Apesar dos avanços nas energias renováveis, os combustíveis fósseis ainda desempenham um papel dominante na matriz energética global e as emissões relacionadas à energia continuam a crescer. Essas constatações podem ser conferidas detalhadamente no Statistical Review of World Energy 2023 – em português, Relatório Estatístico Mundial de Energia 2023.
Trata-se da 72ª edição do estudo, que é realizado pelo Energy Institute (EI) juntamente com a KPMG. O relatório tem sido uma fonte fundamental de dados objetivos e abrangentes para a comunidade energética desde 1952.
Suas conclusões resultam da análise dos dados dos mercados mundiais de energia referentes ao ano anterior, fornecendo informações relevantes sobre a produção, o consumo e as emissões globais de energia.
Para melhor compreender a importância desse levantamento, é importante ter em perspectiva que o ano de 2022 foi marcado por várias perturbações, incluindo a recuperação pós-COVID, desafios geopolíticos e preocupações crescentes com o clima.
Entre os diversos insights trazidos nessa 72ª edição, incluem-se os seguintes pontos:
- Durante a recuperação pós-pandemia, os padrões de demanda por combustíveis de transporte começaram a retornar, embora com variações significativas em diferentes regiões e tipos de combustível.
- O conflito na Ucrânia levou os preços internacionais de gás a recordes históricos, além de impor mudanças sem precedentes nos fluxos globais de comércio de petróleo e gás.
- O setor de energia elétrica registrou uma expansão recorde no uso de fontes eólica e solar, que representaram aproximadamente 84% do crescimento líquido da eletricidade.
- O consumo global de energia primária cresceu 1%, mantendo a predominância dos combustíveis fósseis praticamente inalterada, correspondendo a 82% do total.
- As emissões relacionadas à energia continuaram a crescer, com um aumento de 0,8%, sendo que o uso de combustíveis de alto carbono anulou o forte crescimento das energias renováveis.
No geral, o estudo abrange os seguintes temas:
- Energia primária, sendo que o consumo global de energia primária teve um aumento de 1% em relação ao ano anterior, atingindo cerca de 3% acima do nível pré-pandemia de 2019.
- Emissões de Carbono: as emissões de dióxido de carbono provenientes do uso de energia, processos industriais, queima de gases e metano aumentaram para um novo recorde, crescendo 0,8% em 2022.
- Petróleo: os preços médios do petróleo atingiram US$101/bbl em 2022, o maior valor desde 2013.
- Gás Natural: os preços do gás natural atingiram níveis recordes em 2022, aumentando quase três vezes na Europa e duplicando no mercado asiático. A demanda global de gás natural diminuiu 3%, ficando abaixo da marca de 4 Tcm (trilhões de metros cúbicos) alcançada pela primeira vez em 2021.
- Carvão: os preços do carvão também atingiram níveis recordes em 2022, mas o consumo de carvão continuou a crescer, registrando 0,6% de aumento em relação a 2021. Esse crescimento da demanda foi impulsionado principalmente pela China e Índia.
- Energias Renováveis, Hidroelétrica e Nuclear: a geração de energia renovável (excluindo a hidroelétrica) aumentou 14% em 2022.
- Eletricidade: a geração global de eletricidade aumentou 2,3% em 2022. As fontes de energia renovável (excluindo a hidroelétrica) representaram 84% do crescimento líquido da demanda de eletricidade.
- Minerais-chave: os preços do carbonato de lítio e do cobalto aumentaram significativamente em 2022, com aumentos de 335% e 24%, respectivamente. A produção de lítio e cobalto também registrou aumento considerável (21%).
Assim, o relatório fornece informações vitais sobre o panorama energético global em 2022, destacando tendências importantes, desafios e oportunidades. Nesse sentido, o estudo mostra que, apesar dos avanços nas energias renováveis, os combustíveis fósseis continuam dominantes na matriz energética global.
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