O estudo KPMG Global Tech Report: Energy insights, produzido pela KPMG, entrevistou 2.450 líderes globais de tecnologia, incluindo 122 líderes do setor de energia de 19 países, revela que o setor demonstra maior resiliência e disposição para assumir riscos em comparação com outros setores.
No entanto, para desbloquear sua próxima onda de transformação digital, é essencial aumentar os investimentos em capacidades de dados e inteligência artificial (IA), além de adotar uma abordagem estratégica que integre tecnologia, dados e inovação em todos os níveis do negócio.
O estudo ressalta que o setor de energia se destaca por sua resiliência frente às incertezas econômicas e à competitividade do mercado. Enquanto outros setores relatam impactos significativos em sua confiança para investir em novas tecnologias, a indústria de energia mostra-se menos afetada por essas influências.
Além disso, 25% dos entrevistados do setor afirmam que a aversão ao risco raramente retarda a tomada de decisões da liderança sênior, em comparação com uma média de 17% em outros setores.
Essa disposição para assumir riscos é um diferencial estratégico, mas precisa ser acompanhada por investimentos robustos em infraestrutura de dados e IA para garantir que a inovação seja escalável e sustentável.
A IA emerge como uma ferramenta transformadora para o setor de energia, com 67% das empresas já obtendo valor comercial de casos de uso ativos, como manutenção preditiva, otimização de sistemas energéticos e promoção de iniciativas climáticas.
O setor de energia também se destaca na gestão de custos, com 25% das empresas relatando não enfrentar dificuldades para cumprir orçamentos — a maior porcentagem entre todos os setores.
No entanto, a capacidade de extrair insights significativos dos dados ainda é um desafio: apenas 36% dos executivos classificam essa habilidade como "influente" ou "totalmente integrada", em comparação com 52% em outros setores.
O relatório da KPMG apresenta recomendações claras para que os líderes do setor de energia impulsionem a próxima fase da transformação digital:
- Construir resiliência: investir em tecnologias direcionadas e inovação, alinhando-as a processos de negócios reimaginados e garantindo a integridade das redes digitais.
- Fortalecer a infraestrutura de dados: desenvolver uma base de dados robusta e centralizar a liderança para melhorar a qualidade e a responsabilidade no uso de dados.
- Mitigar dívidas técnicas: endereçar sistemas legados e tecnologias obsoletas, adotando planos estruturados para reduzir gargalos durante a transformação digital.
- Aproveitar a IA: utilizar a IA para otimizar operações, promover sustentabilidade e alinhar iniciativas climáticas, garantindo que os casos de uso sejam escalados de forma responsável.
- Fortalecer alianças no ecossistema: colaborar com provedores de tecnologia, instituições de pesquisa e startups para cocriar soluções inovadoras, sobretudo em energias renováveis e gestão de redes.
- Capacitar a força de trabalho: promover a alfabetização em IA e a colaboração multifuncional para fechar lacunas de habilidades e incentivar a confiança na aplicação da tecnologia.
- Escalar pilotos de forma responsável: validar a eficácia de tecnologias emergentes em pequena escala antes de implementá-las amplamente, ajustando com base em resultados comprovados.
Em síntese, o setor de energia está bem posicionado para liderar a próxima onda de transformação digital, graças à disposição para assumir riscos e aos investimentos em tecnologias avançadas. No entanto, é essencial superar desafios relacionados à gestão de dados e à força de trabalho.