Casa Mendes Gonçalves
A KPMG tem o prazer de trabalhar lado a lado com stakeholders que apostam num futuro promissor.
A Casa Mendes Gonçalves fez questão de trilhar um caminho disruptivo e inovador nos princípios ESG, mas é de salientar que a grande diferença começa nas suas pessoas.
Obrigado Casa Mendes Gonçalves!
Falámos com Bruno Amorim, CFO da Casa Mendes Gonçalves, que nos deixou a sua perspetiva sobre como inovaram em ESG.
Leia aqui o testemunho:
1.
Como nasceu a ideia de emitir o primeiro Social Bond em Portugal, claramente disruptivo no panorama de emissões de green finance?
Quando começámos a olhar para a estrutura do nosso financiamento, percebemos que queríamos caminhar ao lado do ESG, enquanto pauta das nossas preocupações diárias e sempre presente na nossa gestão.
Na verdade, quando se fala em financiamento verde, tendencialmente, falamos de green bonds, afinal o produto mais procurado e com mais emissões feitas. Como gostamos de ser disruptivos, olhámos para aquilo que são os nossos projetos e dentro do programa de acolhimento e integração dos nossos refugiados, achámos que fazia todo o sentido emitirmos social bonds.
Foi um caminho que fizemos questão de trilhar de imediato, precisamente por ser disruptivo e inovador e também muito promissor, seja do ponto de vista interno, seja do ponto de vista da forma como nos relacionamos com os nossos stakeholders e com as comunidades em que nos movemos.
2.
Quais os principais desafios e oportunidades desde a ideia inicial até à emissão dos Social Bonds?
Uma emissão destas tem, de facto, muitos desafios. Desde logo pelo valor da emissão ser relativamente baixo para este tipo de financiamento. Contudo, conseguimos que o CaixaBI e a CGD percebessem a importância desta emissão e acolhessem a nossa iniciativa. Quando demos por nós, o desafio tinha-se tornado uma oportunidade.
Outro desafio, em nada menor, foi construir um framework de financiamento sustentável, que é algo que nunca tínhamos feito. E foi aí que a KPMG fez a diferença ao prestar-nos uma ajuda e uma colaboração que nos permitiu construir um documento robusto e completamente ajustado àquilo que são, efetivamente, os nossos projetos e pretensões.
A grande oportunidade reside, mesmo, em podermos ter concretizado o que ainda ninguém tinha feito em Portugal. Podermos ter sido a primeira empresa portuguesa a fazer uma emissão de social bonds, ancorada num tema tão urgente e perentório do nosso país e assim ser parte da solução e até da sensibilização para o mesmo. É o tipo de pioneirismo que muito nos satisfaz e de que muito nos orgulhamos.
3.
Quais os conselhos que pode dar às empresas portuguesas que ainda olham para as oportunidades de sustainable loans ou bonds com desconfiança?
Depois de termos percorrido tão fascinante caminho e de termos sentido já algum do sabor do sucesso, só podemos afirmar que não há que haver desconfiança. Esse será, inevitavelmente, o caminho.
Cada vez mais os bancos vão selecionar projetos ao abrigo das regras do ESG. Os fundos vão estar mais concentrados aqui, como é aqui que se concentrará a maior disponibilidade de dinheiro. O BCE está a enquadrar a sua estratégia nesse sentido. Naturalmente que continuará a haver funding fora das linhas ESG, mas muito mais caro.
Portanto, o melhor conselho a dar ao tecido empresarial português será mesmo começar a fazer o caminho, porque apesar de poder revelar dificuldades, há vitórias que são possíveis no imediato. Em primeira e última instância, caminham dentro dos princípios do ESG e é mesmo aí que reside a grande solução.
4.
Qual foi o contributo da equipa ESG da KPMG durante todo o processo?
Foi, sem dúvida, um contributo essencial. Estar com a KPMG garantiu-nos a possibilidade de termos o nosso framework totalmente estruturado e fiel à realidade Casa Mendes Gonçalves. Tivemos muita sorte de ter uma equipa incrível que nos acompanhou.
E, em particular, cabe-me uma palavra de especial apreço ao Pedro Cruz, ao João Torres e à Beatriz Soeiro. Individualmente e em equipa, de forma muito pronta e disponível, sempre nos ajudaram com um nível de rigor e de profissionalismo a todos os títulos louvável.
Verdade é que, desde o primeiro minuto, a KPMG acreditou nesta emissão e na nossa estratégia. E fez questão de estar do nosso lado, sem grandes receios, por estar envolvida num tipo de emissão que ainda não tinha sido feito em Portugal.
Ser inovador e, sublinho, disruptivo, faz-nos dar passos acauteladamente maiores, mas também mais seguros por sentirmos que nos rodeamos dos que, comungando do nosso arrojo, da nossa visão e da nossa determinação, neles veem a oportunidade de nos ajudar e consolidar conhecimento. Quando assim é, as parcerias para o desenvolvimento acontecem e tudo corre ainda melhor.
Muito obrigado KPMG.
Bruno Amorim
CFO
Casa Mendes Gonçalves