A mitigação das mudanças climáticas e o cumprimento das metas previstas pelo Acordo de Paris passam necessariamente pela transição energética da América do Sul, uma região rica em recursos naturais e que tem experimentado significativo avanço na implementação de energias renováveis.

Estes e outros insights podem ser conferidos na publicação Transição Energética na América do Sul, produzida pela KPMG, que analisa dados apresentados pelo Instituto de Energia em sua mais recente revisão das estatísticas globais do mercado de energia, Statistical Review of World Energy.

Entre outros pontos, o estudo destaca que a América do Sul já dispõe de uma matriz energética em que as energias renováveis representam mais de 30% de sua composição (ou cerca de 70%, se considerarmos apenas a geração de eletricidade).

Esses números superam as médias globais e até mesmo as de economias desenvolvidas. De acordo com o levantamento, a ascensão das energias renováveis na região é impulsionada pelas políticas governamentais voltadas à diversificação da matriz energética e à redução das emissões de carbono.

As energias solar e eólica têm sido as protagonistas desse movimento, embora algumas fontes menos exploradas, como a geotérmica e a biomassa, também estejam ganhando espaço na transição energética. Entre 2010 e 2019, a capacidade de geração de energia renovável na América do Sul, incluindo a hidrelétrica, cresceu de 147 milhões de kW para 220 milhões de kW.

Desafios dificultam transição energética

Excluindo a hidrelétrica, fontes como biomassa, solar e eólica experimentaram um crescimento exponencial, migrando de 20% para cerca de 70% do suprimento total de geração em um período de aproximadamente três anos.

Apesar desses avanços promissores, a América do Sul enfrenta diversos desafios para acelerar a transição energética e atender aos objetivos do Acordo de Paris. Entre esses desafios, incluem-se:

  • Necessidade de aprimorar políticas e regulamentações para fazer um direcionamento mais claro dos mercados na direção das energias renováveis.
  • Facilitar o acesso ao capital necessário para financiar projetos de energias renováveis, enfrentando questões macroeconômicas, como taxas de juros elevadas e inflação.
  • Acelerar a implementação de projetos de energia renovável.
  • Investir em soluções de armazenamento de energia, de modo a garantir o fornecimento contínuo de eletricidade oriunda de fontes intermitentes, como solar e eólica.
  • Mitigar os impactos das energias renováveis sobre a biodiversidade.
  • Facilitar a obtenção de licença social para operar, evitando assim potenciais conflitos com as comunidades locais.

Estes são apenas alguns dos desafios; existem outros. Mesmo assim, a América do Sul se destaca como uma das regiões mais comprometidas com a transição energética global. Cientes da importância de combater as mudanças climáticas, os países da região têm procurado diversificar suas fontes de energia e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Além disso, cumpre ressaltar que a adoção de energias mais limpas e oriundas de fontes renováveis requer urgência, conforme conclusões dos 197 países e territórios que participaram da última Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), realizada em Dubai (Emirados Árabes Unidos) em 2023.

No documento final, os países reconhecem a necessidade de acelerar a transição energética e reduzir de maneira profunda e sustentável as emissões poluentes. A ideia é triplicar a capacidade de geração de fontes renováveis e dobrar a taxa anual de melhorias em eficiência energética até 2030.

Em resumo, a transição energética na América do Sul é um processo complexo, porém crucial para expandir o uso de energias renováveis, reduzir as emissões de carbono e, desse modo, atender aos objetivos do Acordo de Paris e viabilizar a mitigação das mudanças climáticas. 

Transição Energética na América do Sul

Acesse a publicação e leia o conteúdo na íntegra.

Saiba mais

 

Fale com a KPMG

conecte-se conosco

Meu perfil

Conteúdo exclusivo e personalizado para você