrigará a primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol do mundo. A iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para o transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus. O hidrogênio produzido na estação abastecerá os ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que circularão exclusivamente dentro da USP. A planta-piloto ocupará uma área de 425m2 e terá capacidade de produzir 4,5kg de hidrogênio por hora, quantidade suficiente para abastecer até três ônibus e um veículo leve. A previsão é que a estação experimental comece a operar no segundo semestre de 2024.
O mercado de hidrogênio da Califórnia
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, anunciou planos para desenvolver uma nova “Estratégia de Desenvolvimento do Mercado de Hidrogênio”, destinada a construir o mercado de hidrogênio limpo do estado e estabelecer a Califórnia como um centro de hidrogênio dos EUA. Além de ajudar o país a atingir suas metas de descarbonização, a estratégia visa uma rede elétrica limpa, emissões líquidas zero de carbono e uma redução significativa na poluição do ar. Em nota, Newsom afirmou que “ampliar o mercado de hidrogênio na Califórnia não é apenas abordar a crise climática, mas criar empregos e limpar o ar nas comunidades.”
Reino Unido criará padrões de divulgação de sustentabilidade
De acordo com o Departamento de Negócios e Comércio (DBT), o governo do Reino Unido planeja criar Padrões de Divulgação de Sustentabilidade (SDS) para as empresas relatarem riscos relacionados à sustentabilidade e ao clima. Além de formarem uma base para qualquer futura legislação ou regulamentação de relatórios, os novos padrões serão baseados nos publicados recentemente pelo International Sustainability Standards Board (IFRS). A ideia é garantir que as divulgações de sustentabilidade das empresas do Reino Unido sejam globalmente comparáveis e úteis para os investidores.
Conhecimento em pauta
Treinamento ESG
Aprofunde seu entendimento sobre os assuntos e as tendências que aceleram a agenda ESG. Início em 30 de janeiro.
Saiba mais!
A partir de outubro, a KPMG terá novos cursos ESG de curta duração. Acompanhe!
Esperamos que a leitura tenha sido inspiradora.
Entre em contato com a nossa equipe pelo e-mail: esg-faleconosco@kpmg.com.br.
Nelmara Arbex
Sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil e na América do Sul
Sebastian Soares
Sócio-líder de Serviços de Asseguração da KPMG no Brasil e na América do Sul
Luis Wolf Trzcina
Sócio-líder de ESG & Tax da KPMG no Brasil
Eliete Martins
Sócia-líder de Governança Corporativa da KPMG no Brasil
Marcio Barreto
Sócio de ESG e Risk Advisory da KPMG no Brasil
Maria Eugenia Buosi
Sócia de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil
Felipe Salgado
Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil
Kin Honda
Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil
André Winter
Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil
Bruno Youssif
Sócio-diretor de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil
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