O estudo analisa os passos que 24 países, bem como os principais setores, estão a dar para reduzir as emissões de gases de efeito estufa que causam as alterações climáticas, avaliando o seu grau de preparação para atingir a meta da neutralidade carbónica em 2050. Identifica ainda insights fundamentais para entender e superar os desafios da transição energética, procurando contribuir para ajudar as organizações a acelerar o seu ritmo nesta longa e desafiante jornada.

Pedro Cruz
Partner de Auditoria
KPMG Portugal

A KPMG publicou pela primeira vez o Net Zero Readiness Index em 2021, algumas semanas antes da conferência COP26 das Nações Unidas sobre alterações climáticas em Glasgow. O evento conduziu a que 153 países apresentassem novas metas de emissões para 2030 e a que mais de 90% da produção económica mundial e das emissões a nível mundial fossem cobertas por acordos net zero.

As tentativas de eliminar de forma gradual o uso do carvão, o maior contribuinte para as alterações climáticas, falharam, como resultado da linguagem mais fraca utilizada para "reduzir gradualmente" o seu uso no acordo final.

O presidente da COP26, Alok Sharma, afirmou que a conferência manteve viva a esperança de manter o aumento da temperatura global neste século dentro do limite de 1,5ºC, acrescentando, porém, que "o seu pulso está fraco". 

Nos últimos dois anos, foram vários os países que tomaram medidas com vista ao objetivo net zero, mesmo que a maioria tenha ainda um longo caminho a percorrer. Alguns anunciaram novas políticas significativas para apoiar a descarbonização, incluindo o REPowerEU na Europa. Os sistemas de comércio de licenças de emissão estão a expandir-se em vários países, e a UE está a introduzir gradualmente o seu Mecanismo de Ajustamento Carbónico Fronteiriço, uma ideia que outros países poderão vir a adotar. O bloco está também a introduzir regulamentos no sentido de bloquear a importação de produtos ligados à desflorestação, mostrando de que forma algumas jurisdições planeiam acelerar os seus avanços no sentido de cumprirem os compromissos de emissões net zero.

No próximo ano, empresas de vários países começarão a reportar os seus riscos e planos em matéria de alterações climáticas.

A produção de energia renovável continua a expandir-se rapidamente por todo o mundo, o investimento está a aumentar rapidamente e há indicações de que se está a tornar cada vez mais difícil obter financiamento para alguns projetos ligados aos combustíveis fósseis. A produção de energias renováveis e a consequente reestruturação das redes elétricas, terão inevitavelmente um impacto em alguns ambientes locais, na sua biodiversidade e nas comunidades. Iremos assistir a mais conflitos entre o local e o global, no entanto, se quisermos atingir o objetivo net zero e manter as luzes acesas, teremos que construir novas infraestruturas de energia.

Clean energy, wind power and photovoltaic power generation, and energy-efficient light bulbs to solve future energy shortages

Estas questões estão entre aquelas discutidas neste Net Zero Readiness Report. O relatório explora o grau de preparação de 24 países com base em entrevistas feitas a especialistas locais da KPMG. Este relatório também examina as tendências globais em setores fundamentais no combate às alterações climáticas: a economia, a eletricidade, os transportes, a indústria transformadora, os edifícios, as infraestruturas, o petróleo e o gás, a agricultura e a economia azul.

Nestes países e setores, são vários os exemplos de progresso na área da descarbonização, incluindo o crescimento nas vendas de veículos elétricos, embora vindo de um nível baixo na maioria dos países. Em nome de todos os especialistas da KPMG envolvidos, esperamos que este relatório possa contribuir para ajudar as organizações a acelerar o seu ritmo na longa caminhada em direção ao net zero.

Net Zero Readiness Report 2023



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Country profiles

Clique em cada país para saber mais sobre a sua preparação e capacidade para atingir emissões net zero até 2050.

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