América do Sul reúne esforços para redução das emissões de gases de efeito estufa na região

Argentina, Brasil e Chile ganham destaque em ranking global de países com melhor desempenho nas iniciativas destinadas a zerar a emissão líquida de carbono

A redução da emissão líquida de gases de efeito estufa ainda é um desafio para grande parte dos países. Na pesquisa Net Zero Readiness Index 2021: América do Sul, conduzida pela KPMG, foi constatada a dificuldade em implementar planos para alcançar a meta de zerar as emissões nas regiões responsáveis pelo maior volume de projeção desses gases na atmosfera.

O estudo global (Net Zero Readiness Index 2021), que deu origem ao recorte sul-americano, foi realizado em 32 países e territórios, que são os responsáveis por cerca de três quartos das emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs).

Neste grupo de grandes emissores, foi estabeleciodo um ranking, em que foram classificados os 25 países com melhor desempenho na corrida para o net zero – a redução dos GEEs produzidos pela sociedade em um nível próximo de zero – com base no progresso até o momento e nas iniciativas estabelecidas.

A América do Sul marcou presença no ranking com três países da região: Chile, Brasil e Argentina, que alcançaram o 16º, 18º e 22º lugares, respectivamente.

Destaque na região, o Chile já publicou planos detalhados com o compromisso de descarbonizar a geração de eletricidade até 2040. Entre uma das principais iniciativas, está o fechamento de dez usinas de carvão.

Apesar da mobilização governamental e dos investimentos e esforços realizados em prol da redução das emissões, o país andino registra ainda um baixo uso de veículos elétricos e tem baixa disponibilidade de infraestrutura de carregamento elétrico.

No Brasil, o uso extensivo de energia hidrelétrica, além de outras fontes renováveis de energia, contribui para alcançar o objetivo de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.

No entanto, o avanço do desmatamento e dos incêndios florestais comprometem a capacidade brasileira de atingir as metas estabelecidas. Embora seja um cenário desafiador, a forte presença dos biocombustíveis na frota veicular (como etanol e biodiesel) ressalta o papel do país na apresentação de soluções alternativas aos combustíveis fósseis.

Apesar da forte dependência em relação aos combustíveis fósseis na Argentin, houve progressos significativos na redução do uso de veículos de passageiros e do desmatamento. Um dos exemplos das práticas implementadas é um sistema de informações para rastrear as emissões de GEEs.

Um fator relevante na Argentina é que poucas empresas publicam dados padronizados sobre suas emissões de GEEs. As organizações que adotam essa prática, em geral, são multinacionais orientadas por suas matrizes no exterior. Sem informações objetivas, prever e registrar o cumprimento das metas se torna um desafio complexo.

Em comum, os três países presentes no estudo têm vastos recursos naturais para a produção de energia a partir de fontes renováveis e sustentáveis, além de conhecimento e acesso a novas tecnologias.

Porém, a deficiência nos mecanismos de controle das emissões de gases de efeito estufa e a ausência de estratégias coordenadas e de longo prazo que envolvam empresas, governos e sociedade ainda representam um gargalo importante para o cumprimento da meta de zero emissão líquida na América do Sul.