No último dia 20 de outubro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou a Resolução 193, que estabelece a adoção das normas emitidas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB) como padrão para as companhias brasileiras.

As diretrizes serão utilizadas para divulgações de sustentabilidade das companhias abertas, securitizadoras e fundos de pensão – todos regulados pela CVM. A mudança é um primeiro passo em direção a um cenário de regulação alinhado com o ISSB.

Para abordar esse assunto de maneira abrangente, Magnus Chaib e Sebastian Soares, sócios da KPMG, são os entrevistados da 22ª Newsletter ESG.

Leia a entrevista!

Quiz ESG

O Brasil firmou, durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), o compromisso de reduzir em 50% suas emissões de carbono até 2030. Uma das formas de incentivar a redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) é a partir dos créditos de carbono, os quais podem ser negociados.

Nos últimos anos, inclusive, a regulamentação do mercado de carbono brasileiro tem sido um tema de muitas discussões, seja pela própria pressão do setor privado ou pela recente aprovação do Projeto de Lei n.º 412/22, que regulamenta o mercado de carbono no País.

Nossa pergunta
Sua empresa adota estratégias para reduzir efetivamente as emissões de gases do efeito estufa?

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ESG na prática

No Brasil

A regulamentação do mercado de carbono
Por unanimidade, a Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou o Projeto de Lei n.º 412/2022, que regulamenta o mercado de carbono, cria o Sistema Brasileiro do Comércio de Emissões (SBCE) e regula as emissões de empresas que emitem acima de 10 mil toneladas por ano, excluindo o setor de Agronegócio. O descumprimento das regras do SBCE pode acarretar em punições, tais como multa de até R$ 5 milhões ou 5% do faturamento bruto da empresa. Os objetivos do projeto são cumprir as determinações da Política Nacional sobre Mudança do Clima, os acordos globais firmados pelo País e, claro, reduzir as emissões de gases do efeito estufa.


Novo Plano Diretor de Logística Sustentável
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) publicou a Portaria n.º 5.376/23, que estabelece as diretrizes do novo Plano Diretor de Logística Sustentável (PLS) pelos órgãos e pelas entidades da Administração Pública Federal. O PLS é um instrumento de governança que determina a estratégia das contratações e da logística no âmbito do órgão, considerando objetivos e ações relacionadas às práticas de sustentabilidade nas dimensões econômica, social, ambiental e cultural.


Do Brasil para o mundo
Uma startup brasileira foi escolhida entre os 15 finalistas do Earthshot Prize, premiação criada pelo Príncipe William, que reconhece soluções para os principais desafios ambientais da atualidade. Além de proteção florestal, o trabalho da startup visa gerar renda para famílias do campo e desenvolver formas sustentáveis para produzir, por exemplo, cacau, cupuaçu, açaí, pupunha, mandioca e banana. Para isso, a startup realiza parcerias com pequenos e médios proprietários rurais, fornecendo apoio e incentivos para ajudar na adoção de práticas regenerativas.


Protegendo nascentes
Produtores rurais da Serra da Mantiqueira estão protegendo as nascentes de rios por meio do projeto “Conservador das Águas”. Desde 2015, a iniciativa vem crescendo: de 170, o número de produtores rurais passou para 345; as mudas plantadas saltaram de 1 milhão para 2,27 milhões; e a participação de proprietários de áreas de manancial foi de 30% para quase 100%. As mudas viraram uma vegetação densa e regeneradora, recuperando áreas degradadas de pastagem, ao mesmo tempo em que conserva as nascentes. A meta do projeto é aumentar a oferta de água no subsolo da Mantiqueira, um berçário de cursos d´água para as bacias do Paraná e do São Francisco.


