KPMG ESG Insights

ESG para líderes

Em junho de 2024, foi realizado, em Cartagena (Colômbia), o Latin America Climate Summit (LACS). Mais de 650 participantes de 43 países acompanharam discussões sobre, entre outros assuntos, mercado de carbono, tema de grande relevância para o Brasil, visto que pode posicionar o País como protagonista global nos debates de mudanças climáticas.

Além disso, o fato de o Brasil ser sede da COP30, em 2025, está fazendo com que o Governo queira aprovar, o quanto antes, o Projeto de Lei que regulamenta o mercado de carbono, definindo um limite de emissões de GEEs para as empresas e, claro, as regras de transação desse ativo ambiental que, hoje, é comercializado bilateralmente no mercado voluntário.

No intuito de compartilhar os destaques do LACS e as discussões de setores públicos e privados acerca dessa agenda em nível regional e o cumprimento do Acordo de Paris, a 30ª edição da KPMG ESG Insights traz uma entrevista com Felipe Salgado, sócio-diretor de Descarbonização da KPMG do Brasil, que esteve no evento. O sócio-líder de Consulting da KPMG no Brasil, Anderson Dutra, é o responsável por conduzir a conversa.

Confira na íntegra!

Para reflexão...

Recentemente, foi sancionado o plano nacional para reduzir os impactos das mudanças climáticas (Lei n.º 14.904/24), cujos focos são evitar prejuízos ambientais e diminuir a vulnerabilidade das cidades em casos de chuvas intensas ou de seca. O tema ganhou destaque no Congresso em decorrência das fortes chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul e, de acordo com a norma, a elaboração do plano é de responsabilidade de todos os entes federativos, sem excluir a participação dos mais vulneráveis e do setor privado.

Para Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil e nas Américas, “as oito diretrizes do plano são um excelente ponto de partida para que o Brasil se torne uma nação que se adapta a um futuro no qual as mudanças climáticas – com eventos extremos e alterações profundas na dinâmica de recursos hídricos – serão parte do cotidiano. Desde a identificação de áreas vulneráveis, passando pelo estabelecimento de políticas regionais e nacionais, até o monitoramento contínuo, todas as peças fundamentais estão presentes, tanto para as áreas urbanas como rurais". Vale acompanhar os próximos passos!

ESG na prática

Imagem de árvores

Brasil integra Aliança Internacional para a Resiliência à Seca

O Brasil é o mais recente país a integrar a Aliança Internacional para a Resiliência à Seca (IDRA, na sigla em inglês), uma coalizão que mobiliza capital político, técnico e financeiro para preparar o mundo para secas severas. Com a adesão, o Brasil reforça o compromisso internacional de combater a desertificação e a seca diante do agravamento dos efeitos das mudanças climáticas, bem como eleva o total de membros da IDRA para 38 países e 28 organizações intergovernamentais e de pesquisa, demonstrando uma disposição cada vez maior para enfrentar um dos riscos naturais mais onerosos do mundo.

No Brasil

Combate a incêndios no Pantanal

O Governo Federal instalou uma sala preventiva para tratar sobre a seca e o combate a incêndios no País, especialmente no Pantanal e na Amazônia. Em nota, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, já informou que o projeto tratará de vários biomas do Brasil, agindo dentro de um cronograma para que as ações ocorram de forma preventiva. Os governos do Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, de Rondônia e Roraima também já assinaram um pacto para planejamento e implementação de iniciativas colaborativas, cujo foco é a prevenção e o combate aos incêndios florestais.

Rede Amazônica

Batizada de Rede Amazônica de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade, sete organizações na América do Sul, sendo três brasileiras, juntaram-se para formar uma rede de troca de experiências e estudo e já contam com um orçamento de R$2 milhões do Fundo Verde para o Clima, os quais ajudarão a formatar, criar e financiar projetos. A Rede atua em três linhas de ação, voltadas à produção de conhecimento e tecnologias para a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento da bioeconomia, diálogo e troca de conhecimentos; treinamento coletivo; e projetos colaborativos de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Preservação da Caatinga

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou a seleção de 12 projetos inéditos e prioritários para a criação de unidades de conservação federais na Caatinga, a serem implementadas até 2026 e que resultarão no aumento de mais de um milhão de hectares de áreas protegidas. As iniciativas integram a Missão Climática pela Caatinga, que reuniu os governos federal e locais, além da participação da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), que ajudará no enfrentamento aos efeitos da mudança climática na Caatinga, tipo de vegetação que está presente em 12% do território brasileiro.

