Pesquisa anual da KPMG realizada com 915 executivos do setor de automóveis atuantes em 30 países mostra que 83% deles confiam que a indústria automobilística terá um crescimento mais rentável nos próximos cinco anos.

Em 2021, somente 53% faziam projeções tão positivas. Mas, a médio e curto prazos, predomina a cautela: 76% estão preocupados que a inflação e as altas taxas de juros prejudiquem os negócios.

Em relação ao mercado de veículos elétricos, 82% dos respondentes disseram acreditar que, nos próximos 10 anos, esses automóveis serão amplamente adotados, mesmo sem subsídios governamentais (como os que existem hoje nos Estados Unidos).

Os executivos ouvidos pela pesquisa da KPMG também mostraram mais realismo ao comentar as perspectivas de vendas de veículos elétricos: eles projetam um incremento de 10% a 40% nas vendas.

Em levantamentos anteriores (esta é a 23ª edição da Pesquisa Anual Global de Executivos do Setor Automotivo da KPMG ), chegou-se a falar em incremento de 70% nas vendas de automóveis elétricos.

Consumidores digitais

Com a série de novos modelos, participantes e tecnologias, o cliente terá cada vez mais escolhas à disposição. Como, então, tomará sua decisão de compra dentro de cinco anos?  

Os respondentes acreditam que, para fazer frente à concorrência, as apostas mais estratégicas devem focar o desempenho (80%) e a imagem da marca (64%). A privacidade e a segurança dos dados também serão fatores-chave.

Sobre a privacidade de dados, 40% dos respondentes acreditam que o consumidor prefere que os dados associados a seu veículo sejam protegidos pelas montadoras; o segundo maior percentual (19%) acredita que o consumidor prefira que isso seja feito pelas concessionárias.

A boa notícia é que, na visão de 80% dos executivos que participaram da pesquisa da KPMG, as montadoras têm segurança cibernética adequada e mecanismos de proteção à privacidade de dados do cliente.

As compras on-line devem se tornar cada vez mais comuns, assim como a assinatura de serviços de software. O mercado de seguros de automóveis é visto como uma oportunidade de crescimento para as montadoras.

Vulnerabilidade na cadeia de suprimentos

Os executivos permanecem bastante preocupados com o fornecimento de commodities e componentes para baterias e eficiência energética, tais como:

  • Lítio e outros componentes da bateria: 51% estão muito preocupados ou extremamente preocupados
  • Elementos de terras raras: 52% estão muito preocupados ou extremamente preocupados
  • Semicondutores: 54% estão muito preocupados ou extremamente preocupados
  • Aço, alumínio cobre, petróleo: 57% estão muito preocupados ou extremamente preocupados
  • Petróleo e Gás e outros combustíveis fósseis: 57% estão muito preocupados ou extremamente preocupados
  • Outros componentes elétricos para o powertrain: 49% estão muito preocupados ou extremamente preocupados
  • Materiais leves especiais (por exemplo: titânio e magnésio): 57% estão muito preocupados ou extremamente preocupados
  • Metais especiais (por exemplo, aços de força e eletricidade): 55% estão muito preocupados ou extremamente preocupados

Em resposta a tais problemas, as montadoras e seus fornecedores estão fazendo mudanças significativas em suas estratégias relacionadas à cadeia de suprimentos. A pandemia e, posteriormente, o conflito Rússia-Ucrânia expuseram as fragilidades das cadeias globais.

Nesse cenário, o fornecimento local de matérias-primas, especialmente para baterias componentes, tornou-se uma alta prioridade. Atualmente, grande parte da mineração e do processamento de metais de importância crítica é feita na China.

Isso tem feito os players do setor olharem para outros potenciais fornecedores. A migração para os automóveis elétricas exigirá novas minas e refinarias de lítio, cobalto e níquel, por exemplo.

Na União Europeia, a partir de 2035, será proibido comercializar carros novos movidos a gasolina e diesel. Também foram apresentadas propostas mais rigorosas em relação às metas de redução das emissões de CO2 para carros novos e vans.

Na China, o governo estabeleceu como meta que os veículos elétricos respondam por 40% do total de vendas de automóveis do País até 2030; nos Estados Unidos, por sua vez, a Lei de Redução da Inflação de 2022 estabeleceu política de subsídios para fabricação, mineração e processamento de baterias.

Outro ponto alto do cenário global de automóveis diz respeito às tecnologias e aos players que estão ingressando no setor: de acordo com 90% dos respondentes, as startups terão um efeito significativo sobre essa indústria.

Mais da metade dos executivos confiam que suas respectivas empresas estejam caminhando bem rumo à Indústria 4.0, tornando-se capazes de extrair benefícios de tecnologias como machine learning, automação, robótica e impressão 3D.

Este artigo reúne apenas alguns dos muitos aspectos apresentados pela Global Automotive Executive Survey 2022 (GAES 2022), realizada com executivos do setor de automóveis. Vale a pena conferi-la na íntegra.

  

  

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