Comitês de auditoria estão enfrentando uma série de desafios simultâneos, incluindo a crescente complexidade do ambiente de negócios, o maior envolvimento com questões ambientais, sociais e de governança (ESG) e a expansão do escopo e da complexidade da carga de trabalho e das responsabilidades desse órgão para endereçar riscos emergentes.

Realizada pelas redes globais do ACI Institute e do Board Leadership Center da KPMG, a pesquisa Desafios e Prioridades do Comitê de Auditoria  busca compreender melhor como seus membros e coordenadores estão conciliando suas atividades, suas responsabilidades e seu tempo neste contexto repleto de incertezas e disrupções.

O levantamento contou com a participação de mais de 760 respondentes, sendo 90 membros do ACI Institute Brasil (12%) e 179 (23,5%) da América Latina.

Desafios emergentes

Volatilidade econômica e geopolítica, ameaças cibernéticas, avanços tecnológicos, mudanças climáticas, disputa por talentos, agenda ESG e outros fatores intensificam a pressão sobre os riscos e o ambiente de controles e testam a  robustez da governança corporativa.

A maioria dos comitês de auditoria (59% no Brasil e 53% na América Latina) considera os processos de gerenciamento de riscos de suas empresas adequados e prontos a acompanhar o ritmo de transformação do ambiente de negócios.

No entanto, riscos digitais, possíveis falhas na supervisão de riscos emergentes, a retenção e o desenvolvimento de talentos na auditoria interna ou nas áreas financeira e contábil podem afetar essa confiança.

Os respondentes do levantamento esperam aumentar a efetividade do comitê de auditoria por meio da melhoria da qualidade e do fluxo de informações fornecidas pela gestão (48% no Brasil e 39% na América Latina). Também apostam na inclusão de especialistas para endereçar assuntos específicos, agendas mais focadas e mais tempo presencial com o  conselho de administração e a gestão entre as reuniões do comitê.

Outros destaques da pesquisa:

  • Comitês de auditoria têm atuado cada vez mais no monitoramento das divulgações relacionadas às questões ambientais e ao ESG, principalmente no cumprimento das exigências legais e de órgãos reguladores.
  • A segurança cibernética é uma preocupação recorrente, que ocupa cada vez mais espaço na agenda de prioridades.
  • As habilidades e a composição dos comitês de auditoria estão sendo avaliadas de perto, considerando possíveis lacunas de expertise e as estratégias para preenchê-las.
  • A supervisão dos riscos críticos para o negócio é uma responsabilidade compartilhada entre o comitê de auditoria e o conselho de administração, sendo que 40% dos respondentes brasileiros indicaram que o conselho é o principal responsável pela supervisão do gerenciamento de riscos.

Os dados também revelam que, tanto na América Latina quanto globalmente, as questões de compliance legal e regulatório foram as mais citadas como exemplos de riscos não relacionados às demonstrações financeiras e sujeitos a um monitoramento mais profundo do comitê de auditoria. Entre os respondentes brasileiros, segurança cibernética e Tecnologia da Informação (TI) foram o destaque, apontados por 82% dos respondentes.

Com relação ao ESG, segundo a pesquisa, o comitê de auditoria tem sido responsável por supervisionar o cumprimento das exigências legais e regulatórias (67% no Brasil, 65% na América Latina e 57% no recorte global). 

Desafios e Prioridades do Comitê de Auditoria

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