ProManguezal

Com a segunda maior área de mangues do mundo, o Brasil agora conta com um mecanismo de gestão para concretizar as diretrizes da política pública federal de conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade dos manguezais. Com seis eixos de implementação, o Programa Nacional para a Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais do Brasil (ProManguezal) é considerado um marco, pois reconhece os manguezais como ecossistemas-chaves para a biodiversidade aquática, bem como alinha o País a outras nações que já instituem regras para potencializar o uso dos ecossistemas costeiros como resposta aos desafios trazidos pela emergência climática.

No mundo

União Europeia aprova a Lei de Recuperação da Natureza

Os ministros do Ambiente da União Europeia aprovaram a Lei do Restauro da Natureza, que visa recuperar, pelo menos, 20% das zonas terrestres e marítimas do bloco. A nova lei, que já tinha sido aprovada pelo Parlamento Europeu, exige que os estados-membros estabeleçam e implementem um plano de restauro, com objetivos específicos que preveem a recuperação dos ecossistemas em: 30% até 2030; 60% até 2040; e 90% até 2050, sem que haja deterioração nas áreas e com apresentação de relatórios anuais.

Estados Unidos: mercado de carbono tem novas diretrizes

O governo dos Estados Unidos lançou a Declaração Conjunta de Política e novos Princípios para Participação Responsável em Mercados Voluntários de Carbono (VCMs), para promover o desenvolvimento responsável dos mercados voluntários de carbono com incentivos claros e barreiras de proteção. O documento também visa impulsionar ações climáticas ambiciosas e críveis, a fim de gerar oportunidades econômicas para pequenas e grandes empresas. A divulgação dos princípios reforça o compromisso do país com temas relacionados ao clima, reconhecendo o papel que os VCMs de alta qualidade podem desempenhar para ampliar ações climáticas.

China recebe primeira carga de soja livre de desmatamento

Um total de 50 mil toneladas de soja brasileira livre de desmatamento (DCF) foram entregues à China, fruto de um acordo entre duas empresas. A colaboração, a primeira do país asiático a incluir uma cláusula DCF, abre caminhos para comércios agrícolas sustentáveis na China e ajuda a acelerar a produção e o mercado global de produtos de base. Os novos acordos do DCF com empresas chinesas estão sendo concebidos para apoiar o cumprimento das metas de redução de emissões de carbono e dos objetivos climáticos mais amplos, abordar questões sociais e ambientais e, assim, responder aos anseios dos consumidores nesse tema.

KPMG - Impactando a agenda ESG

Imagem de um beija-flor

ESG na Infraestrutura

Pesquisa inédita da KPMG, realizada com 60 lideranças que atuam no setor brasileiro de Infraestrutura, destaca que os riscos regulatórios são os desafios mais relevantes para os negócios. Os executivos também acreditam que os investimentos em ferrovias devam ser priorizados e sabem que as questões ESG serão cada vez mais estratégicas, principalmente por conta dos impactos das mudanças climáticas. Confira os insights na íntegra!

Para nossa rede

Da ação ao impacto

O estudo “Accelerating the Pace of Change: From Action to Impact — 2023 Review”, produzido pela KPMG em conjunto com o The Consumer Goods Forum (CGF), apresentou os avanços na abordagem dos desafios de sustentabilidade, direitos humanos e outros temas prioritários. O CGF é uma organização global que reúne varejistas e fabricantes de bens de consumo, cujo foco de atuação é implementar mudanças positivas, por meio de ações colaborativas. Leia na íntegra!

Consumo e Varejo em constante transformação

Com base em pesquisas recentes, a publicação “KPMG Global Tech Report 2023: Consumer & Retail Sector Insights” aponta que a transformação digital estimula o crescimento e a produtividade, mas alerta que os compradores hoje esperam conveniência, comércio contínuo, personalização e exigem que as marcas cumpram elevados padrões relacionados à agenda ESG. Acesse e saiba mais!

Nossas operações

Impulse: uma iniciativa premiada

O programa #Impulse foi um dos ganhadores do ranking das Melhores Empresas em Práticas e Ações da Diversidade 2024, realizado pela Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, na categoria “Acesso de Adolescentes e Jovens ao Mercado de Trabalho”. O programa, organizado pela KPMG e pela Hult EF Corporate Education, tem o intuito de promover a equidade racial no mercado de trabalho e, até agora, já transformou a carreira de 150 pessoas. Saiba mais!

