O estudo Global Female Leaders Outlook 2025, produzido pela KPMG, traz uma análise aprofundada sobre as abordagens e estratégias de líderes mulheres ao redor do mundo. Os dados revelam desafios e especificidades regionais importantes, que são detalhadas nos recortes Brasil e América do Sul.

Entre os destaques do estudo global, sobressaem as crescentes preocupações com riscos geopolíticos, incertezas políticas e exigências regulatórias. Esses fatores aparecem como as três maiores ameaças ao crescimento das organizações nos próximos três anos. 

Já a confiança nas capacidades de segurança cibernética aumentou. Dois terços das líderes mulheres entrevistadas dizem estar preparadas para ataques cibernéticos, o que demonstra maturidade digital em meio a um ambiente volátil e altamente digitalizado. 

As executivas indicam ainda uma nova valorização de características pessoais. Em 2025, no cenário global a capacidade de “trabalhar arduamente” supera atributos como pensamento estratégico ou qualidades de liderança e se torna a competência mais valorizada.

No recorte local, o dado é ainda mais expressivo: 77% das entrevistadas apontam o esforço contínuo como principal diferencial. Além disso, 65,4% valorizam redes de contato como fator-chave de sucesso profissional e 50% priorizam o investimento em novas tecnologias. Outro destaque entre líderes mulheres brasileiras é a percepção de estagnação em diversidade. Apenas 7,7% notam avanços nessa área e a discriminação afeta quase dois terços das entrevistadas — um sinal claro de que o ambiente corporativo precisa evoluir.

O recorte América do Sul confirma essa percepção. A maioria das líderes mulheres da região enfrenta barreiras estruturais, como preconceito de gênero e dificuldade de ascensão, mesmo quando têm qualificação e experiência equiparáveis às de seus colegas homens.

Entre os temas sensíveis, a violência digital ganha destaque. Mais de 30% das brasileiras já sofreram ou testemunharam ataques on-line. A violência mais comum é a personificação (55%), seguida por discurso de ódio e spam (ambos com 30%).

Muitas vítimas reagem sozinhas. Poucas recorrem à justiça ou a redes de apoio. Esse dado reforça a importância de que empresas e instituições reconheçam a violência digital como um problema organizacional, não apenas individual.

A transformação digital também molda o comportamento das líderes mulheres nas redes sociais. No Brasil, 62% usam essas plataformas para fins profissionais, com foco principal em networking e promoção da marca pessoal.

Lideranças femininas cada vez mais fortes

Apesar dos desafios, o relatório mostra que líderes mulheres seguem atuando com resiliência e visão estratégica. Há sinais de avanço na inclusão de novas tecnologias e na construção de redes profissionais fortes, especialmente nas Américas. 

O estudo explora oportunidades para empresas que desejam acelerar a equidade e promover ambientes mais seguros e inovadores. Investir em governança digital, diversidade e proteção on-line deve fazer parte da agenda de qualquer liderança responsável.

Mais do que diagnosticar problemas, o estudo Global Female Leaders Outlook 2025 e seus recortes para o Brasil e a América do Sul apontam caminhos para o fortalecimento da presença de líderes mulheres nos negócios. Essa presença é essencial para a construção de um futuro mais equilibrado, justo e competitivo.


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