WEF | World Economic Forum
Davos, 20 a 24 de janeiro de 2025
A reunião anual do Fórum Económico Mundial (WEF) realiza-se em Davos, na Suíça, de 20 a 24 de janeiro de 2025.
Este ano o tema será "Collaboration for the Intelligent Age", com um programa orientado em torno de cinco prioridades temáticas distintas, mas altamente interligadas:
- Reconstruir a Confiança – Como é que as partes interessadas podem encontrar novas formas de colaborar em soluções, tanto a nível internacional como no seio das sociedades?
- Reavaliar o Crescimento – Como identificar as novas fontes de crescimento nesta nova economia global?
- Investir nas Pessoas – Como podem os setores público e privado investir no desenvolvimento do capital humano? E em bons empregos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade moderna e resiliente?
- Proteger o Planeta – Como é que se pode catalisar a ação nos domínios da energia, do clima e da natureza através de parcerias inovadoras, de um maior financiamento e da implantação de tecnologias de ponta?
- Indústrias na Era da Inteligências Artificial - Como podem os líderes empresariais encontrar um equilíbrio entre os objetivos a curto e a longo prazo na transformação das suas indústrias?
No decorrer do evento, líderes globais participarão em discussões em que serão levantadas questões-chave.
Os profissionais da KPMG, alavancados pela sua vasta experiência, irão defender a cooperação público-privada e trabalhar com outros players para criar soluções que possam ajudar a construir um futuro mais sustentável. Haverá debates de alto nível sobre os princípios fundamentais que impulsionam a confiança, incluindo a transparência, a coerência e a responsabilidade.
Esta página de Davos da KPMG em Portugal fornecerá diariamente insights e perspetivas sobre algumas das questões mais importantes da indústria e entre indústrias que afetam os negócios, as pessoas e o planeta.
Saiba tudo o que aconteceu no World Economic Forum 2025
WEF | A Reunião Anual terminou e o que foi notícia no dia um pode parecer história hoje.
Fique a par das cinco principais conclusões do World Economic Forum 2025
A cadência deste Davos foi única.
A Reunião Anual teve uma dinâmica que fez com que os cinco dias passassem como se fosse uma verdadeira jornada. O que é destaque no primeiro dia pode já parecer obsoleto no quinto.
A chegada de um cessar-fogo inicial no Médio Oriente, juntamente com a coincidência do primeiro dia de posse nos EUA, fez com que os calendários políticos e geopolíticos se alinhassem. As discussões foram ao mesmo tempo provocadoras e construtivas, apesar das grandes divergências.
O otimismo em relação à economia dos EUA foi visível e, embora o mesmo não se tenha aplicado à Europa, ainda houveram algumas diferenças de perspetiva. Vários líderes destacaram a necessidade de reforçar a confiança nos aspetos positivos da Europa, especialmente na força dos seus valores.
Já em IA, as discussões foram bem mais aprofundadas relativamente ao ano anterior. Foram apresentados exemplos concretos de progressos significativos em setores como a indústria, descarbonização, ação climática, saúde e outros.
Apesar do sentimento divergente em torno da equidade, muitos participantes enfatizaram o seu compromisso contínuo com a igualdade de género.
Aqui estão alguns highlights da Reunião Anual, que dão uma perspetiva do ano que se segue:
Geopolítica | A necessidade de um otimismo construtivo
Mais de 50 chefes de Estado e Governo marcaram presença no WEF, com destaque para o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, que pediu apoio europeu para reforçar a defesa da Ucrânia, e o Presidente israelita Isaac Herzog, otimista quanto ao cessar-fogo em Gaza.
Outro tema importante foi o retorno de Donald Trump à Casa Branca. Durante o evento, Trump delineou a sua agenda para o segundo mandato, destacando a criação de empregos e o crescimento económico nos EUA.
Países como a Índia, a África, a América Latina, a China e a ASEAN (Association of Southeast Asian Nations) tiveram uma forte representação, com destaque para iniciativas climáticas e a importância do crescimento global.
A diversidade e a cooperação foram temas fortemente abordados por líderes de diferentes regiões.
Alterações Climáticas, natureza & energia | Será possível voltar ao bom caminho?
2024 foi o ano mais quente já registrado no planeta!
Os efeitos das alterações climáticas tornam-se cada vez mais evidentes, os incêndios florestais em Los Angeles foram os maiores da última década, sendo apenas um exemplo das consequências visíveis.
O número de eventos climáticos extremos aumentou cinco vezes nos últimos 50 anos, e os prejuízos causados por catástrofes climáticas superaram 3,6 mil milhões de dólares desde 2000.
Johan Rockström, diretor do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK), destacou que todos os eventos climáticos extremos têm uma "assinatura humana".
Os gases de efeito estufa libertados por dia, equivalem ao calor gerado por 750.000 bombas atómicas diárias.
No âmbito da transição energética, Donald Trump sugeriu que os EUA precisariam de mais energia para impulsionar a IA, defendendo o uso de "bom carvão limpo". Já Fatih Birol, da Agência Internacional de Energia, sublinhou a necessidade de equilibrar a segurança energética e a transição energética, defendendo que ambos os objetivos podem ser atingidos com políticas bem desenhadas.
