ESG para líderes

Esta é a 12ª edição da Newsletter ESG, a primeira de 2023. Entre os destaques, trazemos uma cobertura especial sobre a Conferência de Biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP15.

Nós também trazemos uma entrevista especial com David Greenall, Global Managing Director, Climate Risk, Decarbonization & Resilience da KPMG International; Carolin Leeshaa, Natural Capital and Biodiversity Global Leader da KPMG International; e Orlaith Delargy, Biodiversity lead EMA da KPMG na Irlanda.

Os especialistas compartilharam suas visões acerca da COP15, incluindo os desafios e as oportunidades para as empresas de agora em diante. Confira as demais reflexões dos entrevistados no blog ESG para líderes

Não deixe de participar do nosso quiz sobre biodiversidade.

Boa leitura!

Quiz ESG

Biodiversidade: palavra que se destacou no fim de 2022 e promete atrair mais holofotes em 2023. A biodiversidade pode ser definida como a variabilidade entre os seres vivos de todas as origens, o que garante a recuperação de ecossistemas mesmo quando as condições são adversas. A biodiversidade é essencial para mantermos funcionando os ecossistemas que suportam a vida, incluindo recursos hídricos e estabilidade climática.

Hoje, o mundo enfrenta duas crises simultâneas e extremamente interconectadas: do clima e da biodiversidade. Segundo o Greenpeace, somente 15% das florestas do mundo estão intactas, e apenas 3% dos oceanos estão livres da pressão humana causada pela extração de recursos naturais e má gestão de resíduos.

Considerando esse cenário, líderes globais se reuniram em mais uma reunião de cúpula da ONU. Desta vez, o encontro, intitulado “Conferência de Biodiversidade (COP15)”,  foi totalmente direcionado para a crise da biodiversidade.

No evento – realizado em Montreal (Canadá), entre 7 e 19 de dezembro de 2022 –, os países que se reuniram, após muitas negociações, firmaram um acordo global para reverter a tendência atual de extinção de espécies e ecossistemas, com ambição semelhante ao Acordo de Paris para o Clima.

Os países participantes concordaram em preservar um terço da natureza do planeta até 2030 e estabeleceram metas para a proteção de ecossistemas vitais, como florestas tropicais e pântanos, e dos direitos dos povos indígenas. O acordo firmado marca o compromisso dos países com a biodiversidade para a próxima década.

Nossa pergunta

Sua empresa conhece o impacto de suas operações e sua cadeia de valor sobre a preservação da biodiversidade?

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Conferência de Biodiversidade, a COP15

Acordo de Paris da Biodiversidade: o chamado 30 por 30
Representantes de 188 países aprovaram um compromisso global para interromper a perda da diversidade biológica e promover a restauração dos ecossistemas. O Marco Global da Biodiversidade (GBF, na sigla em inglês) contém 23 metas para a preservação do meio ambiente. O grande símbolo é a meta 3, conhecida como “30 por 30”, a qual estabelece que 30% das áreas terrestres e marinhas terão de ser protegidas até 2030. O texto também evidencia o setor privado, pois os países signatários se comprometeram a garantir que empresas “monitorem e divulguem regularmente os riscos, as dependências e os impactos na biodiversidade ao longo de suas cadeias produtivas”. Em breve, teremos mais notícias acerca do assunto.


Fundo global para proteção da biodiversidade
Um grupo de 69 países em desenvolvimento fez uma declaração pedindo recursos financeiros para preservar a natureza, além de um fundo específico para conservação. A iniciativa visa estabelecer um mecanismo de financiamento que seja dedicado à biodiversidade. O embaixador brasileiro, Leonardo Cleaver de Athayde, que esteve à frente do grupo, acrescentou que “com um Marco global ambicioso, assumiremos um fardo maior do que outros na sua implementação”. O embaixador enfatizou que a adoção do Marco deve ser acompanhada por um pacote robusto de mobilização de recursos.


Brasil liderará países megadiversos pela agenda de conservação
O País foi eleito presidente do grupo dos países megadiversos com posições afins na Conferência. O bloco concentra entre 60% e 70% da biodiversidade global e é formado por 18 nações em desenvolvimento. A COP15 tem três pilares: conservação, uso sustentável e repartição de benefícios. Enquanto o bloco dos países desenvolvidos investe no tema da conservação, os países em desenvolvimento buscam fortalecer os outros dois. Agora, com a liderança, o Brasil espera elevar o perfil do bloco e ganhar destaque na implementação do novo marco global da biodiversidade.


Empresas comprometidas
Buscando defender o direcionamento de investimentos para soluções que gerem impacto positivo sobre a natureza e o estímulo a projetos inovadores, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou o programa “Plataforma de Ação pela Natureza”. A iniciativa, um movimento do setor privado, busca entender, proteger e gerir sua dependência e seus impactos na biodiversidade por meio da implementação coletiva das novas estruturas, metas e legislações internacionais.


