Adotado por 93% das empresas consultadas pela KPMG nesta 4ª edição da Pesquisa Perfil do Hotline no Brasil 2024, o canal de denúncias é um dos pilares para o programa de compliance das organizações.
O canal promove a transparência e a ética ao facilitar denúncias de práticas inadequadas e atividades ilegais. A 4ª edição desta pesquisa investigou a maneira como as organizações implementam e utilizam o sistema para a detecção de condutas inadequadas.
As 67 empresas entrevistadas se dividem nos segmentos de agronegócio, automotivo, consumo e varejo, energia e recursos naturais, indústria, ciências da vida, saúde, serviços financeiros e tecnologia, entre outros.
A edição apresentou um alto índice de empresas com canais de denúncias, com 93% dos entrevistados possuindo o serviço de hotline. Cerca de 45% dessas empresas afirmam ter recebido mais de 120 denúncias dessa forma no último ano.
A Pesquisa Perfil do Hotline no Brasil 2024
A pesquisa aponta que a principal tarefa do canal de hotline é transmitir segurança e confiabilidade, com 85% dos denunciantes preferindo não se identificar para evitar conflitos, demonstrando a importância do anonimato no funcionamento do canal.
A gestão do hotline é responsabilidade do setor de compliance em 55% das empresas. Para 84% das empresas que possuem o canal, o canal e o primeiro atendimento ao denunciante são operados por terceiros contratados para essa finalidade.
Em comparação à pesquisa passada, as boas práticas de mercado cresceram de forma significativa (de 19% a 27%) como motivação para a implementação da hotline. As influências de aspectos regulatórios também apresentaram crescimento acentuado (de 14% a 21%).
A pesquisa aponta que o website vem perdendo espaço como canal de denúncias mais utilizado, caindo de 78% para 59%. Outro dado relevante é o fato do investimento no canal de denúncias de 33% dos entrevistados chegar a R$60 mil anuais.
Na apuração das denúncias, a coordenação é a principal acusada na maioria das denúncias por má conduta, a gerência e a coordenação por assédio moral, analistas e staff por assédio sexual e, também, analistas e staff por discriminação.
Entre os dois levantamentos, houve um crescimento na detecção de fraudes no estágio inicial (de 14% para 22%) graças ao serviço de hotline. Também houve redução do risco de compliance com terceiros” (9% a 11%) e na “melhoria de processos”.
Quanto ao plano de ação, a maioria delega as decisões a um comitê de ética (35%), enquanto 32% afirmam que “depende da gravidade da denúncia”. Para 11%, a responsabilidade é do compliance, para 10% do investigador e para 10% do CEO.
A pesquisa levou em conta uma maioria de empresas nacionais (61%) e o restante multinacionais. Dentre as empresas consultadas 70% possuem capital fechado e 62% têm receita operacional bruta anual acima de R$1 bilhão.
Mesmo entre as empresas que não possuem hotline, existe ao menos um serviço de SAC ou ouvidoria atuando com o mesmo propósito, comprovando a importância desse serviço.
A adoção do hotline mostra a crescente preocupação com políticas de compliance e práticas de governança corporativa. O canal de denúncias é recebido com confiabilidade e adesão, mostrando-se uma ferramenta essencial para as boas práticas empresariais.