Os aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) têm se tornado uma preocupação cada vez mais relevante para reguladores, especialistas, analistas de riscos e investidores. Hoje, a sustentabilidade interfere no modo como as empresas operam e se comunicam.

O recente KPMG ESG Yearbook Brasil trouxe à luz uma série de insights interessantes sobre o estado atual da integração ESG nas maiores empresas listadas na bolsa de valores brasileira nos últimos cinco anos.

O estudo, conduzido pela KPMG em colaboração com a Resultante ESG, oferece uma análise ampla das práticas de gestão ESG das empresas, fornecendo dados valiosos para investidores e demais stakeholders.

Uma tendência notável é o aumento no escrutínio por parte do mercado financeiro e dos consumidores em relação às práticas ESG das empresas. Justamente por isso, o modo como as organizações divulgam esses aspectos também ganha relevância.

Esse aumento no rigor das análises reflete uma crescente conscientização sobre a importância de considerar fatores não apenas financeiros, dando o devido destaque às questões ambientais, sociais e de governança na avaliação de empresas.

Setores-chave da economia, como bancos e serviços financeiros, construção, shoppings e propriedades, consumo e alimentos, entre outros, foram avaliados quanto ao desempenho em ESG.

A análise revelou desafios e oportunidades em cada setor, destacando a necessidade de uma abordagem estratégica e holística para integrar efetivamente os princípios ESG aos negócios. As empresas que priorizarem a sustentabilidade terão vantagem competitiva.

Pilares do desempenho ESG

O estudo adotou uma metodologia abrangente para avaliar o desempenho ESG, dividindo-o em três dimensões essenciais: ambiental, social e de governança. Dentro dessas dimensões, foram considerados diversos fatores, tais como:

  • Uso de recursos naturais.
  • Gestão de resíduos.
  • Relacionamento com colaboradores e comunidades locais.
  • Transparência nas informações.
  • Estrutura de governança corporativa e outros aspectos.

A análise revelou diferentes graus de maturidade e participação das empresas ao longo dos anos. Empresas mais antigas no mercado tendem a demonstrar um nível mais avançado de integração ESG devido à sua maior experiência e exposição.

Em contraste, empresas mais novas frequentemente focam na estruturação de suas agendas de relações com investidores e fortalecimento do conselho de administração para atender às demandas regulatórias e de mercado.

O estudo também projetou tendências em ESG. A biodiversidade, as cadeias de suprimentos sustentáveis, a remuneração variável de executivos e os aspectos tributários foram identificados como tópicos de destaque para os próximos anos.

Em resumo: conforme o cenário corporativo evolui, a integração ESG nas empresas se torna mais relevante. Para investidores, reguladores e outros stakeholders, o compromisso com a sustentabilidade, a responsabilidade social e a boa governança vale tanto quanto o lucro.

Desempenho ESG das empresas brasileiras: um aprimoramento contínuo

Por Maria Eugenia Buosi, sócia de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil, Bruno Youssif, sócio-diretor de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil.


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