Diferentes minerais, tais como o cobre e os Elementos Terras Raras (ETR), figuram como fundamentais ao processo de transição energética. Em artigo, a KPMG avalia o potencial econômico da exploração desses minérios para a América do Sul.

Na região, o Chile é o maior produtor mundial de cobre; o Peru é o terceiro. Argentina e Brasil, por sua vez, são respectivamente o 14ª e o 15ª principais produtores desse minério.

O Chile integra ainda, junto com Argentina e Bolívia, o chamado “Triângulo do Lítio”; os três países concentram cerca de 65% das reservas mundiais dessa commoditie. O Brasil detém a segunda maior reserva global de ETRs e é o segundo maior produtor de grafite do mundo.

É certo que o mundo terá que passar por uma transição energética profunda, voltada principalmente a substituir os chamados “combustíveis fósseis” por fontes mais “limpas” – ou seja, não emissoras de gases de efeito estufa (GEEs) – e renováveis.

Diversos países já assumiram metas mais ou menos ambiciosas para alcançar o net zero ou net zero carbon (emissões líquidas zero, em tradução livre). Esse cenário relaciona-se diretamente com a demanda crescente por minerais, inclusive ETRs.

Em outras palavras, a busca pelo net zero tende a impulsionar a demanda por minerais essenciais à viabilização de tecnologias limpas – sem eles, a transição energética não se concretiza. 

De painéis solares a carros elétricos

Um veículo elétrico precisa de seis vezes mais recursos minerais do que um veículo a combustão; já uma usina eólica onshore requer nove vezes mais insumos minerais do que uma usina a gás.

Se as turbinas eólicas forem instaladas offshore, a demanda por materiais será ainda maior: estas exigem até três vezes mais cobre do que as usinas instaladas em terra firme.

Como se vê, embora a energia limpa seja uma esperança para o controle da temperatura média do planeta, sua viabilização implica no uso intensivo de uma vasta gama de minerais.

Para os países sul-americanos, essa necessidade é uma oportunidade de negócios – e fonte de desafios relativos à sustentabilidade da exploração desses minerais. Também falta infraestrutura adequada à exploração de minérios. Para suprir essa necessidade, é necessário investimentos, que nem sempre são viáveis em nações que enfrentam problemas socioeconômicos históricos.

Outro ponto é a revisão das legislações ambientais e tributárias em boa parte dos países sul-americanos, pois barreiras regulatórias e pesada tributação sobre os lucros de mineração inibem investimentos.

Mas, como aponta a KPMG, a demanda global por minerais essenciais ao processo de transição energética já cresceu, tende a se expandir e pode representar um novo cenário para os países sul-americanos. 

  

  

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