Investidores comprometidos
Um grupo de investidores institucionais anunciou a formação da “Nature Action 100”, uma iniciativa global que se concentra em mobilizar investidores para impulsionar ações relativas à natureza nas empresas de sua propriedade. Os investidores se concentrarão em organizações de setores-chave, com os maiores impactos e dependências de recursos naturais, para garantir que estejam tomando as ações necessárias para proteger e restaurar os ecossistemas.

Destaques da KPMG sobre a COP15

COP15: um novo marco
Confira as reflexões das especialistas em Biodiversidade da KPMG!


Protegendo a biodiversidade
Durante a COP15, a KPMG no Canadá anunciou que investirá US$ 500 mil em serviços profissionais pro-bono para apoiar projetos liderados por organizações indígenas que tem como principal objetivo proteger a biodiversidade e a natureza. Nos próximos meses, a KPMG no Canadá trabalhará junto com as instituições para implementar a iniciativa, prevista para ser lançada ainda em 2023. Confira!


Resource Centre
A página “COP15 Resource Centre”, a exemplo da COP27, foi idealizada para compartilhar insights relevantes sobre os potenciais impactos dos acordos firmados durante a Conferência tanto nos negócios quanto na sociedade. Os conteúdos abordados também podem apoiar os líderes empresariais a entender melhor o tema, ajudando-os a implementar ações mensuráveis e a identificar oportunidades de transformação que priorizem um futuro sustentável. Vale conferir!


Um passo essencial
Após os governos chegarem a um acordo, Noeleen Cowley, Head of Financial Services ESG da KPMG UK, comentou a conquista dos países participantes. Em nota, Noeleen declara que “a COP15 foi cunhada como o 'momento de Paris' para a natureza, mas o 'acordo de Kunming-Montreal' indiscutivelmente fornece mais clareza a respeito do que os governos esperam das empresas em comparação ao Acordo de Paris.” Leia!


Reflexões sobre a COP15
A COP15 estabeleceu uma estrutura global para interromper e reverter a perda de biodiversidade com forte ênfase no papel do setor privado, mas ainda há muito trabalho a ser feito. Essa é uma das reflexões realizada pela KPMG da Irlanda, cujo objetivo foi evidenciar que alcançar o net zero não será possível sem se tornar positivo para a natureza. Confira a análise!


Biodiversidade marinha
A COP15 também estabeleceu um plano ambicioso para garantir que, até 2050, tenhamos uma visão compartilhada da humanidade vivendo em harmonia com a natureza. Para isso, países e territórios buscam a transição para uma economia verde que seja socialmente inclusiva, eficiente em termos de recursos e descarbonizada. Nessa linha, os oceanos desempenham um papel-chave, pois, além de serem cruciais para regular o clima e o tempo, fornecem habitats para espécies importantes e ecossistemas marinhos de valor inestimável para a biodiversidade. Entenda!


Survey of Sustainability Reporting
Apesar da crescente conscientização sobre a perda da biodiversidade como uma questão crítica, apenas 40% do N100 e 46% do G250 reconhecem a perda da natureza ou da biodiversidade como um risco para seus negócios. Na América Latina, metade das empresas do N100 na região relata riscos à biodiversidade, enquanto na Europa apenas 39% das empresas N100 estão relatando e 45% na América do Norte. Confira mais detalhes no estudo “Survey of Sustainability Reporting”.

ESG no Brasil e no mundo

Na Europa, novas regras para a igualdade de gênero nos conselhos de administração
Após dez anos da proposta inicial, o Parlamento Europeu adotou regras de referência para a igualdade de gênero nos conselhos de administração. A legislação visa introduzir procedimentos de recrutamento transparentes nas empresas, de modo que pelo menos 40% dos cargos de administrador não executivo ou 33% de todos os cargos de administrador sejam ocupados por mulheres até junho de 2026. As empresas cotadas em bolsa terão de fornecer anualmente dados sobre a representação dos gêneros nos seus conselhos de administração às autoridades competentes.


Veto a commodities ligadas a desmatamento
A União Europeia aprovou uma regulação que proíbe a entrada no bloco de commodities produzidas em áreas de florestas desmatadas após 31 de dezembro de 2020. A partir da entrada em vigor da legislação, traders e operadores que trouxerem mercadorias de fora da UE precisarão fornecer as geolocalizações de seus produtos até a terra da fazenda onde foram produzidas. A Comissão Europeia ainda definirá os países que considera de risco “alto”, “baixo” e “padrão” para desmatamento.


Reconhecimento da ONU
O Pacto Trinacional da Mata Atlântica, esforço para restaurar 15 milhões de hectares de florestas na Argentina, no Brasil e no Paraguai, foi reconhecido como Iniciativa de Referência da Restauração Mundial, condecoração das Nações Unidas que valoriza 10 esforços pioneiros para reavivar o mundo natural. Agora, o Pacto passa a receber apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), no âmbito das atividades da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas.


