Na KPMG, tenho duas áreas de responsabilidade distintas. Uma a nível nacional, em que sou responsável da área de consultoria para os setores não financeiros e, portanto, inclui todo um arco-espécie de setores – que vão desde o setor industrial à área de grande consumo, do governo à área de saúde, à infraestrutura, mas também as TMT’s (Tecnologia, Media & Telecomunicações). E depois, na segunda área de responsabilidade que tenho, com foco específico nesta área das TMT’s, e portanto, em que eu sou responsável do Centro de Excelência de Telecomunicações para a região EMA (Europe, Middle East & Africa), dentro do que é o contexto de operação global da nossa firma.
Em ambas as responsabilidades acaba por ser a mesma natureza de atividades, isto é, há que estar muito próximo dos nossos clientes, perceber quais são as tendências globais que estão a impactar os seus negócios, que desafios específicos é que têm no seu dia a dia no cumprimento dos seus planos estratégicos, e depois trazer – em conjunto com eles e com as nossas equipas, sejam elas locais ou internacionais – as soluções certas, soluções essas que muitas vezes são a incorporação de tecnologia, mas também são modelos operativos, são melhorar modelos de interação com pessoas.
"O primeiro investimento a fazer é nas pessoas, não tanto na tecnologia, mas primeiro nas pessoas. Tudo passa por as organizações conseguirem dotar as suas pessoas com um nível de literacia tecnológica adequada, para depois entenderem a arte do possível com a tecnologia que aí vem."
Dentro do que é o modelo operativo que nós temos hoje, eu categorizo o nosso portefólio de serviços em dois grandes “buckets”.
Um primeiro, mais tradicional, em que nós no contexto da consultoria trazemos o Connected, o Powered, o Trusted Enterprise, com modelos de referência, com modelos de maturidade, em que conseguimos, de uma forma rápida e ágil, comparar as práticas dos nossos clientes, com o que são as práticas de referência.
E depois, no segundo bucket, um modelo de operação mais arriscado, em que nós, em conjunto com os nossos clientes, fazemos co-criação de soluções, testamos e pilotamos novos conceitos, partilhamos riscos e sucessos e, por vezes, também fracassos.
E, honestamente, acredito que principalmente esta segunda categoria, é a categoria por onde vai passar o nosso futuro, em que vamos conseguir fazer de forma diferente o que é o caminho dos nossos clientes, potenciando o que nos trouxe até aqui.
O primeiro investimento a fazer é nas pessoas, não tanto na tecnologia, mas primeiro nas pessoas. Tudo passa por as organizações conseguirem dotar as suas pessoas com um nível de literacia tecnológica adequada, para depois entenderem a arte do possível com a tecnologia que aí vem.
Depois, no segundo aspeto – que também é particularmente importante – tem tudo a ver com o ecossistema de parceiros, isto é, toda a incorporação de tecnologia e toda a digitalização de processos passa por criar soluções de valor com diferentes parceiros, em diferentes momentos da cadeia de valor dos nossos clientes. Isso só é possível com parceiros em que efetivamente se acredita, se confia e que se consegue ter ali um modelo de partilha de risco e de valor.
O segredo da KPMG? Eu normalmente nas conversas que tenho com os nossos clientes, refiro-me ao IOT.
Sendo que IOT não é o “Internet of Things” ou Internet das Coisas, mas é o “I” de Independência na forma como nós trabalhamos: nós temos um modelo de negócio multidisciplinar que no seu ADN tem sempre a independência na forma como aconselhamos os nossos clientes, e esse é um aspeto essencial! O “O” de obsessão – obsessão pelos nossos clientes, obsessão pelas agendas dos nossos clientes, e as nossas equipas são particularmente obsessivas, do ponto de vista positivo. E “T” de talento.
E, portanto, só é possível incorporar esta mudança nos processos de trabalho dos nossos clientes com pessoas que efetivamente conhecem a indústria, conhecem as tendências em profundidade e com isso, depois, conseguem ajudar a desenhar as soluções que os nossos clientes precisam.
