O foco nos fatores ESG e a aceleração da digitalização, aumento dos ataques cibernéticos, readequação dos modelos de trabalho, negócios e economia são apenas algumas das mudanças e pontos de atenção dos últimos 24 meses. Todos esses temas agregaram desafios emergentes e novas preocupações às agendas corporativas.
Em um ambiente em constante transformação, o papel do comitê de auditoria torna-se cada vez mais importante e desafiador.
A qualidade e a consistência das demonstrações financeiras sustentam fatores como confiança, transparência, relacionamento e reputação corporativos. Por isso, essa continua sendo a prioridade número um dos comitês de auditoria, como mostra a publicação Comitê de Auditoria: prioridades para a agenda de 2022, produzida pelo ACI Institute e o Board Leadership Center da KPMG no Brasil.
Comitês de Auditoria devem manter o foco na qualidade das demonstrações financeiras e no ambiente de controles internos
Mesmo com os riscos emergentes e a ampliação dos temas sob supervisão do comitê, é fundamental manter o foco nos seguintes aspectos:
- Projeções e notas explicativas.
- Informações apresentadas no formulário de referência.
- Consistência nas divulgações.
- Qualidade dos controles internos relacionados ao processo de fechamento contábil e de preparação das demonstrações financeiras.
O comitê de auditoria deve avaliar e debater com a gestão o ambiente de controles internos da empresa, principalmente aqueles relacionados à preparação das demonstrações financeiras e das informações divulgadas ao mercado.
Essa supervisão constante pode auxiliar a identificar processos que não foram adaptados para contornar as transformações nos modelos de negócios e nos perfis de risco, incluindo os emergentes.
Divulgações relacionadas às mudanças climáticas e às questões ESG e o alinhamento das responsabilidades
Relatórios corporativos relacionados a mudanças climáticas e outras questões ambientais, sociais e de governança (Environmental, Social and Governance - ESG), programas diversidade, equidade e inclusão (DE&I) e saúde e bem-estar da força de trabalho têm chamado a atenção de stakeholders.
O comitê de auditoria deve ser responsável por alinhar as informações publicadas nos diferentes canais corporativos para construir uma narrativa consistente. Esses tópicos devem ser pautas constantes nas interações com a diretoria.
É preciso considerar como são gerenciados e quais os impactos na geração de valor para a companhia e seus públicos de interesse. Além disso, o processo deve incluir a realização de benchmarkings, a análise de metodologias e padrões internacionais, o alinhamento das expectativas de stakeholders e a adequação do formato de comunicação com o mercado.
Demais pontos focais para os debates entre os conselheiros e membros de comitês: compliance, segurança cibernética, gestão de talentos e riscos
Na publicação, foram destacados 8 temas que são considerados prioritários para a agenda do comitê de auditoria em 2022:
- Manutenção do foco nas demonstrações financeiras e no respectivo ambiente de controles internos.
- Aprimoramento do foco da empresa em ética e compliance.
- Atenção à cibersegurança e ao aumento do risco de ataques de ransomware.
- Entendimento sobre como a tecnologia está impactando a gestão de talentos, a eficiência e a qualidade das áreas contábil e financeira.
- Garantia de que a auditoria interna está focada em riscos corporativos significativos.
- Gestão eficiente do tempo e da agenda do comitê de auditoria.
- Reforço da qualidade da auditoria das demonstrações financeiras e alinhamento das expectativas com o auditor independente.
- Monitoramento das divulgações relacionadas às mudanças climáticas e às questões de ESG, além do alinhamento das responsabilidades do comitê de auditoria.
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