Tanto os investimentos em venture capital quanto o número de transações caíram globalmente para níveis inéditos desde 2020 durante o terceiro trimestre de 2022. Em todo o mundo, a redução nesse tipo de investimento ocorreu pelo terceiro trimestre consecutivo: de US$ 136,8 bilhões no segundo trimestre para US$ 87 bilhões no terceiro trimestre de 2022.

Nas Américas, a queda nos recursos também foi significativa. Os investimentos em venture capital na região, que foram de US$ 76 bilhões no segundo trimestre, diminuíram para US$ 45 bilhões no terceiro trimestre de 2022.

Esses são alguns dos principais dados trazidos pela publicação Venture Pulse Q3 2022, produzida pela KPMG. O estudo considera que esse resultado não surpreende, tendo em vista os diversos desafios geopolíticos e macroeconômicos mundiais de 2022 e a possibilidade de uma recessão global no próximo ano.

Por isso, no terceiro trimestre de 2022, os investidores de venture capital adotaram uma abordagem cautelosa em seus investimentos, levando mais tempo para avaliar os negócios do que nos trimestres anteriores. Foram conduzidas due diligences adicionais e houve um foco maior na lucratividade e na sustentabilidade das empresas que receberiam os recursos.

Outro destaque da publicação é sobre o número de negócios globais de capital de risco, que diminuiu de 10.425 no segundo trimestre para 7.817 no terceiro trimestre de 2022 — o menor número desde o quarto trimestre de 2017. 

Foco dos investimentos: energia, saúde, biotecnologia e segurança cibernética

Durante o auge da pandemia, havia um grande interesse em setores diversos, como os de alimentação e entregas. No entanto, o foco dos investidores mudou para outras indústrias, já que a inflação permaneceu alta e as taxas de juros subiram.

Em meio a uma crescente crise de energia, turbulência econômica, impactos contínuos da pandemia da covid-19 e pressões crescentes sobre as empresas, os fundos mudaram seu foco para outras indústrias, como as de energia limpa, fintechs, biotecnologia e segurança cibernética.

No setor de energia, os veículos elétricos e as baterias continuaram a ser um dos principais focos de investimento durante o trimestre, mas outras áreas, como a de tecnologia baseada em hidrogênio, também ganharam atenção adicional.

Além disso, as indústrias de saúde e biotecnologia mantiveram seu destaque nos investimentos de venture capital. O envelhecimento da população, a escassez de talentos e a necessidade de modernização dos sistemas de saúde são fatores que contribuem para a atratividade desses setores.

No Brasil, tendência mundial de redução de investimentos também é observada

Da mesma forma como em outros países, a atividade de venture capital no terceiro trimestre de 2022 no Brasil diminuiu em comparação aos trimestres anteriores e a 2021. As transações se concentraram nos setores financeiro, de seguros, de análise de dados para marketing e vendas e negócios relacionados à economia verde.

Tendências para o próximo trimestre

Para o quarto trimestre de 2022, é previsto que os investimentos de capital de risco permaneçam moderados e com foco principalmente em empresas com modelos de negócios resilientes e capazes de mostrar lucratividade.

Deve ser mantida ainda a tendência do prazo maior para conclusão das transações, pois a realização de uma due diligence robusta é um fator essencial para os investidores. As startups possivelmente enfatizarão o redimensionamento de seus negócios, posicionando-se de melhor forma para uma nova rodada de financiamentos de venture capital.

  

  

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