Nos últimos anos, houve um aumento relevante da demanda por maior transparência sobre aspectos sociais e ambientais no Agronegócio. Diferentes regulamentações locais e globais têm surgido, exigindo das empresas a adaptação de seus negócios.

Atenta a esse cenário, a KPMG lançou recentemente o Hub de Rastreabilidade para o Agronegócio, que dispõe de especialistas com ampla expertise no tema, além de ferramentas tecnológicas para identificação e monitoramento da cadeia de fornecedores.

Confira a entrevista com Giovana Araújo e Felipe Salgado e entenda mais sobre o tema. 

Novas regulamentações e demandas de financiadores do Agro colocam a rastreabilidade da cadeia de produção no centro da agenda do agroexportador. O que o setor precisa fazer para adaptar-se a esse contexto?

Uma primeira consideração a ser feita é a importância da consciência do protagonismo do agronegócio brasileiro no compliance com novas e crescentes regulamentações e demandas dos stakeholders na cadeia de valor agroalimentar, dada a posição estratégica do País como maior exportador líquido de alimentos do mundo. Em um país como o Brasil, que tem inúmeros biomas e uma agropecuária fragmentada, com produtores de diferentes tamanhos e modelos de negócios, estar em compliance é um desafio. As tecnologias, especialmente as digitais, assim como a inovação aberta, são instrumentos indispensáveis para abordar tal desafio.

Uma outra consideração é sobre a necessidade de uma nova arquitetura de governança dos stakeholders da cadeia de valor em direção a uma atuação cada vez mais colaborativa em torno da agenda socioambiental e climática, dadas a complexidade, a interdependência e a correlação de riscos ao longo da cadeia de valor agroalimentar. Dessa forma, uma crescente articulação entre academia, governo, agropecuária, agroindústria, segmentos de insumos e de distribuição será vital para o setor avançar nessas agendas estratégicas. Temas como compliance socioambiental, direitos humanos, governança dos dados, balanço de emissões e descabonização precisam ser endereçados no nível da empresa e coletivamente. 

Por que a KPMG lançou um Hub de rastreabilidade específico para o Agro?

O Hub de rastreabilidade nasce justamente desse entendimento da importância da tecnologia e de uma rede de especialistas com ampla expertise no assunto para apoiar o Agronegócio no desafio de compliance com as novas regulamentações e demandas de stakeholders do setor. As tecnologias aportadas no hub, entre as quais o KPMG Origins, permitem a identificação e o monitoramento de toda a cadeia de fornecedores, além de trazerem, de forma inovadora, a opção de cálculo da pegada de carbono em todas as etapas do processo produtivo, respaldando decisões informadas, identificação de melhorias e oportunidades, como o financiamento da descarbonização da cadeia.

Como a demanda por transparência na cadeia de produção se conecta com o tema das emissões de gases do efeito estufa?

Conhecer todos os players envolvidos na cadeia de produção permite compreender exatamente o caminho que o produto percorre ao longo de sua vida. Com esse mapeamento, é possível identificar todas as fontes de emissões de gases de efeito estufa decorrentes de todos os processos envolvidos (produção, transpoorte, processamento, embalagens, etc.) e com isso quantificar a pegada de carbono do produto (ou intensidade carbônica).

O tema da rastreabilidade, dos inventários de emissões por toda a cadeia e transparência sobre isso é uma tendência. Como as empresas brasileiras do Agro devem se preparar para se adaptar a ela?

Entendemos que não estamos falando de uma tendência, mas de uma realidade que, em muitos casos, está associada com o atendimento de regulamentações internacionais já aprovadas. As empresas que ainda não iniciaram a adaptação precisam, em um primeiro momento, entender o impacto dessas regulamentações em suas operações. Paralelamente a isso, fazer o mapeamento completo da cadeia de valor será fundamental para qualquer tipo de tomada de decisão. Pode parecer algo trivial, mas o conhecimento sobre os fornecedores indiretos, para muitas cadeias produtivas, ainda é algo distante da realidade brasileira. 

 

Giovana Araújo

Com bacharelado em Economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Giovana Araújo tem mais de 25 anos de expertise no Agronegócio. Ao longo de todos esses anos de atuação, a executiva alcançou protagonismo no setor e, inclusive, integrou o ranking dos melhores analistas de Agribusiness do Institutional Investor entre 2010 e 2015. 

Felipe Salgado

Com formação em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Felipe Salgado tem mais de 12 anos de experiência em sustentabilidade corporativa. Atualmente, o executivo está à frente de diversos projetos relevantes ligados à descarbonização na KPMG, apoiando clientes em toda a jornada. 

 

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