CEO Outlook 2022

CEOs optimistas sobre a economia global mas prevêem uma recessão rápida e ligeira

CEOs optimistas sobre a economia global mas prevêem uma recessão rápida e ligeira

  • Mais de oito CEOs em cada dez prevêem uma recessão ao longo dos próximos 12 meses, e mais de metade espera que seja curta e ligeira.

  • No entanto há confiança no crescimento a longo prazo da economia global e das próprias empresas.

A edição de 2022 do estudo CEO Outlook da KPMG – que questiona mais de 1.300 CEOs, incluindo líderes portugueses, oriundos das maiores empresas do mundo – revela-nos que 58% dos líderes globais espera que a recessão seja ligeira e de curta duração. Catorze por cento dos altos executivos internacionais identifica a recessão entre as preocupações mais prementes da actualidade – valor ligeiramente acima do início de 2022 (que era de 9%), enquanto que a fadiga pandémica lidera a lista com 15% dos votos.

No que toca a medidas para o futuro, a estratégia preferida dos CEOs portugueses (36%) para atingir os objectivos de crescimento das suas empresas, é a criação de alianças com parceiros estratégicos, por oposição a 26% dos CEOs internacionais. As Fusões e Aquisições (F&A) seguem em segundo lugar destas medidas, com votos de 28% dos CEOs portugueses e de 11% dos CEOs internacionais.


Estes CEOs já passaram tempos desafiantes: uma pandemia global, tensões geopolíticas, pressões inflacionárias e dificuldades financeiras. Adversidades sucessivas que testam a resiliência dos CEOs em todas as áreas de negócio. Embora não seja surpreendente que o clima económico é agora a principal preocupação dos líderes empresariais, é reconfortante assistir aos elevados níveis de confiança entre os líderes executivos nas suas próprias empresas e testemunhar as suas perspectivas de crescimento a longo prazo. Os acontecimentos dos últimos anos criaram uma verdadeira turbulência para a comunidade empresarial. As conclusões deste completo e abrangente estudo pretendem gerar insights e proporcionar bases para algum optimismo cauteloso, que os gestores, depois de enfrentarem e ultrapassarem estas provações, estarão mais confiantes na capacidade de resiliência das suas empresas e esperamos que os mercados sigam o exemplo, mitigando algumas das maiores incertezas que todos nós, enquanto gestores, sentimos.


Vitor Ribeirinho
CEO/Chairman da KPMG Portugal


Relativamente à apetência para as F&A, 60% dos CEOs portugueses e 39% dos CEOs globais, revela que a sua apetência para as Fusões e Aquisições é moderada – ponderam realizar aquisições de impacto moderado nas suas organizações. Já o apetite alto para as F&A provém dos CEOs internacionais (47%), face aos 28% dos líderes portugueses que manifestam intenção elevada de realizar F&A com um nível de impacto grande nas suas companhias.

Durante o próximo ano, mais de oito em cada dez (86%) CEOs globais prevêem que uma recessão seja atingida, com 1% dos líderes a prever que esta recessão terá um impacto nos lucros da empresa até 10%. Uma grande maioria dos altos executivos mundiais acreditam que uma recessão irá perturbar o crescimento previsto (73%). No entanto, três quartos (76%) já tomaram medidas de precaução antes de uma recessão iminente.

Apesar destas preocupações, os CEOs internacionais também se sentem nitidamente mais confiantes sobre a resiliência da economia durante os próximos seis meses (73%) comparativamente à mesma análise em Fevereiro deste ano (60%). Além disso, 71% dos líderes globais estão confiantes quanto às perspectivas de crescimento da economia global nos próximos três anos (contra 60% no início de 2022) e quase nove em cada 10 (85%) estão confiantes quanto ao crescimento da sua organização.

No top três das preocupações que mais pressionam o negócio dos CEOs portugueses, encontram-se: o risco reputacional com 28% das respostas, a fadiga e a incerteza pandémica (20%), e a retenção de talento (12%). Já os CEOs globais dizem que o maior desafio para as suas empresas é a fadiga e a incerteza pandémica com 15%, os factores económicos (como a recessão, taxas de juro, etc) com 14%, e as tecnologias emergentes e disruptivas com 11%. No entanto, os líderes portugueses identificam a cibersegurança como a maior ameaça de todas ao seu negócio, com 24% das respostas, por oposição aos CEOs globais, com 6% das repostas. O risco de reputação está a suscitar maior preocupação entre os CEOs, pois em resposta aos desafios geopolíticos, 51% das organizações globalmente deixaram de trabalhar com a Rússia e 34% pretendem fazê-lo durante os próximos seis meses.

Sobre a transformação digital, embora a actual incerteza esteja a levar os CEOs internacionais a continuar a priorizar a transformação digital, 40% das empresas a nível global fizeram uma pausa nas suas estratégias de transformação digital e 37% planeiam fazê-lo nos próximos seis meses.

O ambiente cibernético está a evoluir a passos rápidos, com 77% dos líderes internacionais a afirmar que a sua organização vê a segurança da informação como uma função estratégica e como uma vantagem competitiva. A incerteza geopolítica está também a suscitar preocupações de ataques cibernéticos corporativos, de acordo com sete em dez dos CEOs globais (73%). Contudo, mais CEOs reconhecem que estão mal preparados para um ataque cibernético com quase um quarto (24%) a admiti-lo em 2022, em comparação com 13% em 2021.

A longo prazo, mais de um quarto das empresas a nível internacional acredita que o avanço da digitalização e da conectividade empresarial são vitais para alcançar os objectivos de crescimento. Setenta e quatro por cento também concordam que os investimentos estratégicos da sua organização no digital e em ESG estão intimamente ligados.

Os CEOs globais reconhecem a importância das iniciativas dos ESG para as suas empresas, especialmente quando se trata de melhorar o desempenho financeiro e impulsionar o crescimento. De facto, 69% dos executivos de topo a nível mundial observaram uma maior procura por parte dos stakeholders no sentido de uma maior informação e transparência sobre a estratégia de ESG (58% em 2021).

Cinquenta e dois por cento dos CEOs nacionais e 34% dos líderes globais confirma que o maior acelerador para a estratégia de ESG nas suas organizações traduz-se numa maior pro-actividade para os temas sociais (direitos humanos, etc). Como maior desafio à sua estratégia de ESG, os CEOs portugueses identificam a dificuldade de implementar métricas (28%), contra 14% dos CEOs internacionais. Mas o maior desafio dos CEOs internacionais à estratégia de ESG das suas empresas são outros assuntos/prioridades mais relevantes que possam surgir e desviar a atenção do ESG, com 17% das respostas, face a 0% das respostas por parte dos CEOs nacionais.

Dos CEOs inquiridos, 49% dos portugueses e 14% dos globais declaram que a estratégia de ESG reduz a performance financeira das suas empresas. Por oposição a 28% dos CEOs portugueses e 35% dos CEOs internacionais, que defendem que a estratégia de ESG melhora a performance financeira das suas organizações.

Mais de um terço (38%) dos CEOs mundiais afirmam que as suas organizações encontram grandes desafios para articular uma narrativa convincente sobre o ESG. Quase três quartos dos inquiridos (72%) também acreditam que o escrutínio dos temas ESG pelos stakeholders – igualdade de género, impactos climáticos, etc. – vai continuar a acelerar.

Sobre a KPMG

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