A KPMG divulga as últimas tendências globais sobre relatórios de sustentabilidade

O estudo KPMG Survey of Sustainability Reporting 2022, que está em sua 12ª edição, analisa as tendências sobre a divulgação de informações sobre sustentabilidade em todo o mundo. As empresas estão atualmente pressionadas pelas estruturas obrigatórias e regulamentadas a respeito de dados e relatórios de sustentabilidade, que tornam a divulgação das informações mais consistentes e permitem aos líderes empresariais e aos stakeholders medir e comparar os impactos e os resultados das organizações.

Além do elemento regulatório, o estudo KPMG 2022 CEO Outlook mostra que 55% dos líderes de empresas de tecnologia e telecomunicação acreditam que os programas ambientais, sociais e de governança (Environmental, Social and Governance - ESG) melhoram o desempenho financeiro das organizações.

Esse dado aumentou significativamente em relação à pesquisa realizada no ano passado (38% para empresas de tecnologia e 28% para empresas de telecomunicações), revelando que os executivos devem considerar investimentos de recursos humanos e financeiros para as iniciativas de sustentabilidade e os compromissos de longo prazo associados à elaboração e apresentação de relatórios sobre o tema.

Para a publicação KPMG Survey of Sustainability Reporting 2022, foram analisados relatórios financeiros, de sustentabilidade e de questões de ESG, além de sites das 100 principais empresas em 58 países e territórios.

No total, foram analisadas 5.800 empresas, mencionadas como o grupo "N100" no estudo, representando uma amostra global completa. As empresas de tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT) respondem por 10% do grupo N100.

O setor de TMT é líder na elaboração e apresentação das metas de redução de carbono

A Força-Tarefa de Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (Task Force on Climate-related Financial Disclosures - TCFD) foi criada em 2015 pelo Conselho de Estabilidade Financeira (Financial Stability Board) para aprimorar a elaboração e apresentação de informações corporativas sobre os riscos relacionados ao clima e permitir aos stakeholders financeiros considerar os riscos relacionados ao clima em suas decisões.

Em dois anos, isso estimulou mais da metade das empresas do grupo N100 a divulgar as metas de redução climática e de carbono de alguma forma. Esse número está em 71% hoje.

Setores com uso intensivo de recursos naturais, como o automotivo e o de mineração, emergiram como líderes na elaboração de relatórios sobre metas de carbono. No entanto, um crescimento notável no setor de TMT é muito animador, e agora ele ocupa a terceira posição entre todas as indústrias, depois de passar de 61% em 2017 para 81% em 2022.

As empresas de TMT há muito tempo são socialmente conscientes sobre a gestão ambiental e estão alavancando seus recursos e visibilidade para inovar e influenciar nessa área.

Apresentação de informações sobre metas de carbono por setor (2017-2022)

Fonte: KPMG, 2022.

Adoção de recomendações da TCFD por empresas de TMT cresce significativamente

O estudo apresenta um aumento notável das empresas que estão adotando as recomendações da TCFD, especialmente porque os países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) concordaram em exigir relatórios financeiros relacionados ao clima alinhados à TCFD em 2021. Agora, um terço (34%) do grupo N100 do estudo utiliza as recomendações da TCFD — quase o dobro do número de 2020.

A adoção das recomendações da TCFD é liderada pelos setores automotivo (60%), de mineração (50%) e de TMT (45%). A adoção pelas empresas de TMT mais do que dobrou desde 2020, um número que ultrapassou muitos dos outros principais setores.

À medida que as divulgações sobre as questões ESG continuem ganhando impulso nos mercados de capital, a preparação e comunicação de informações climáticas claras e consistentes será essencial para todas as empresas. Apesar da tendência de alta ser encorajadora, ainda há claramente espaço para melhorias.

Adoção das recomendações da TCFD por setor (2020-2022)

Fonte: KPMG, 2022.

O setor de TMT está defasado em relação a relatórios de risco à biodiversidade

Em 2020, o estudo da KPMG investigou pela primeira vez a maneira como as empresas relatam os riscos relacionados à perda de áreas nativas e de biodiversidade, mas considerando somente os setores com risco "alto ou médio".