Crescimento económico e Finanças | A confiança é fundamental
Este ano, palavras como "tarifas" e o futuro do dólar americano foram temas centrais. Os economistas discutiram o status do dólar, como a principal moeda mundial, com Kenneth Rogoff, de Harvard, a criticar a postura fiscal dos EUA e a afirmar que ambos os partidos acreditam que a dívida é "um almoço grátis". A crescente dívida pública, que já atinge cerca de 100 mil milhões de dólares, foi uma preocupação, levando Gita Gopinath, vice-chefe do FMI, a alertar que a situação é mais grave do que parece, especialmente com o aumento das taxas de juros, tornando o pagamento da dívida mais oneroso.
Brian Armstrong, CEO da plataforma Coinbase, destacou o interesse crescente por criptomoedas, mencionando que os EUA estão a começar a posicionar-se como líderes nesse setor, tendo como base propostas para criar um ambiente regulatório claro e virado para a inovação.
A semana finalizou com um painel sobre as Perspetivas Económicas Globais, que pediu uma maior confiança para impulsionar o crescimento, alertando, ainda assim, para os riscos da "negligência" em relação à dívida e à inflação.
Emprego, saúde e inclusão | Avançar – não recuar
O "poder feminino" foi um tema central. Foram várias as discussões focadas em reduzir as lacunas de género, tanto na saúde, como na política e economia. A saúde e a ação jovem também foram amplamente debatidas, com Jovens Líderes Globais que compartilharam ideias transformadoras para 2025.
Ainda sobre os jovens, Jonathan Haidt, professor da Universidade de Nova Iorque, apresentou uma nova abordagem sobre o uso de tecnologias digitais nos mesmos. Os líderes culturais discutiram a interação com a IA, destacando a importância de preservar a humanidade na era digital.
Por fim, a transformação dos empregos e mercados de trabalho também foi um destaque, com o relatório "Future of Jobs" a apontar que 39% das competências atuais serão desatualizadas nos próximos cinco anos.
IA, tecnologia e indústria | Uma corrida contra o tempo
Um dos principais temas da Reunião Anual foi o impacto da inteligência artificial (IA) nas indústrias, com destaque em temas como veículos elétricos, cibersegurança e fábricas inteligentes. Ursula von der Leyen afirmou que a corrida tecnológica já começou, abrangendo áreas como IA, tecnologia limpa, quântica e exploração espacial.
No debate sobre veículos elétricos (EV), os participantes discutiram estratégias para atender à crescente procura, com mais de 30 milhões de novos veículos elétricos previstos para 2027. Apesar do abrandamento das vendas nos EUA e na Europa, a produção global de veículos elétricos está a ser impulsionada por cadeias de abastecimento mais sustentáveis e a colaboração internacional.
Sobre como será o futuro da IA, Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta, previu a evolução de um “novo paradigma de arquiteturas de IA” nos próximos cinco anos, afirmando que os atuais estarão obsoletos em cinco anos, pelo menos como componentes centrais de IA.
Assista ao evento do Congresso transmitido em direto “AI: Lifting All Boats” com Bill Thomas e os membros do painel, incluindo Brad Smith, Vice-Presidente e Presidente da Microsoft.
Em direto, no LinkedIn.
WEF | Líderes apresentam uma análise para identificar as possíveis ameaças, oportunidades e tendências que estão a moldar a Intelligence Era
Sete experts, sete opiniões, setores diferentes, durantes Davos 2025
O World Economic Forum reúne quase 3000 líderes de mais de 130 países, demonstrando a necessidade crítica de diálogo numa era cada vez mais incerta.
A Intelligence Era transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e inovamos, exigindo que ajustemos constantemente as nossas competências técnicas, maneiras de pensar, colaborar e resolver os problemas.
Nesta 55ª reunião anual do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, sete experts de diferentes áreas foram questionados sobre os desafios e oportunidades que conseguem perspetivar com base na Inteligência Estratégica do Fórum.
*estas opiniões são baseadas no World Economic Forum Annual Meeting 2025 | World Economic Forum
GenAI na Área da Saúde
Peter Lee, President | Microsoft Research
Apesar de ser considerado um setor lento, segundo Peter Lee, os cuidados de saúde estão a ser rapidamente transformados pela GenAI. Esta tecnologia está a ser adotada para enfrentar desafios críticos, como a redução dos encargos administrativos e a melhoria do tempo dedicado ao atendimento dos doentes.
Várias ferramentas de IA irão ajudar na deteção de erros, aumento da eficiência e redução da sobrecarga cognitiva, beneficiando médicos e doentes.
As novas utilizações da IA também acelerarão descobertas médicas e melhorarão resultados.
Esses avanços trarão grandes benefícios à sociedade, incluindo melhor acesso, menores custos e comunidades mais saudáveis, servindo como um modelo para o progresso da IA em outros setores.
