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O mercado global de venture capital movimentou US$ 101,05 bilhões em 7.356 rodadas de investimento no segundo trimestre de 2025, segundo o relatório Venture Pulse Q2 2025, produzido pela KPMG.

Realizado a cada três meses, o levantamento aponta os principais acontecimentos no mercado global de capital de risco e aponta tendências para o trimestre seguinte.

No que se refere ao segundo trimestre de 2025, o estudo aponta uma queda em relação ao primeiro trimestre (US$ 128,4 bilhões) do ano.

Entretanto, a diferença é explicada por um evento atípico: o aporte de US$ 40 bilhões na OpenAI realizado no início do ano.

Quando tiramos esse megainvestimento do cenário, os dados indicam resiliência, com destaque para o interesse dos investidores em startups focadas em inteligência artificial (IA), tecnologia de defesa (defensetech) e finanças (fintechs).

Esses três setores concentraram as maiores rodadas de investimento em venture capital no período, inclusive os seis maiores aportes do segundo trimestre, todos realizados nos Estados Unidos.

Quais negócios receberam mais investimentos?

  • IA verticalizada: soluções específicas para setores como saúde, defesa, jurídico e contabilidade atraíram atenção global.
  • Defensetech em alta: o setor de tecnologia de defesa vive uma fase de valorização, com interesse crescente por startups com aplicações civis e militares.
  • Fintechs em recuperação: operações bem-sucedidas de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, do inglês initial public offering) de fintechs reacenderam o apetite do mercado.
  • Spacetech como tendência complementar: apesar de menor volume, o setor de tecnologia espacial (spacetech) se beneficiou da sinergia com a tecnologia de defesa.

Os Estados Unidos concentraram 70% do total investido globalmente em venture capital, com US$ 70 bilhões aplicados em 3.073 rodadas.

O Brasil foi representado pela Clara, fintech de gestão de despesas corporativas, que levantou US$ 80 milhões.

As rodadas up rounds voltaram a ganhar fôlego, indicando valorização das startups em relação aos trimestres anteriores.

O cenário geopolítico impactou os aportes?

Anunciadas desde abril de 2025, as novas tarifas comerciais dos EUA impactam diversos países de diferentes maneiras. Por isso, estão elevando as incertezas em setores como manufatura e bens de consumo.

Com consequência, os investidores parecem ter priorizado, no segundo trimestre do ano, a realização de aportes em setores estratégicos e em empresas com menor exposição a riscos comerciais e geopolíticos.

Quais são as perspectivas para o terceiro trimestre?

A expectativa é de que IA, defensetech e fintech mantenham o protagonismo no terceiro trimestre.

Esses setores devem seguir atraindo capital, enquanto áreas mais suscetíveis às políticas tarifárias devem continuar enfrentando maior cautela por parte dos investidores.

Vale destacar que o Brasil marcou presença no cenário de venture capital com aportes relevantes. Agora, a expectativa é que o foco em negócios inovadores e modelos sustentáveis seja mantido, reforçando o papel do investimento como motor de transformação e crescimento.


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