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A forma como as empresas comunicam seu desempenho financeiro está prestes a mudar

Em resposta aos pedidos dos investidores por informações mais relevantes, a IFRS 18 - Apresentação e Divulgação de Demonstrações Financeiras permitirá que as empresas contem melhor sua história por meio das demonstrações financeiras. Os investidores também se beneficiarão de uma maior consistência nas apresentação do resultado e dos fluxos de caixa, além de informações mais desagregadas. 

Então, o que isso significa para as demonstrações financeiras das empresas? Essencialmente, o lucro líquido das organizações não mudará. O que será modificado é a maneira como esses dados são apresentados nas demonstrações de resultados e como as informações são divulgadas nas notas explicativas das demonstrações financeiras. Isso implica na inclusão de certas medidas “não contábeis” - conhecidas como medidas de desempenho gerencial (MPMs) - que agora farão parte das demonstrações financeiras auditadas. 

A IFRS 18 marca um passo em direção a relatórios mais conectados, e as demonstrações financeiras [1], que dispõem de informações relevantes e consistentes, proporcionarão aos usuários melhores informações sobre o desempenho financeiro das empresas.

[1] A IFRS 18 substitui a IAS 1 Apresentação de Demonstrações Contábeis

“A IFRS 18 traz três categorias de receitas e despesas, dois subtotais de demonstração de resultados e uma única nota sobre medidas de desempenho gerencial. Esses elementos, combinados com a orientação de desagregação aprimorada, preparam o terreno para informações mais consistentes aos usuários - e afetarão todas as empresas.”

Janine Pereira
Sócia-diretora de Accounting Advisory Services
KPMG no Brasil

Uma demonstração mais estruturada de resultados.

Todas as empresas são requeridas a reportar o subtotal de “lucro operacional” - uma medida importante para que os investidores entendam os resultados operacionais de uma empresa. Ou seja: as atividades de investimento e financiamento são especificamente excluídas. Isso significa que os resultados das investidas contabilizadas pelo método de equivalência patrimonial não fazem mais parte do lucro operacional e são apresentados na categoria “investimento”.

A IFRS 18 também exige que as empresas analisem suas despesas operacionais diretamente na demonstração do resultado, seja por natureza, por função ou usando uma apresentação mista. De acordo com a nova norma, essa apresentação fornece um “resumo estruturado útil” dessas despesas. Se algum item for apresentado por função na estrutura da demonstração do resultado (por exemplo, custo de vendas), a empresa fornecerá divulgações mais detalhadas sobre sua natureza.

*As empresas com atividade principal comercial específica de investimento em ativos (por exemplo, empresas imobiliárias) ou de fornecimento de financiamento a clientes (tais como bancos) classificam receitas e despesas adicionais na categoria operacional, em vez de serem classificadas na categoria de investimento ou financiamento.

**As categorias de operação, investimento e financiamento não são alinhadas com as da demonstração dos fluxos de caixa.

***As empresas que fornecem financiamento a clientes como atividade comercial principal (por exemplo, bancos) normalmente não apresentam esse subtotal.

Medidas de Desempenho Gerencial (“MPMs”) - Divulgadas e sujeitas à auditoria

As empresas costumam usar informações “não-GAAP” para explicar seu desempenho financeiro, pois isso lhes permite contar sua própria história e oferece aos investidores uma visão útil do desempenho da empresa. 

A IFRS 18 agora exige que algumas dessas medidas “não contábeis” sejam reportadas nas demonstrações financeiras. Ela introduz uma definição restrita para as MPMs[2], exigindo que elas:

•       Tenham um subtotal de receitas e despesas.

•       Sejam utilizadas em comunicações públicas fora das demonstrações financeiras.  

•       Reflitam a visão da administração sobre o desempenho financeiro.

A IFRS 18 define medidas de desempenho gerencial (MPMs); atualmente, essas medidas são comumente conhecidas como medidas não contábeis, medidas alternativas de desempenho (APMs) ou indicadores-chave de desempenho (KPIs).

Maior desagregação de informações

Para oferecer aos investidores uma melhor visão do desempenho financeiro, a nova norma abrange orientações aprimoradas acerca de como as empresas agrupam as informações nas demonstrações financeiras. Isso engloba orientações sobre se os dados estão incluídos nas demonstrações financeiras primárias ou se estão mais desagregados nas notas.

As empresas são desencorajadas a rotular itens como “outros” e, se continuarem a fazer isso, serão obrigadas a divulgar mais informações.

Próximas etapas

Agora é a hora de se preparar para reportar conforme a nova norma, que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2027 e será aplicada retrospectivamente. Ela está disponível para adoção antecipada[3].

•       Avalie os impactos em suas demonstrações financeiras e comunique-os aos investidores. 

•       Considere como as novas exigências afetam os sistemas e processos de relatórios financeiros.

•       Monitore quaisquer mudanças no cenário local de relatórios.

Nosso guia ajudará você a entender a nova norma contábil e a avaliar os impactos para sua empresa. Fique atento à nossa publicação First Impressions, que fornecerá mais informações sobre a nova norma, incluindo uma visão detalhada e exemplos ilustrativos.

Atualmente não permitida para as práticas contábeis brasileiras (CPCs)

[2] A IFRS 18 define medidas de desempenho gerencial (MPMs); atualmente, essas medidas são comumente conhecidas como medidas não contábeis, medidas alternativas de desempenho (APMs) ou indicadores-chave de desempenho (KPIs).

[3] Atualmente não permitida para as práticas contábeis brasileiras (CPCs)

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Nossa equipe de contadores técnicos, especialistas em relatórios corporativos e em transformação de sistemas tem ampla experiência no suporte necessário para a adoção de normas contábeis, oferecendo o conhecimento essencial requerido em cada etapa do processo de transição. 

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