Principais tendências no reporte de informações de dados ambientais, sociais e de governança pelas empresas no Brasil e no mundo

Novo cenário regulatório e expectativas do mercado e da sociedade exigem que empresas mudem abordagem de divulgação de dados sobre o tema

Nos últimos anos, os relatórios de sustentabilidade foram produzidos em sua maioria voluntariamente. No entanto, o contexto atual mudou as regras do jogo, com o relato integrado já tendo se tornado obrigatório e regulado em diversas partes do mundo e o mercado – em especial investidores – exigirem cada vez mais transparência na divulgação desses dados, além das demandas da sociedade.  

Por isso, as perspectivas para a divulgação de informações sobre o assunto devem mudar significativamente. A publicação Grandes Mudanças, Pequenos Passos – Pesquisa Global de Relatórios de Sustentabilidade 2022, desenvolvida pela KPMG, traz insights sobre como atender a essas novas demandas.

No estudo, foram analisados relatórios de sustentabilidade e reportes públicos de 5.800 empresas em 58 países e territórios – incluindo mil empresas e dez países da América Latina, entre eles o Brasil.

Metodologias contribuem para mensuração de resultados

Além de analisar como os tópicos avaliados em edições anteriores evoluíram (como taxas de relatórios integrados, perda de biodiversidade, riscos climáticos e metas de descarbonização), a edição atual da pesquisa incluiu o exame de fatores adicionais, como por exemplo o uso de avaliações de materialidade e relatórios sobre riscos de governança social e corporativa.

O estudo traz, também, Hoje, já há requisitos e estruturas definidas para o desenvolvimento dos relatórios de sustentabilidade, tornando esse processo consistente e permitindo a mensuração e a comparação dos impactos e resultados.Normas consolidadas como as da GRI (Global Reporting Initiative) já são globalmente aceitas, e novas metodologias, como as da TNFD (Taskforce on Nature related Financial Disclosures) estão ampliando o escopo dos relatórios.

As tendências para o futuro

Após a análise dos dados levantados pela pesquisa, cinco grandes tendências foram identificadas para o desenvolvimento de relatórios de sustentabilidade nos próximos anos:

  1. Crescimento gradual da divulgação das informações sobre sustentabilidade com o uso de normas que consideram as avaliações da materialidade, incluindo os stakeholders.
  2. Aumento da divulgação dos riscos relacionados ao clima, conforme orientação da TCFD (Task Force on Climate Related Financial Disclosures), e das metas de redução de emissão de carbono,.
  3. Maior conscientização sobre os riscos de perda de biodiversidade.
  4. Informações relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU priorizam quantidade à qualidade.
  5. Dados sobre riscos climáticos são os mais divulgados, seguidos por riscos sociais e de governança.

Na América Latina, empresas estão conscientes dos riscos relacionados às questões ESG

Entre as maiores empresas latino-americanas analisadas pelo estudo, foi possível observar que:

  • 69% delas geram relatórios de sustentabilidade.
  • 50% reconhecem e relatam perdas de biodiversidade como um risco para a empresa.
  • 35% reconhecem o componente social e 39% as mudanças climáticas como riscos para os negócios.
  • 74% identificam a materialidade em seus relatórios.
  • 72% divulgaram suas metas de descarbonização
  • 57% associaram metas de redução das emissões de carbono
  • O Brasil lidera o ranking de relatores de biodiversidade da região (58%) seguido pelo Perú (53%) – mas ainda está abaixo de outros países, como Reino Unido (77%), Tailândia (68%), África do Sul (68%) e Japão (64%).
  • O Brasil lidera a América Latina com 76% das empresas apresentando dados relacionados aos ODSs, seguido por Peru (70%), México (70%) e Chile (67%).

No Brasil, maioria das grandes empresas divulgam dados sobre sustentabilidade

Os dados obtidos pela pesquisa no Brasil refletem que as empresas do País têm atuado de maneira consistente na divulgação de relatórios sobre sustentabilidade. Entre as informações levantadas, foi verificado que, entre as empresas do grupo N1001:

  • 86% informam sobre aspectos ESG.
  • 76% incluem informações sobre sustentabilidade e 57% uma declaração formal de asseguração em relatórios financeiros anuais.
  • 48% adotaram as recomendações do TCFD para relatórios de sustentabilidade.
  • No Brasil, entre as 86 maiores empresas que reportam questões ESG, 90% divulgaram metas de descarbonização.

65% das 100 maiores empresas brasileiras incluíram as mudanças climáticas em suas análises de risco, um aumento de 19% em relação a 2020Além destes números, o estudo revelou que a principal metodologia utilizada para o desenvolvimento de relatórios de sustentabilidade no Brasil é a da GRI, com 93% de adesão pelas empresas. As abordagens do SASB (Sustainability Accounting Standards Board) (com 64%) e as Stock Exchange Guidelines (com 21%) são a segunda e terceira opções de preferência das empresas brasileiras, respectivamente.

A pesquisa reflete o cenário atual dos relatórios de sustentabilidade e as lacunas que ainda precisam ser preenchidas para atender aos requisitos regulatórios. Esses insights devem contribuir para que as organizações possam responder às exigências regulatórias enquanto criam impacto e geram valor para os seus stakeholders.

Grandes Mudanças, Pequenos passos - Global Survey of Sustainability Reporting 2022: América Latina

Acesse o estudo e leia o conteúdo na íntegra.


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