Nos últimos anos, o Brasil tem adotado uma agenda robusta para aprofundar o mercado de capitais, com o objetivo de conectar esse segmento ao mercado bancário. Nesse contexto, o Open Finance surge como um mediador estratégico, promovendo a integração entre diferentes players, além de agregar inovação ao sistema financeiro.
Com o aumento do acesso de grandes e médias empresas ao mercado de capitais, os bancos ganham mais espaço em seus balanços, permitindo maior diversificação de suas operações e, consequentemente, ampliando suas oportunidades. Contudo, o Open Finance não é apenas uma ferramenta para instituições financeiras. Ele representa uma mudança significativa na forma como os dados financeiros são compartilhados e utilizados.
Novas regras do BC
As regras estabelecidas pelo Banco Central do Brasil (BCB) definem que instituições com mais de cinco milhões de clientes são participantes obrigatórias do sistema. Já instituições menores, com menos de 500 mil clientes, têm participação facultativa.
Conglomerados que possuem instituições participantes do Pix e instituições iniciadoras de transações de pagamento também estão incluídos no ecossistema. O compartilhamento de propostas de crédito, por exemplo, é obrigatório para instituições reguladas que trabalham com correspondentes bancários, o que amplia a transparência e a competitividade.
Desafios do Open Finance
Apesar dos benefícios prometidos, o Open Finance enfrenta desafios, sobretudo no que diz respeito à experiência do usuário. Uma das principais preocupações dos clientes é a segurança dos dados financeiros.
Muitos temem que suas informações possam ser mal utilizadas ou expostas a terceiros sem o devido consentimento, mesmo com a adoção de medidas rigorosas de segurança. Essa desconfiança pode ser um obstáculo para a adesão em massa ao sistema.
Outro obstáculo está relacionado à experiência técnica. Falhas na integração entre instituições financeiras e interfaces instáveis podem prejudicar a percepção do sistema, tornando-o menos atrativos para os clientes.
Apesar desses desafios, o Open Finance tem evoluído. Entre janeiro e julho de 2024, o número de consentimentos únicos aumentou de 27,5 milhões para 31 milhões, um crescimento de 15%.
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Thiago Rolli
Sócio de Financial Risk Management (FRM) da KPMG no Brasil