Novas regras para registrar créditos de carbono
O Banco Central do Brasil editou, em novembro de 2022, a Instrução Normativa n° 325 para regulamentar a contabilidade de instrumentos financeiros ligados a mecanismos de sustentabilidade climática e socioambiental. Em nota, o BC informou que a medida visa dar maior transparência à utilização desses ativos pelas instituições financeiras, dirimir eventuais incertezas e padronizar o seu registro contábil. A medida está em vigor desde 1º de janeiro de 2023.


UE: novas regras para companhias aéreas
As companhias aéreas da União Europeia (UE) serão obrigadas a pagar pelo excesso de emissões de carbono, conforme um novo acordo do Conselho e Parlamento Europeu. A diretriz faz parte do roteiro “Fit for 55” da Comissão Europeia, uma iniciativa que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 55% até 2030. Embora as companhias recebam licenças gratuitas para evitar o pagamento de emissões de carbono, o novo acordo eliminará gradualmente essas licenças entre 2024 e 2026.


Estados Unidos foca no hidrogênio verde
Nos Estados Unidos, duas empresas anunciaram planos de investir US$ 4 bilhões para construir a primeira instalação de produção de hidrogênio verde em “megaescala” no Texas. Com capacidade prevista de mais de 200 toneladas métricas por dia de hidrogênio e incluindo cerca de 1,4 gigawatts (GW) de geração de energia eólica e solar, espera-se que o projeto seja a maior instalação de hidrogênio verde do país. A instalação deve iniciar as operações comerciais em 2027.

KPMG - Impactando a agenda ESG

Para nossa rede

A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais
Indicadores demonstram melhorias e fortalecimento das boas práticas de governança corporativa nas empresas abertas brasileiras em 2022. Essa é uma das conclusões da 17ª edição da publicação “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, realizada pelo ACI Institute e Board Leadership Center. Entre os destaques, estão o aumento da participação feminina nos conselhos de administração, o aumento de empresas com comitês de auditoria e o maior esforço na divulgação de informações relacionadas aos pilares ESG. Leia!


Líderes sul-americanos apostam no crescimento
A pesquisa “KPMG 2022 CEO Outlook - recorte da América do Sul” revela otimismo entre os CEOs sul-americanos. De modo geral, o estudo confirma que 91% dos executivos sul-americanos confiam no crescimento de suas empresas. Há nítido foco em alianças e em fusões e aquisições, em detrimento do crescimento orgânico por meio do investimento com seus próprios recursos, o que afeta as iniciativas de ESG, por exemplo.


Mapeamento de oportunidades
O Brasil conta com inúmeras oportunidades para o crescimento dos negócios nos mais variados setores. Embora o cenário atual apresente obstáculos, o País tem potencial para atrair investidores e ampliar mercados. No entanto, a amplitude da economia demonstra que atuar no País implica conhecer a sua complexidade e rica diversidade. Por isso, o “Guia de Negócios no Brasil: Mapeamento de Oportunidades” traz uma fotografia regional e setorial, contribuindo com insights valiosos sobre o Brasil.


ESG em nossas operações

Buddies Academy
O Buddies Academy é um programa gratuito da KPMG, cujo propósito é ajudar as pessoas com deficiência a avançar no mercado de trabalho. Vale relembrar que recentemente foi celebrado o dia da pessoa com deficiência, uma data importante que, além de celebrar conquistas, ajuda a conscientizar toda a sociedade para a importância da igualdade de oportunidades. Conheça o Buddies Academy!


Além dos jogos: a verdadeira oportunidade do Metaverso
Em um mundo phygital, o ambiente virtual encontra a realidade. Com o Metaverso, esse cenário se transformou em experiências imersivas, que abriram novos caminhos para a sociedade. No intuito de explorar o tema, a KPMG realizou o estudo “Além dos jogos: a verdadeira oportunidade do Metaverso”. Os consumidores que participaram da pesquisa esperam que o Metaverso abra oportunidades para interação social e treinamento profissional, mas ainda há preocupação com a privacidade de dados.

Conhecimento em pauta

O treinamento executivo em ESG é dedicado a preparar executivos que querem compreender mais sobre os riscos ambientais, sociais e de governança.

Saiba mais
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Tansparency Report 2022
A KPMG International firmou um compromisso de investir mais de US$1,5 bilhão em iniciativas relacionadas aos pilares ESG.

Confira
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Esperamos que a leitura tenha sido inspiradora!

Envie um e-mail para nossos especialistas: esg-faleconosco@kpmg.com.br.

Nelmara Arbex

Sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Marcio Barreto

Sócio de ESG e Risk Advisory da KPMG no Brasil

Felipe Salgado

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Kin Honda

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

André Winter

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Sebastian Soares

Sócio-líder de Serviços de Asseguração da KPMG no Brasil e na América do Sul

Luis Wolf Trzcina

Sócio-líder de ESG & Tax da KPMG no Brasil

Eliete Martins

Sócia-líder de Governança Corporativa da KPMG no Brasil

Maria Eugenia Buosi

Sócia de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil

Bruno Youssif

Sócio-diretor de ESG Financial Risk Management da KPMG no Brasil

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