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Cada vez mais, os investidores valorizam a qualidade das informações sobre aquisições – também chamadas de combinações de negócios pelo IFRS® Accounting Standards (Normas Contábeis Internacionais do IFRS).

Essas informações devem abranger tópicos como o sucesso da transação e considerações sobre o o preço (por exemplo, se o valor pago foi razoável).

Tiago Bernert

Head de Práticas Profissionais da KPMG na América do Sul

Em resposta às expectativas dos investidores, o International Accounting Standards Board (IASB) está propondo melhorias significativas nas divulgações relacionadas a essas transações.

O IASB também propõe manter um modelo somente de impairment para a mensuração subsequente do ágio, com algumas simplificações e esclarecimentos em relação ao teste de impairment. Para receber comentários sobre essas propostas, o IASB disponibilizou a minuta Business Combinations – Disclosures, Goodwill and Impairment.

As propostas representam um passo relevante na melhoria da transparência e podem contribuir para tornar mais úteis as informações sobre a performance subsequente de uma combinação de negócio. Adicionalmente, as mudanças propostas para simplificar o teste de impairment são muito bem-vindas.

Tiago Bernert
Head de Práticas Profissionais
da KPMG na América do Sul

Quais são as propostas de divulgação para combinações de negócios?

As divulgações propostas estão resumidas abaixo, com requerimentos mais extensos para combinações de negócios consideradas “estratégicas”. 

Sinergias esperadas: informação será requerida para todas as combinações de negócios.

No ano da aquisição, a entidade seria requerida a divulgar informações quantitativas e qualitativas sobre sinergias esperadas. Isso inclui uma abertura dos valores estimados de sinergias esperadas por categoria – por exemplo, sinergia de receita ou sinergia de custos –, assim como informações sobre a data estimada para início dos benefícios e a expectativa de sua duração.

Objetivos-chave e performance subsequente: informação será requerida somente para as combinações de negócios ”estratégicas”.

Uma combinação de negócios estratégica é aquela em que, se os objetivos-chave esperados não forem atingidos, colocará em sério risco a capacidade da adquirente de atingir sua estratégia geral de negócio.

Para identificar tais combinações de negócios, o IASB propõe a utilização de testes quantitativos – por exemplo, se a adquirida representa mais do que 10% do lucro operacional, da receita ou do total de ativos da adquirente –, além de testes qualitativos.

Para cada combinação de negócios estratégica, as entidades seriam requeridas a divulgar certas informações que são monitoradas pela alta administração.

• No ano da aquisição: objetivos-chave esperados na data da aquisição e respectivas metas da combinação de negócios.

• No ano da aquisição e a cada ano subsequente: o progresso rumo aos objetivos-chave e às metas, incluindo a performance até a data e uma afirmação de que os objetivos e as metas estão sendo alcançados.

As divulgações em períodos subsequentes geralmente seriam requeridas enquanto a alta administração continuasse a revisar o progresso em relação ao atingimento desses objetivos-chave e das metas da combinação de negócios.

Isenções em relação à divulgação de informações

O IASB está propondo que, em circunstâncias limitadas, haja isenção de alguns dos novos requerimentos de divulgação. Essa isenção se aplicaria se a divulgação pudesse afetar seriamente a capacidade da entidade de atingir os objetivos-chave da combinação de negócios. 

Todos os novos requerimentos seriam aplicados prospectivamente, ou seja, somente para combinações de negócios que ocorressem após a sua data efetiva.

Quais são as propostas de mudança para o teste de impairment?

O IASB propõe manter a abordagem de impairment para o ágio em vez de reintroduzir uma abordagem de amortização. O board também propõe as seguintes mudanças-chave para os requerimentos do teste do valor em uso no IAS 36 Impairment of Assets, para simplificar e esclarecer o teste de impairment:

  • Manter os requerimentos de estimar fluxos de caixa futuros do ativo ou da unidade geradora de caixa (UGC) na sua situação atual, mas remover as limitações e refletir os fluxos de caixa futuros estimados decorrentes de: 
    • Restruturações futuras; e
    • Melhorias de performance.
  • Remover o requerimento de uso de fluxos e taxas de desconto antes dos impostos. Em vez disso, a entidade seria requerida a divulgar se a taxa de desconto foi utilizada e se isso foi feito antes ou depois dos impostos.
  • Esclarecer os requisitos a respeito de como alocar ágio às UGCs ou ao grupo de UGCs para o teste de impairment.  

A entidade aplicaria tais modificações prospectivamente. 

Seja ouvido: o prazo para comentários termina em 15 de Julho de 2024.

O prazo para comentários sobre essas propostas termina em 15 de julho de 2024 e o IASB encoraja todos os interessados a revisarem as propostas e enviarem suas considerações (basta clicar aqui). O board também ressalta a importância da participação ativa da comunidade contábil e de investidores nesse processo.

Para mais informações sobre as propostas, fale com seu contato na KPMG.

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