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Capa do relatório

A transição energética segue em ritmo acelerado, mas desordenado. Essa é a principal conclusão da publicação 2025 Statistical Review of World Energy, produzida pela KPMG, Energy Institute e Kearney.

O estudo mostra que a demanda global por energia continua a crescer, impulsionada por fatores como reindustrialização, segurança energética e interesses geopolíticos. Já o ritmo de adoção de fontes limpas ainda está longe das metas climáticas definidas em fóruns como a COP28.

No Brasil, o recorte do relatório revela avanços importantes no uso de energias renováveis. Ainda assim, o País compartilha de algumas das vulnerabilidades que marcam o cenário global.

O crescimento das importações de gás natural, a estagnação na capacidade de refino e a ausência de uma política industrial energética robusta são sinais de que a transição energética brasileira também enfrenta obstáculos relevantes.

Como está a transição energética no mundo?

Os dados apontam que a transição energética está longe de ser linear. Governos e empresas enfrentam pressões por segurança energética, estabilidade econômica e metas ambientais — muitas vezes em direções opostas.

Cenário global:

  • A demanda por energia cresceu 2% em 2024.
  • Todas as fontes cresceram: fósseis e renováveis.
  • Eletricidade cresce 2x mais rápido que a energia total.
  • China lidera a transição, enquanto Europa desacelera. 

Desafio:

O mundo quer descarbonizar, mas ainda depende de petróleo, gás e carvão para manter a economia funcionando.

O Brasil está acompanhando?

Sim e não. O Brasil avança nas energias renováveis, mas ainda enfrenta obstáculos, inclusive de infraestrutura, que limitam seu protagonismo.

Em 2024, o Brasil registrou:

  • 10,7 EJ de consumo de energia (+1,3%).
  • 651,3 TWh de eletricidade renovável (+3,3%).
  • Redução de 1,7% nas emissões de CO₂.
  • Queda de 0,5% na produção de petróleo.
  • Importações de GNL subiram 71,4%.

Apesar desses avanços, o país enfrenta riscos estratégicos. A produção de petróleo caiu 0,5% e a de gás natural recuou 2,5%, enquanto as importações de gás liquefeito (GNL) subiram 71,4%.

A capacidade de refino segue estagnada, o que reforça a dependência de importações e pode comprometer a segurança energética a médio prazo.

A transição energética no Brasil também esbarra em limitações estruturais, como baixa digitalização da rede elétrica, gargalos logísticos e falta de incentivos à inovação.

Mesmo com estatais atuando como “campeões nacionais”, o País carece de uma política industrial integrada que conecte sustentabilidade, competitividade e desenvolvimento tecnológico.

Ponto de atenção: o País tem energia limpa, mas ainda depende de importações e não expande sua capacidade de refino.

Por que a transição global é "desordenada"?

Porque cada país está seguindo sua própria estratégia. O estudo revela um cenário de:

  • Fragmentação regulatória.
  • Tensões geopolíticas.
  • Prioridades nacionais conflitantes.

Dado global: a eficiência energética parou de melhorar. A meta de “dobrar a eficiência até 2030” parece distante.

O Brasil pode se tornar líder em energia limpa?

Sim, se conseguir superar seus desafios. O país tem vantagens claras:

  • Matriz elétrica majoritariamente renovável.
  • Recursos naturais abundantes.
  • Posição geopolítica neutra.
  • Relevância crescente no comércio de energia limpa.

No entanto, o Brasil precisa enfrentar desafios relevantes, tais como:

  • Infraestrutura defasada.
  • Baixa digitalização da rede.
  • Falta de política industrial energética.
  • Dependência de importações estratégicas.

O que as empresas devem fazer?

As organizações precisam ajustar suas estratégias com base em dados, e não apenas em tendências.

Recomendações da KPMG:

  • Planeje com base em cenários reais e regionais.
  • Avalie riscos regulatórios e geopolíticos.
  • Invista em eficiência, inovação e resiliência.
  • Busque posicionamento em cadeias verdes globais.

O futuro energético será competitivo. O Brasil está pronto?

A transição energética é uma oportunidade rara de alinhar crescimento econômico com sustentabilidade. O Brasil pode ser protagonista , mas precisará agir com visão, planejamento e agilidade.


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