KPMG é reconhecida em premiação da Microsoft

KPMG, em escala global, foi nomeada “Fornecedora do Ano” na última edição do Prêmio de Prestígio de Fornecedores da Microsoft. A conquista reflete o compromisso das firmas-membro em acelerar processos de inovação e melhorar experiências por meio do uso de inteligência artificial (IA). A rede KPMG tem colaborado com a Microsoft em transformações lideradas por dados, IA, soluções em nuvem e sustentabilidade com uma ampla gama de equipes.

Tendências

Imagem de um médico com um tablet em sua mão.

União Europeia adota lei de due diligence

O Conselho Europeu anunciou a aprovação da Diretiva de Devida Diligência em Sustentabilidade Empresarial (CSDDD), marcando o passo final na adoção de legislação que impõe obrigações para as grandes empresas europeias abordarem os seus impactos negativos nos direitos humanos e no ambiente. A diretiva também exigirá que empresas adotem planos de transição para alinhar os seus negócios com o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C, criando autoridades para supervisão. A introdução da lei ocorrerá de forma progressiva, começando com empresas com mais de cinco mil empregados e receitas superiores a €1,5 bilhão em 2027.

G7 promete abandonar combustíveis fósseis

Durante cúpula na Itália, os líderes do G7 se comprometeram a acelerar a transição dos combustíveis fósseis ao longo desta década, com o objetivo de alcançar zero emissões líquidas até 2050. A declaração elaborada pelo grupo inclui o compromisso de reduzir as emissões de metano provenientes de combustíveis fósseis, incluindo as operações de petróleo e gás, em 75%, até 2030. De acordo com o Grupo, o principal objetivo é eliminar gradualmente a geração ininterrupta de energia a carvão existente nos sistemas energéticos, com base em um cronograma consistente, em linha com os caminhos líquidos zero dos países.

Marco legal do hidrogênio verde

A Comissão Especial do Hidrogênio Verde aprovou o projeto de lei que estabelece o marco regulatório para a produção do hidrogênio de baixa emissão de carbono e determina incentivos fiscais e financeiros para o setor. O projeto (PL 2.308/23), da Câmara dos Deputados, define regras e benefícios para estimular a indústria de hidrogênio no Brasil e, com isso, contribuir para descarbonizar a matriz energética. O projeto também prevê os termos de importação e exportação do hidrogênio, definindo que produção, no entanto, só poderá ser permitida a empresas brasileiras sediadas no País. O texto aprovado segue para aprovação do Plenário.

Rio inclusivo e sustentável

O Governo do estado do Rio de Janeiro, em colaboração com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), lançou o projeto Rio Inclusivo e Sustentável, que visa fortalecer a resiliência urbana e climática em todo o estado, planejando ações de prevenção e adaptação a fenômenos climáticos intensos. Entre as ações previstas, a iniciativa identificará dados para embasar políticas públicas focadas na resiliência urbana e climática, bem como criará o Observatório dos ODS, a fim de monitorar as ações estaduais. O projeto tem previsão de realização e entrega até o final de 2025.

Bond Amazônico

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou que deve lançar “bonds amazônicos”ainda em 2024. A modalidade de investimento funcionará como um green bond – um título de dívida que financia projetos de sustentabilidade –, bem como avaliará os instrumentos que estarão inseridos no título e a demanda do mercado para a área. Segundo o BID, o foco é garantir que os recursos cheguem de fato na região, desenvolvendo o bioma e os negócios na Amazônia. O projeto ainda está em fase de construção, mas o Banco já apontou que cada país que compartilha do território amazônico poderá emitir os títulos nos seus próprios critérios.

Conhecimento em pauta

ESG Journey

ESG Journey | Direitos Humanos

Está cada dia mais clara a conexão da dimensão humana (o “S”) com os demais aspectos (“E” e “G”) e as estratégias para um negócio resiliente. Os participantes desse curso serão capazes de aplicar e analisar metodologias consistentes de gestão de riscos em Direitos Humanos e terão conhecimento sobre perspectivas e tendências.

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Esperamos que a leitura tenha sido inspiradora.

Entre em contato pelo e-mail esg-faleconosco@kpmg.com.br

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