Qual é a alteração proposta?
Atualmente, não existem orientações específicas para traduzir as demonstrações financeiras de uma moeda funcional não hiperinflacionária para uma moeda de apresentação hiperinflacionária. Esse cenário ocorre quando uma empresa apresenta suas demonstrações em uma moeda hiperinflacionária, mas possui:
- uma moeda funcional não hiperinflacionária; ou
- uma operação estrangeira com moeda funcional não hiperinflacionária.
Para reduzir a diversidade de práticas e melhorar a utilidade das informações para investidores, o International Accounting Standards Board (IASB) propôs emendas ao IAS 21 (The Effects of Changes in Foreign Exchange Rates). A proposta especifica que, nesse caso, a empresa deve usar a taxa de fechamento para traduzir todos os valores das demonstrações financeiras (incluindo os comparativos) para sua moeda de apresentação.
Além disso, a empresa seria obrigada a:
- Divulgar que utilizou essa abordagem; e
- Resumir informações financeiras sobre suas operações estrangeiras impactadas, quando aplicável.
A proposta seria aplicada retrospectivamente, com a data de efetivação a ser definida posteriormente. A aplicação antecipada seria permitida.
Como a alteração afetaria as demonstrações financeiras?
Sob os requisitos de tradução atuais, ativos e passivos são traduzidos usando a taxa de fechamento na data de reporte, enquanto receitas, despesas e outros componentes do patrimônio líquido são traduzidos utilizando taxas históricas. As diferenças resultantes de tradução são reconhecidas na reserva de tradução de moeda estrangeira (em outros resultados abrangentes), o que pode crescer significativamente em ambientes hiperinflacionários.
Com a proposta, a empresa usaria a mesma taxa de fechamento para traduzir todos os valores, incluindo componentes do patrimônio líquido, para a moeda de apresentação. Isso reduziria o crescimento excessivo da reserva de tradução de moeda estrangeira, alinhando seu comportamento com outros componentes do patrimônio.