Indicadores demonstram melhorias e fortalecimento das boas práticas de governança corporativa nas empresas abertas brasileiras em 2022. Essa é uma das conclusões da 17ª edição da publicação A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais, realizada pelo ACI Institute e Board Leadership Center, ambas iniciativas da KPMG no Brasil.

Entre os destaques do estudo, que analisou informações divulgadas por 293 companhias (formulários de referência e Informe do Código Brasileiro de Governança Corporativa), estão o aumento da participação feminina nos conselhos de administração, a maior preocupação com questões relacionadas a riscos, o aumento de empresas com comitês de auditoria e o maior esforço na divulgação de informações relacionadas a ESG.

Diversidade em pauta

O incremento da participação feminina nos conselhos de administração vem aumentando consistentemente. Nesta edição, 71% das organizações analisadas têm ao menos uma mulher no conselho de administração (na edição anterior, eram 63%), e elas ocupam 16% dos cargos em conselhos – em 2013, primeiro ano de análise desse item, eram apenas 6%.

Outra estratégia para aumentar a diversidade nas estruturas de governança é o aumento de empresas com comitês de assessoramento ao conselho de administração. Nesta edição, 84% das companhias analisadas contam com um comitê de auditoria e 62% informam ter um comitê para a supervisão de temas relacionados ao capital humano – na edição anterior, eram 57%. 

Transparência e independência ganham peso

A pesquisa deste ano indicou ainda que o número de conselheiros independentes se manteve em um patamar estável, com 39% de membros independentes nos conselhos de administração. A prática está em linha com requisitos regulatórios que estabelecem o percentual mínimo de 20% de membros independentes nos conselhos de administração.

ESG nos holofotes da governança

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou em março deste ano a Resolução 87, que entrará em vigor a partir de janeiro de 2023. O normativo traz mudanças significativas para a estrutura do formulário de referência, propondo a simplificação das informações divulgadas e incentivando as empresas a incluírem indicadores ESG no documento.

O objetivo da resolução é alinhar a regulamentação brasileira às iniciativas de padronização internacional e promover mais robustez para a divulgação de informações sobre as práticas de ESG no país e, consequentemente, na governança das empresas.

Nesta edição da pesquisa, já se observa o movimento inicial das empresas listadas para se adequarem às novas regras de divulgação de informações socioambientais. Os dados são relevantes: 64% das organizações divulgaram informações socioambientais em seus formulários de referência e, entre elas, 56% afirmam que são auditadas ou revisadas de forma independente.

Panorama futuro com incertezas e desafios

Entre os desafios, notou-se a preocupação crescente das empresas com os aspectos relacionados a riscos, controles internos e compliance. Os percentuais significativos de empresas com áreas de gerenciamento de riscos (80%), auditoria interna (94%) e comitês de auditoria (84%) evidenciam esse cenário.

As perspectivas para os próximos anos exigirão empenho e resiliência. Uma provável recessão econômica mundial, o aumento do risco cibernético, as tecnologias cada vez mais disruptivas, as disrupções nas cadeias de suprimentos, a competição por talentos e o aumento do escrutínio regulatório e de stakeholders tornam o ambiente mais desafiador.

No entanto, uma estrutura adequada de governança possibilita que as empresas tenham resultados positivos com sua estratégia, modelo de negócios e produtos. Ela traz, de forma equilibrada, um elemento essencial: a confiança de seus acionistas, funcionários, clientes e sociedade.

  

  

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