O índice médio de perdas no varejo cresceu em 2022, indica a mais recente Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) e pela KPMG.

O aumento foi constatado na comparação com o período anterior: de 1,21%, em 2021, o índice subiu para 1,48%, em 2022. Este é apenas um dos dados da pesquisa, que oferece uma visão abrangente do cenário de prevenção de perdas do varejo nacional.

A pesquisa contou com a participação de 192 empresas varejistas de diferentes segmentos: artigos de esporte; atacados/atacarejos; calçados; construção/lar; drogarias; eletromóveis/informática; magazine nacional; magazine regional; moda; perfumarias; supermercados convencionais e mercados de vizinhança; e outros.

Considerando o percentual médio da pesquisa, o varejo obteve uma perda total de R$ 31,7 bilhões em 2022. Fazendo uma analogia com os respondentes da pesquisa, o volume de quase R$ 32 bilhões de perdas equivale ao faturamento de empresas que ocupariam as primeiras posições em qualquer segmento.

Ou seja, são recursos que poderiam ser utilizados pelas organizações para aumentar a rentabilidade, alavancar plano de expansão, incrementar os benefícios para os funcionários, ampliar investimentos relacionadas à prevenção de perdas, entre outros.

Mesmo assim, os participantes da pesquisa destacaram alguns pontos positivos, como o aumento na percepção do conhecimento técnico dos profissionais de prevenção de perdas e o investimento na contratação de consultorias externas.

Em relação ao aumento no índice médio de perdas no varejo, os respondentes atribuíram o fato a um crescimento natural do fluxo de pessoas para as lojas físicas depois da suspensão das medidas de restrição adotadas durante a pandemia.

Com mais pessoas circulando pelos estabelecimentos, o controle dos furtos tornou-se mais difícil; além disso, apostas comerciais, altos níveis de estoque e faturamento abaixo do planejado contribuíram para esse aumento.

A pesquisa também revelou que uma parcela significativa das perdas (61%) está relacionada a quebras operacionais, furtos externos e internos e erros de inventário. Para combater essas perdas, são essenciais políticas e procedimentos robustos, especialmente em setores com produtos perecíveis.

A gestão de estoque é fundamental para minimizar as perdas internas. Estabelecer um estoque bem gerenciado, com cadastro correto de produtos, é crucial para alcançar baixos índices de perdas.

A acurácia de estoques, avaliada qualitativa e quantitativamente, demonstrou ser um indicador relevante. Empresas que investem em um processo de abastecimento mais contínuo e com puxadas de estoque de acordo com o desempenho das vendas optam pela acurácia qualitativa.

Já as empresas que operam com grandes volumes de transferência adotam a acurácia quantitativa, explica o estudo. Outro ponto discutido foi o conceito de perda ampliada, uma abordagem estratégica em que as equipes de prevenção de perdas expandem suas análises para outros pontos cruciais da empresa.

Além disso, os dados obtidos demonstram que a transformação digital no varejo está impulsionando investimentos em tecnologia, incluindo a utilização de circuitos fechados de televisão (CFTV), identificação por radiofrequência (RFID) e ferramentas de data analytics.

Essas iniciativas não só geram relatórios de exceção, que contribuem para tornar o trabalho mais produtivo e assertivo, como fornecem dados relevantes, que auxiliam as empresas a entender o comportamento do consumidor e a identificar melhorias nos processos.

Em conclusão, a Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo 2023 ajudou a gerar um importante benchmarking, com informações essenciais e estratégicas para que o setor varejista brasileiro tenha insights relevantes para a ampliação da gestão de perdas em toda cadeia de operação.

Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo Brasileiro


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