Transformação contínua é a receita de resiliência das empresas familiares

A dinâmica ágil e informal das empresas familiares sempre foram aspectos positivos para o seu crescimento. Conforme o mundo enfrenta as consequências da pandemia da covid-19, essas características se tornaram fundamentais para a sobrevivência de muitas delas.

No entanto, a necessidade de transformação não é exclusivo desses negócios - ela permanece no radar de todas as empresas. No passado, quando os líderes empresariais falavam sobre a necessidade de mudança, isso era geralmente associado a um projeto especial em uma área bem definida.

Com a crise sanitária e econômica iniciada em 2020, essa dinâmica foi completamente alterada. Hoje, as organizações de todos setores já se adaptaram para reagir rapidamente – da introdução de canais de vendas on-line para clientes à transição bem-sucedida para o trabalho remoto para funcionários.

A capacidade de reinventar a organização e realizar essa estratégia com sucesso são alguns dos segredos por trás da resiliência e longevidade de muitas empresas familiares. Essas são algumas das conclusões do estudo Como Sustentar uma Cultura de Transformação Contínua nas Empresas Familiares, produzido pela KPMG.

Para entender melhor esse modelo empresarial direcionado à mudança constante, foram consultados líderes de empresas familiares em diversos setores e países da Europa, África e Ásia, a fim de discutir o papel da transformação contínua em um mundo pós-pandemia.

Os executivos entrevistados concordam que o planejamento e as iniciativas de adaptação devem incluir o propósito e a cultura da família e da empresa, e considerar o impacto humano, ambiental e social, a governança e a prestação de contas.

Em uma cultura de mudanças frequentes, é essencial que haja uma figura central responsável por garantir a motivação, a pressão, a energia e a dedicação necessárias para entender o que realmente está acontecendo na empresa, quais são as perspectivas futuras e conduzir a implementação concreta das iniciativas.

A relevância dessa responsabilidade está refletida no interesse expresso pelos participantes do estudo, que destacaram o papel essencial da formalização de mecanismos de governança. Por meio do estabelecimento de conselhos familiares com um consultor externo independente, é possível questionar objetivos, estratégias e ações que a família planeja tomar.

Embora não existam soluções únicas para a transformação contínua, a implementação de melhores práticas em termos de processo é um exercício possível. Esse compromisso pode ser iniciado com uma missão compartilhada e duradoura para criar valor para a família, a empresa e seus diversos stakeholders.

Além disso, deve haver um foco em ações deliberadas, estabelecendo nas empresas familiares uma estrutura em que as decisões sejam tomadas de maneira proativa e com responsabilidade.