A alimentação tem um papel fundamental na sociedade, mas discussões sobre a nutrição da população mundial tendem a se reduzir ao papel dos agricultores, processadores e varejistas, raramente reconhecendo o sistema alimentar como um todo unificado.
A pandemia da Covid-19 soou os alarmes sobre a situação da segurança alimentar. Muitos experimentaram a escassez de alimentos pela primeira vez à medida que as cadeias de suprimento sofriam com falhas que demonstravam a fragilidade dos sistemas alimentares.
As mudanças climáticas e tensões geopolíticas afetam rotas comerciais e cadeias de suprimento. O futuro reside em colaborações não apenas entre participantes tradicionais do setor alimentício, mas também organizações de toda a economia em setores como energia, saúde, tecnologia e outros.
Tendo reconhecido todos esses desafios, analisamos as principais alavancas para impulsionar o desenvolvimento da alimentação global e como as organizações estão começando a responder a elas para criar o sistema alimentar do amanhã.
Dez questões chave para criar um futuro resiliente
- É preciso repensar o uso da terra agrícola, reimaginando sistemas de produção de alimentos para reduzir os efeitos negativos que estes têm na terra.
- As mudanças climáticas não são mais uma ameaça no horizonte, mas um problema presente que nos obriga a remodelar nossos sistemas alimentares para manter a estabilidade e viabilidade.
- A escassez de recursos hídricos assola mais da metade da população mundial, a. Soluções para a falta de água e para o estresse nos sistemas hídricos devem ser tratadas como prioridade.
- A expectativa de vida aumentou, mas a qualidade da saúde diminuiu. É importante que o sistema alimentar reconheça seu papel nesse processo não apenas como fornecedor de calorias, mas como uma plataforma para a saúde.
- O sistema alimentar global evoluiu para tornar alimentos abundantes e baratos, o que por consequência consolidou uma mentalidade de monocultura e baixo custo, baseada em uma abordagem única para todos os tipos de comida.
- Não há falta de comida para distribuir à população mundial, mas são necessários sistemas mais inteligentes e coragem para remodelar modelos de negócios de forma a priorizar o acesso à alimentação com equidade.
- O subsídio a agricultores auxilia na produção, mas também possui consequências não intencionais que prejudicam a resiliência do sistema alimentar.
- Os riscos microbianos causam disrupções cada vez mais perigosas para os sistemas alimentares, ameaçando a saúde, o comércio e a segurança alimentar.
- A alocação de capital influencia desde o que é cultivado até o ritmo da inovação e a resiliência das cadeias de suprimento.
- A tecnologia é o catalisador que acelera e modela o sistema alimentar global.
Sobre o relatório
Essa pesquisa foi realizada por meio de um questionário destinado a setores que impactam diretamente o futuro dos sistemas alimentares, com mais de 200 respondentes oferecendo seus insights com o objetivo de unir forças para construir uma indústria alimentar resiliente.
Nosso objetivo é incentivar líderes empresariais a considerar como essas dinâmicas se interseccionam com suas prioridades estratégicas e de que forma o envolvimento proativo na transformação do sistema alimentar pode criar valor duradouro para a sua organização e partes interessadas.