Em 2022, essa visão foi ampliada para todos os setores. O reconhecimento desses riscos se tornou mais urgente e pronunciado com aqueles relativos aos recursos naturais e à biodiversidade, que têm impactado os negócios e suas cadeias de suprimentos.

A análise em todos os setores mostra que uma média de 40% do grupo N100 atualmente divulga informações sobre a perda de biodiversidade ou de recursos naturais como um risco para o negócio.

Apesar do setor de TMT não ser considerado de alto ou médio risco, o benchmark inicial deste ano mostra que 30% das empresas da indústria relataram o risco de biodiversidade. Esse número é significativamente abaixo da média e é uma área de oportunidades para empresas de TMT.

Percentuais de divulgação de informações sobre biodiversidade por setor (2020-2022)

Fonte: KPMG, 2022.

A divulgação de informações sobre riscos de biodiversidade requer este seja um trabalho desenvolvido rapidamente, já que o fortalecimento da biodiversidade e dos recursos naturais mundiais podem amenizar as mudanças climáticas.

A implementação de novas normas para a divulgação de informações, como as da Força-Tarefa de Divulgações Financeiras relacionadas à Natureza (Task Force on Nature-related Financial Disclosures – TNFD), é essencial para estimular melhorias para as divulgações e padronização dos dados.

As empresas de TMT lideram os relatórios de asseguração novamente

A asseguração externa independente de relatórios de sustentabilidade aumenta a credibilidade das informações e estimula a confiança com os stakeholders. A adoção geralmente começa com uma asseguração limitada. Então, após um certo período, por meio do amadurecimento dos mercados e dos requisitos regulatórios, o padrão é direcionado a uma asseguração mais adequada.

Quase metade (49%) do grupo N100 obteve asseguração independente de terceiros em 2020. Em 2022, a taxa de asseguração diminuiu para 47% nessa mesma amostra, mas uma regulamentação adicional poderia aumentar esse percentual nos próximos anos.

O setor de TMT lidera o ranking entre os demais nessa métrica, mostrando progresso constante nas últimas três edições da pesquisa. Atualmente, essa indústria tem uma taxa de asseguração de 64%, muito acima da média do grupo N100.

Percentual de asseguração por setor (2017-2022)

Fonte: KPMG, 2022.

Considerações sobre relatórios de sustentabilidade para empresas de TMT

A elaboração de relatórios de sustentabilidade é um campo em rápida evolução com várias abordagens, mas com requisitos muitas vezes sobrepostos ou sem padronização global. A variedade de métricas de ESG e de formatos de divulgação utilizados é vasta e muda de acordo com o setor, tamanho, complexidade e localização da empresa. O desempenho da organização pode ser classificado por índices e padrões de referência diferentes.

Além disso, um número cada vez maior de investidores considera tanto os dados não financeiros quanto os financeiros da mesma maneira. Eles acreditam que as empresas que medem e relatam os riscos de ESG têm mais probabilidade de gerenciá-los melhor e agregar mais valor a longo prazo.

A seguir, são apresentadas algumas estratégias que podem ser implementadas pelas empresas de TMT para a elaboração de relatórios de sustentabilidade:

  • Avaliar o impacto das mudanças climáticas nas divulgações das demonstrações financeiras.
  • Alinhar o relatório de sustentabilidade e de ESG com os principais formatos de relatórios obrigatórios e facultativos, como as recomendações da TCFD e as normas da Global Reporting Initiative (GRI) e do Sustainability Accounting Standards Board (SASB).
  • Conhecer as expectativas dos stakeholders sobre quais informações eles gostariam de receber.
  • Criar relatórios de ESG com base nas avaliações de materialidade e em benchmarking.

A KPMG pode contribuir com as empresas do setor de TMT para fortalecer sua credibilidade, mitigar riscos e gerar valor para a construção de um futuro sustentável. Entre as iniciativas, podem ser realizados treinamentos, avaliações de materialidade, análise das informações para atender com conformidade às exigências sobre relatórios de ESG e benchmark em relação às boas práticas sobre o assunto.

 

Referências

KPMG. KPMG Survey of Sustainability Reporting 2022. Disponível em: <https://home.kpmg/xx/en/home/insights/2022/09/survey-of-sustainability-reporting-2022.html>. Acesso em: dez. 2022.

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