No Mundo

Novos centros de hidrogênio limpo nos Estados Unidos
Os Estados Unidos anunciaram um investimento de US$ 7 bilhões para construir centros de hidrogênio limpo. O intuito é aumentar a capacidade de produção e, assim, descarbonizar indústrias com dificuldades em reduzir emissões. Segundo uma declaração da Casa Branca, a expectativa é que os centros produzam três milhões de toneladas métricas de hidrogênio anualmente, permitindo a redução de 25 milhões de toneladas de emissões de carbono de setores industriais. O investimento faz parte da Estratégia e do Roteiro Nacional de Hidrogênio Limpo dos EUA, cujo propósito é elevar a utilização de hidrogênio limpo em 50 milhões de toneladas até 2050.


Novo padrão de divulgação de emissões para empresas de mineração
Em setembro de 2023, foi publicado o “Scope 3 Emissions Accounting and Reporting Guidance”, um guia que fornece uma estrutura padronizada para que empresas de mineração e metais calculem e divulguem suas emissões da cadeia de valor. O guia – baseado no Padrão GHG Protocol Scope 3 e adaptado às características da indústria de mineração e metais – ajuda as empresas a compreenderem seus perfis de emissões, visando melhorar a transparência e acelerar a ação colaborativa com fornecedores e clientes na redução dos gases de efeito estufa, além de estabelecer parâmetros claros para calcular as emissões e apoiar as organizações na aplicação dos princípios do Protocolo de Relevância, Integralidade, Transparência, Precisão e Consistência.


Investimentos em transição energética
Foi lançado um “Fundo de Dívida Privada Orientado para a Transição Climática”, que visa ser uma solução para investidores de empresas de médio porte com foco em oportunidades de investimento na transição de baixo carbono. Em nota, a criadora do fundo afirma que o projeto foi idealizado para responder à procura dos clientes por estratégias de dívida privada orientadas para a transição, investindo em empresas que fornecem soluções climáticas ou que visam reduzir as emissões de carbono.


União Europeia adota padrão para títulos verdes
O Parlamento Europeu aprovou a adoção de um novo rótulo de Título Verde Europeu (EuGB) destinado a combater o greenwashing e a proporcionar aos investidores a confiança de que seus investimentos estão sendo direcionados para o financiamento de atividades empresariais e tecnologias sustentáveis. De acordo com a nova norma, as empresas que emitem obrigações sob a designação voluntária EuGB deverão seguir um conjunto rigoroso de critérios de investimento e transparência, incluindo relatórios sobre utilização dos recursos, bem como divulgação de um plano de transição verde.

KPMG - Impactando a agenda ESG

Para nossa rede

Encontro de Inclusão, Diversidade e Equidade
O  Comitê de Inclusão, Diversidade e Equidade (CIDE) da KPMG realizou no dia 16 de outubro de 2023, a sétima edição do Encontro de Inclusão, Diversidade e Equidade, que debateu, entre outros temas relevantes, a importância de uma agenda corporativa que contribua com a construção de um mundo melhor para todos. No evento, também foram apresentados os principais projetos dos pilares do CIDE, são eles: Buddies (PcDs), Ebony (Cor, Raça e Etnia), KNOW (Gênero) e Voices (LGBTQIAP+). Assista!


Descarbonização nas empresas de telecomunicação
À medida que o mundo digital avança e a demanda por serviços 5G cresce, as empresas de telecomunicações enfrentam um desafio crucial: como expandir suas redes e, ao mesmo tempo, reduzir a pegada de carbono? A descarbonização é um imperativo, mas não é tarefa simples para essas empresas. A implementação do 5G exige mais energia, tornando essencial encontrar soluções sustentáveis. Tendo em vista a importância do tema, o estudo “Empresas de Telecomunicações e a Descarbonização” aponta como as organizações de telecom podem crescer de forma sustentável e liderar a transição para uma economia de baixo carbono. Vale conferir!


A governança corporativa no setor financeiro
A busca por mais diversidade, o avanço da agenda ESG e o fortalecimento das práticas de governança, riscos e compliance (GRC) são aspectos que se destacam no recorte setorial de Bancos e Seguradoras, elaborado a partir da 17ª edição do estudo “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”. Realizado pelo ACI Institute e o Board Leadership Center da KPMG no Brasil, o estudo se baseia nos Formulários de Referência das empresas abertas brasileiras. Na edição mais recente, foram analisadas 293 companhias e, entre os aspectos da análise, destaca-se maior diversidade no conselho de administração e avanços nas pautas ESG.


