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Foi lançada a primeira edição da Pesquisa Caminhos da Tecnologia no Agronegócio. O trabalho resulta de um esforço conjunto da SAE Brasil e da KPMG.

O agronegócio brasileiro é reconhecido por sua importância econômica e sua capacidade de abastecer o mercado global. Hoje, o setor vivencia um momento singular de transformação impulsionada pela tecnologia.

A iniciativa inédita buscou capturar e analisar os estímulos que levam os produtores rurais e demais integrantes da cadeia de valor do agronegócio a investir em novas tecnologias, as tendências tecnológicas que estão sendo trabalhadas pelos fabricantes, a visão sobre sustentabilidade e a transição enérgica no setor.

A pesquisa envolveu amplo espectro de integrantes da cadeia do agronegócio, incluindo produtores rurais, cooperativas, indústria de máquinas e equipamentos de tecnologia, prestadores de serviços, instituições de ensino e pesquisa e governo.

Para a realização desse levantamento inédito, foi disponibilizado um questionário on-line para os participantes, com mais de 60 perguntas reunidas sob cinco tópicos principais:

  1. Visão dos participantes: onde foram mapeadas as principais tendências, oportunidades e desafios envolvendo o tema tecnologia;
  2. Estratégia: mecanismos da decisão de compra e de financiamento de máquinas e implementos agrícolas.
  3. Agricultura 4.0 e Indústria 4.0: adoção de equipamentos de tecnologia agrícola, conectividade no campo e sistemas de gestão de frota.
  4. Sustentabilidade: transição energética por meio do uso de biocombustíveis e da eletrificação; aplicação dos conceitos de sustentabilidade no negócio rural.
  5. Relacionamento com clientes e oferta de prestação de serviço: as expectativas dos produtores quanto à ampliação dos serviços oferecidos pelos fabricantes e concessionários e o status atual desses serviços.

Além dos produtores rural, agroindustrias e cooperativas agroindustriais, dois grandes grupos compareceram com maior peso entre os respondentes da pesquisa: os fabricantes e distribuidores de máquinas e implementos (32%) e os fabricantes e provedores de equipamentos de tecnologia, telecomunicações e serviços (29%).

Considerando apenas o faturamento dos respondentes, três grupos se destacaram. O primeiro, representando 30% das respostas, consiste em empresas com faturamento anual de até R$ 5 milhões. São negócios menores, com renda mensal média de R$ 400 mil. Em segundo lugar, estão os respondentes com um faturamento anual acima de R$ 3 bilhões, contribuindo com 18% das respostas. Em seguida, aqueles com renda anual entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões, representando 12% dos participantes. Juntos, esses dois grupos somam um terço das respostas, constituindo as maiores empresas e empresários do agronegócio brasileiro.

Um dos pontos destacados pela pesquisa foi a crescente percepção dos produtores rurais sobre os benefícios da adoção de novas tecnologias. Cerca de 44% dos respondentes reconhecem que a implementação dessas soluções resulta em melhor performance, ganhos de produtividade e redução de custos. Parte considerável do público, 34%, entende que essas novas tecnologias precisam dialogar com produtores de diversas faixas etárias e tamanho de operação, além de serem compatíveis entre sistemas agrícolas diferentes.

Em relação as principais oportunidades que rondam o dia a dia do produtor, a que aparece em primeiro lugar é a agricultura de precisão. Esta opção representou um terço das respostas. Em segundo lugar, vêm a oportunidade de utilizar novas tecnologias como a eletrificação e maior utilização de biocombustíveis nos equipamentos agrícolas, com 27%.

A pesquisa também identificou desafios significativos que o agronegócio brasileiro enfrenta. A capacitação dos produtores e da mão de obra foi apontada por 38% dos respondentes como o principal problema a ser enfrentado.

No que diz respeito às tendências de compra de máquinas e implementos, as condições financeiras emergiram como o fator de maior influência: juros, disponibilidade de crédito e prazos de pagamento foram citados como preocupações principais por 58% dos respondentes.

Também merece destaque o fato de as lojas físicas continuarem sendo o principal canal de compra de maquinas e implementos. Esse fato deve ser percebido como uma oportunidade para a expansão do comércio eletrônico no setor.

A pesquisa verificou que apenas 15% dos respondentes têm internet de alta qualidade no total da propriedade. Uma fatia de 24% recebe o sinal de qualidade apenas na sede da fazenda. Os que têm o sinal de qualidade na sede e em parte da fazenda somam 33%. E 27% estão conectados, mas com sinal ruim. Possuir o sinal de qualidade apenas na sede não é suficiente para conectar as máquinas em operação no campo com os modernos softwares de controle da produção. Quando indagados sobre os principais desafios para adoção da conectividade na totalidade da área de produção, as respostas demonstram com mais

destaque a preocupação com o valor do investimento necessário para a implementação da tecnologia, 27% das respostas, seguido pelo desconhecimento sobre as novas tecnologias, 18% das respostas.

Sobre o tema sustentabilidade, fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) não foram destacados como elementos influentes na decisão de compra pelos respondentes da pesquisa, que ainda tendem a priorizar a redução do custo da produção, mencionada por 55%. Dito isso, 24% dos respondentes estariam dispostos a pagar um prêmio entre 5% e 20% no custo de aquisição de máquinas e implementos agrícolas que tragam benefícios socioambientais.

Todas essas respostas são analisadas de forma bem detalhada na pesquisa, que é bastante extensa e disponibiliza uma série de insights e dados extremamente relevantes para quem busca uma melhor compreensão a respeito do setor.

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