Já imaginou ter um “manual verde” que ajuda a distinguir o que é verdadeiramente sustentável do que é apenas aparência?

É exatamente isso que a União Europeia criou com a Taxonomia Verde, uma ferramenta essencial para empresas, investidores e governos.

  

O que é a Taxonomia Verde?

A Taxonomia Verde Europeia é um sistema de classificação que identifica atividades económicas sustentáveis com base em rigorosos critérios técnicos. A ideia é simples: direcionar investimentos para projetos que realmente ajudem o ambiente, como reduzir emissões de carbono, proteger a biodiversidade ou promover a economia circular, entre outros.

Esta ferramenta nasce da necessidade urgente de combater as alterações climáticas e evitar o chamado greenwashing – práticas e ações aparentemente “verdes”, mas que na realidade têm pouco ou nenhum impacto positivo. Ao fornecer critérios claros, a taxonomia torna mais fácil "separar o trigo do joio".

 

Porque é importante?

A transição para uma economia sustentável exige investimento. A Taxonomia Verde ajuda a canalizar esse capital, promovendo transparência e credibilidade. Para as empresas, torna-se um guia sobre como alinhar as suas atividades às metas ambientais da UE; para investidores, é uma bússola para decidir onde aplicar o dinheiro de forma responsável.

 

Um exemplo prático

Imagine uma empresa de energia renovável... para cumprir os critérios da taxonomia, precisa provar que as suas operações, como parques eólicos ou centrais solares, contribuem para a mitigação das alterações climáticas e que não causam danos significativos a outros objetivos ambientais, como a proteção da biodiversidade.

Este alinhamento não é só para "ficar bem na fotografia". Garante a esta empresa o acesso a financiamento europeu ou a investidores internacionais focados em práticas sustentáveis. Assim, o impacto é real: mais energia limpa, menos emissões.

 

Um futuro mais claro

A Taxonomia Verde não é apenas uma ferramenta técnica; é um convite para repensarmos como fazemos negócios e usamos os nossos recursos. Para empresas portuguesas, esta é uma oportunidade de liderar na transição verde, ganhando competitividade no mercado global.

Com esta “bússola ambiental”, cada decisão de investimento pode ser um passo em direção a um futuro mais sustentável – e não há melhor investimento do que o planeta que todos partilhamos.

 

*Artigo de Tiago Henriques, ESG Senior Manager da KPMG Portugal, para o ECO, em fevereiro de 2025