ODS em risco
O estudo “O Tempo está se Esgotando para as Cidades”, publicado pela KPMG, destaca que obstáculos sistêmicos continuam a dificultar o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e colocam em risco perspectivas de sucesso. A publicação é resultado de uma Avaliação Dinâmica de Riscos (ADR) realizada em colaboração com a iniciativa United Cities, cujo objetivo é fornecer um panorama das barreiras que prejudicam as cidades na jornada rumo aos ODS. O material objetiva compartilhar insights sobre como cidades, lideranças e empresas precisam adotar abordagens alinhadas aos ODS.

Tendências

Mais transparência em relatórios financeiros sobre sustentabilidade
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou a Resolução CVM 193. A partir de 2024, Companhias Abertas, Fundos de Investimento e Companhias Securitizadoras poderão, em caráter voluntário, elaborar e publicar um relatório anual com dados financeiros relativos à sustentabilidade, com indicadores e métricas claras e comparáveis e com base no padrão internacional (IFRS S1 e S2), emitido pelo International Sustainability Standards Board (ISSB). Com essa nova resolução, o Brasil se torna o primeiro país a internalizar essas normas no mundo, tornando o mercado nacional mais atrativo para investidores.


Descarbonização e recuperação da Amazônia
Em recente acordo de cooperação, instituições financeiras avançam na transição para uma economia de baixo carbono e no fomento a projetos de recuperação de áreas degradadas na região da Amazônia Legal. Parte da cooperação entre as instituições é estruturada em duas vertentes: a primeira visa disponibilizar até US$ 500 milhões para financiar micro e pequenas empresas que querem reduzir suas emissões de carbono. Já a segunda frente identificará soluções sustentáveis para a restauração florestal e promoção da agricultura de baixo carbono. Juntas, as iniciativas ampliarão os financiamentos verdes, combinando atividades públicas com recursos de investidores privados.


Combustíveis sustentáveis no setor de Transportes
Foi enviado à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n.º 4516/23, intitulado “Combustível do Futuro”, que estimula a transição energética por meio do uso de combustíveis sustentáveis no setor de Transportes. O PL é dividido em eixos que ajudarão a cumprir metas de descarbonização, entre eles, está a criação do Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV), que incentiva companhias aéreas a reduzirem as emissões de GEE. A perspectiva do projeto é posicionar o País entre os protagonistas na descarbonização da economia global.


Startups de tecnologia climática e a oportunidade de financiamento
Uma instituição financeira global anunciou que fornecerá US$ 1 bilhão em financiamento para empresas de tecnologia climática em fase inicial em todo o mundo. Os recursos apoiarão startups que buscam novas soluções climáticas, incluindo carregamento de veículos elétricos, armazenamento de baterias, alimentação e agricultura sustentáveis, e tecnologias de remoção de carbono.

Conhecimento em pauta

Treinamento ESG

Na Black Friday da KPMG Business School, você tem 30% off no curso de ESG e em diversos outros. Inscreva-se até 30 de novembro e amplie seu conhecimento.

Saiba mais!

Esperamos que a leitura tenha sido inspiradora.

Entre em contato com a nossa equipe pelo e-mailesg-faleconosco@kpmg.com.br.

Nelmara Arbex

Sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil e na América do Sul

Sebastian Soares

Sócio-líder de Serviços de Asseguração da KPMG no Brasil e na América do Sul

Luis Wolf Trzcina

Sócio-líder de ESG & Tax da KPMG no Brasil

Eliete Martins

Sócia-líder de Governança Corporativa da KPMG no Brasil

Marcio Barreto

Sócio de ESG e Risk Advisory da KPMG no Brasil

Maria Eugenia Buosi

Sócia de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil

Felipe Salgado

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Kin Honda

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

André Winter

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Bruno Youssif

Sócio-diretor de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil

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