A Inteligência Artificial (IA) generativa não é apenas uma tendência tecnológica: ela representa uma mudança de paradigma para empresas e sociedade. Seu impacto vai além da automação de processos, podendo redefinir a maneira como negócios são realizados e operados e ampliando a capacidade das organizações de inovar, resolver problemas complexos e se adaptar a cenários dinâmicos.

A partir dessa perspectiva, a KPMG no Brasil e a Câmara Americana de Comércio (Amcham)  produziram o e-book IA Generativa: Cinco perguntas que toda liderança deve se fazer, apresentando reflexões indispensáveis para empresas que buscam aproveitar essa tecnologia.

Por Ricardo Santana, sócio-líder de Data & Analytics da KPMG no Brasil


Pergunta 1: A IA generativa é um investimento estratégico para o meu negócio?

O e-book aponta as vantagens competitivas trazidas pela IA, tais como impulsionar inovação, personalizar experiências e aperfeiçoar processos. Empresas de transporte, por exemplo, utilizam IA para otimizar rotas, enquanto bancos melhoram o atendimento com assistentes virtuais. 

Pergunta 2: Como garantir a implementação eficaz e segura da IA generativa?

Apesar dos desafios, muitas empresas já integram IA generativa em seus sistemas. A integração é facilitada por plataformas modulares e APIs que garantem transições suaves e eficiência operacional. Além disso, a segurança dos dados deve ser prioridade, com o uso de criptografia, monitoramento contínuo e conformidade com regulamentações como a Lei Geral de Proteção (LGPD). 

Pergunta 3: Quais são os impactos da IA generativa nos empregos e na cultura corporativa?

A automação de tarefas repetitivas libera profissionais para se concentrarem em atividades estratégicas e criativas. Relatórios indicam que, embora 85 milhões de empregos possam ser substituídos até 2025, a IA também criará 97 milhões de novas funções.

Por isso, a colaboração entre humanos e máquinas precisa ser promovida por meio de programas de treinamento contínuo, desenvolvendo habilidades para a nova era digital.

Pergunta 4: Como garantir que a IA seja utilizada de forma ética e responsável?

O uso ético da IA exige a mitigação de vieses nos modelos e a adoção de boas práticas de governança e transparência. Auditorias regulares e relatórios explicativos são essenciais para garantir decisões justas e promover a confiança nos sistemas de IA.

O alinhamento com regulamentações – como a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial e o Projeto de Lei n.º 2338/23 – reforça o compromisso com práticas justas.

Pergunta 5: Quais são os primeiros passos da jornada de IA generativa?

O sucesso na implementação da IA depende de uma abordagem cuidadosa. O processo começa com uma análise detalhada das necessidades da empresa e definição de objetivos claros, apoiados por indicadores de desempenho (KPIs). 

Reflexões adicionais

A introdução da IA generativa permite que empresas transcendam modelos operacionais tradicionais. Ao automatizar tarefas repetitivas, a força de trabalho é redirecionada para funções mais estratégicas e criativas, promovendo uma cultura orientada pela inovação.

Organizações que adotam essa tecnologia de forma planejada conseguem aprimorar sua oferta de produtos e serviços, melhorar a experiência do cliente e reduzir custos. Essa mudança exige um novo perfil de liderança, capaz de integrar a IA com responsabilidade, alinhando-a aos objetivos da empresa.

Vale ressaltar que a IA generativa está remodelando mercados inteiros, criando oportunidades e colocando em xeque modelos de negócio obsoletos. Diferentes setores, tais como de Saúde, já experimentam melhorias em eficiência e personalização.

Já as empresas que aproveitam essa tecnologia não apenas ganham vantagem competitiva, mas passam a influenciar a forma como seus concorrentes operam, gerando um ciclo contínuo de inovação e adaptação – e quem lidera tende a ficar cada vez mais à frente.

A rápida evolução da IA reforça a importância de alianças estratégicas e ecossistemas colaborativos, com empresas de diferentes setores compartilhando dados e desenvolvendo soluções conjuntas. Essa integração acelera a transformação e cria um mercado dinâmico e interconectado.

Em uma escala ampla, a IA generativa pode contribuir para resolver desafios globais. Tecnologias baseadas em IA já ajudam a prever crises sanitárias, otimizar cadeias de suprimentos e desenvolver soluções para energia sustentável. No entanto, sua adoção em larga escala levanta questões éticas importantes, como privacidade, segurança e impacto no emprego.

Por essas razões, é crucial equilibrar automação e inclusão, de modo que o desenvolvimento tecnológico possa levar benefícios para toda a sociedade. Regulamentações claras e políticas públicas que incentivem a inovação responsável são fundamentais para que a IA se desenvolva da maneira correta.

O futuro está atrelado à IA generativa

O fato é que o futuro das empresas estará cada vez mais atrelado à capacidade de integrar a IA de forma ética e estratégica. Organizações que adotarem uma abordagem consciente prosperarão em seus setores e, sobretudo, serão as líderes da construção de um mundo mais conectado e resiliente.

A abordagem estratégica sugerida pelo e-book aponta caminhos para que as empresas possam seguir essa jornada de forma segura e eficaz, contemplando crescimento sustentável e geração de valor.

Ao integrar IA de maneira responsável, as organizações podem criar um ambiente de inovação contínua, fortalecer sua cultura corporativa e garantir relevância. Mas a IA generativa deve ser entendida como algo que vai além da evolução tecnológica: trata-se de uma oportunidade valiosa para repensar o papel das empresas na sociedade e na economia global, promovendo progresso com responsabilidade.


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