Inclusão, diversidade, questões ambientais, sociais e de governança (ESG) e o avanço da inteligência artificial (IA) estão entre os temas abordados na pesquisa Mulheres em Movimento: transformando o presente e construindo o futuro, produzida pela KPMG.
O levantamento foi realizado em março, durante a edição de 2024 do encontro anual do KNOW (KPMG Network of Women). O evento contou com a participação de aproximadamente 75 mulheres, das quais 70% ocupam cargos C-Level.
Confira a seguir os principais insights por painel:
ESG e tendências emergentes: rumo a uma economia sustentável e responsável
- A maioria (63%) considera que os riscos, as oportunidades e os impactos associados à adoção de práticas ESG estão parcialmente inseridos na cultura das empresas em que atuam.
- Em relação às principais iniciativas voltadas a incorporar os aspectos ESG nas operações, 59% apontaram a inclusão de um pilar/agenda de sustentabilidade na estratégia; e 43% destacaram a análise de riscos e impactos ESG nas decisões de orçamento e investimento, mesmo percentual que assinalou a publicação de relatórios de sustentabilidade.
Equidade de gênero e a lei da igualdade salarial
- A discussão sobre a nova legislação mostrou que os desafios para promover a remuneração justa incluem a pressão por redução de custos (apontada por 48%) e a falta de transparência na política de remuneração (destacada por 34%).
- A equidade de gênero não está satisfatoriamente contemplada na disposição hierárquica das empresas: 45% das participantes informaram que o percentual de mulheres ocupando cargos de alta liderança (a partir de diretoria) nas empresas em que atuam é de 0% a 20%.
Ambientes mais diversos e inclusivos
- Em relação aos principais fatores que propiciam sucesso na carreira para as lideranças femininas, 57% apontaram o conhecimento técnico e as habilidades gerenciais. Empatadas em segundo lugar, com 43% das respostas cada, apareceram a capacidade de comunicação e a resiliência.
- De acordo com 83% das participantes da pesquisa interativa, as empresa em que atuam não têm metas de diversidade atreladas à performance e à remuneração da diretoria.
- Quanto aos principais fatores de risco para os negócios, 34% das respondentes indicaram as preocupações regulatórias, 26% apontaram a cadeia de suprimentos e 24% assinalaram as incertezas políticas.
Inteligência artificial
- Ao apontarem os principais desafios enfrentados pelas empresas em que atuam para a implementação da IA, 43% das participantes apontaram a qualidade dos dados – algo que é essencial ao bom funcionamento dessa tecnologia. O segundo desafio mais mencionado foi o custo (31% das respostas).
- O tom é de otimismo em relação aos potenciais benefícios da IA: 47% acreditam que a tecnologia poderá trazer melhora na eficiência operacional e 23% esperam que a IA ajude a reduzir erros.
Imagem e comunicação assertiva
- Sobre os tópicos que as mulheres de negócios consideram mais importantes para a construção de uma imagem pessoal autêntica e relevante, 74% apontaram a relevância de se posicionar com clareza e confiança. Em segundo lugar (51%), as respondentes indicaram o forte senso de propósito e valores.
- A questão “Com que frequência você investe tempo e/ou dinheiro na construção de sua imagem em capacitação/aprendizado, mídias sociais, networking etc.?” obteve mais de 60% de respostas positivas, de mulheres que investem nelas mesmas todos os dias (23%), uma vez por semana (29%) ou, pelo menos, uma vez por mês (13%).
Família, carreira e fases da vida
- As participantes destacaram a sobrecarga de responsabilidades relacionadas à gestão da casa e dos cuidados com a família como um dos principais desafios para conciliar vida pessoal e profissional: 56% afirmaram ter a maior parcela de responsabilidade sobre a gestão da casa e os cuidados com filhos, idosos, enfermos etc.
- Em relação ao que consideram mais eficaz para apoiá-las no desafio de conciliar carreira e família, 53% apontaram a política de flexibilidade no trabalho.
De modo geral, as respostas fornecidas pelas participantes do evento do KNOW são bem consistentes com as informações presentes na GFLO 2023 e nos seus respectivos recortes regionais (Brasil e América do Sul).
Os dados obtidos evidenciam uma disposição positiva das executivas no que se refere à implementação de novas tecnologias – com destaque para a IA – e de estratégias de negócios vinculadas aos pilares ESG.
As respostas das participantes também não deixam dúvidas quanto à urgência de avançar na promoção da equidade de gênero e na construção de ambientes que favoreçam uma maior inclusão.