GenAI na Economia Espacial
Dava Newmam, Director | MIT Media Labs
Segundo Dava Newmam, a economia espacial global deverá ultrapassar os 1,8 mil milhões de dólares até 2035, impulsionada por tecnologias avançadas e novas fontes de capital.
O setor está a passar de um domínio governamental e militar para um ecossistema mais dinâmico e comercial, com ciclos de desenvolvimento mais rápidos e custos de lançamento mais baixos. Com a extinção da Estação Espacial Internacional (ISS) prevista para 2030, estão a ser desenvolvidas estações espaciais comerciais, como a Axiom Space, Orbital Reef e Starlab, além da Vast Space, que planeia uma estação com gravidade artificial.
GenAI e a Extinção de Espécies
Ben Lamm, Co-Founder e CEO | Colossal
Para Ben Lamm é fundamental a criação de uma "de-extinction toolkit", ou seja, criar um conjunto de ferramentas que permitam recuperar ciências perdidas e criar resiliência para espécies ameaçadas.
Este "de-extinction toolkit" é composto por um conjunto de soluções de hardware, software e biotecnologia que podem reintroduzir características perdidas, usar técnicas de clonagem e dados genéticos para preservar espécies.
Assim como nos primeiros sistemas de computação, a normalização destas ferramentas irá permitir aos cientistas agir mais rapidamente e de forma colaborativa para enfrentar a crise de extinção.
GenAI e a Fidelidade dos Dados
Jake Loosararian, Co-Founder e CEO | Gecko Robotics
Recentemente, a Nvidia, uma empresa de tecnologia focada em GPUs e soluções de computação visual, que atua nas áreas de AI, computação em cloud e veículos autónomos, apresentou o Cosmos, um modelo aberto para treinar sistemas de AI incorporados usando dados visuais coletados pela empresa.
Para Jake Loosararian, à medida que a incorporação da AI se torna comum, as empresas que investirem em conjuntos de dados de alta qualidade terão uma vantagem competitiva. Criar e possuir plataformas que permitam avaliar e combinar conjuntos de dados serão cruciais para o sucesso em diversos setores.
GenAI e "Digital Brains"
Henry Markram, Professor | Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne
Os "Digital Brains" são sistemas ou tecnologias, baseados em AI, que simulam ou replicam as funções do cérebro humano em formato digital. São mais do que apenas uma nova tecnologia, representam uma mudança fundamental na compreensão e reprodução da inteligência.
Ao entender o cérebro como um sistema adaptativo complexo, podemos reproduzi-lo para resolver desafios interligados em diversos campos. O verdadeiro potencial dos "Digital Brains" está não apenas nas suas aplicações isoladas, mas na capacidade de transformar sistemas inteiros de atividade humana.
GenAI e Tecnologia Quântica
Sabrina Maniscalco, CEO e Co-Founder | Algorithmiq
Para Sabrina Maniscalco, quem adiar a adoção da tecnologia quântica arrisca-se a perder oportunidades de moldar um domínio transformador.
Os primeiras empresas e governos a adotarem a tecnologia quântica estarão posicionados para liderar o mercado e capturar um valor económico significativo.
A rapidez para adquirir soluções inovadoras ajudará a promover um ecossistema próspero. Com a computação quântica a entrar na sua fase comercial, a procura por recursos limitados, como talento, hardware, software e expertise está a intensificar-se.
O setor público é outra área que beneficiará bastante com as soluções quânticas, uma vez que os governos podem reduzir inúmeros riscos ao adotarem esta tecnologia.
GenAI e Segurança Cognitiva
Philip Reiner, CEO e Founder | Institute for Security and Technology
À medida que a GenAI evolui até 2030, as suas interações semelhantes às humanas e as suas capacidades de inteligência emocional poderão remodelar fundamentalmente os padrões cognitivos e as estruturas sociais de formas que só agora começamos a compreender.
No entanto, a sua sofisticação em imitar a conexão humana pode levar a uma dependência cognitiva, afetando o pensamento crítico, os laços sociais autênticos e a tomada de decisões.
A integração desses sistemas pode alterar profundamente as capacidades de raciocínio de uma geração.
Philip Reiner alerta que, para enfrentar estes desafios, é crucial desenvolver sistemas de AI "cognitivamente responsáveis" que melhorem, e não diminuam, as habilidades humanas.
O World Economic Forum ainda vai estar a decorrer até dia 24 de janeiro – a KPMG irá deixar-lhe todas as atualizações.
A Inteligência Artificial (IA) está preparada para alimentar a Quarta Revolução Industrial, impulsionar o crescimento económico e estimular a inovação em todas as indústrias e sociedades. Este relatório, apresentado na Reunião Anual do Fórum Económico Mundial 2025, explica como os governos, as empresas, o meio académico e a sociedade civil podem colaborar com o objetivo de garantir que o crescimento impulsionado pela IA seja inclusivo.
Explore as áreas de destaque em Davos
A expertise da KPMG em áreas transformadoras como a Inteligência Artificial e o ESG faz com que sejamos o parceiro ideal para si, para o seu negócio e empresa nos desafios que estas enfrentam.