ESG para líderes
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Esta é a 2ª edição da nossa newsletter mensal sobre temas da agenda ESG.

A entrevistada deste número é Rachel Biderman, a advogada que se tornou uma referência e grande articuladora de diálogos e parcerias da questão climática no Brasil. Com uma carreira única, recentemente deixou a liderança do World Resources Institute Brasil para a direção do Conservation International da América Latina.

Nós perguntamos à Rachel se o Brasil poderia ser um líder em conservação, restauração e, ao mesmo tempo, um player internacional importante no agronegócio.

Confira a resposta dela e suas reflexões no nosso blog  "ESG para líderes".

No texto, você vai encontrar o nosso quiz sobre temas que sua empresa deve estar discutindo, exemplos inspiradores de como a agenda está sendo implementada, nossas publicações, cursos e tendências.

Aproveite! E nos diga quais temas você gostaria de ver nas próximas edições.

Quiz ESG

Muitas empresas já assumiram o compromisso de aumentar o número de mulheres em posições de liderança. No entanto, ainda são inúmeras as barreiras que elas enfrentam para chegar e permanecer lá.

Um estudo publicado pela Harvard Business Review – que analisou 163 multinacionais por 13 anos – mostrou que as empresas com maior número de mulheres em cargos de liderança são mais abertas a mudanças, menos propensas a riscos e aumentam seu foco em inovação. Os efeitos são ainda maiores quando há mais de uma mulher integrada no time executivo.

Uma outra pesquisa, publicada pela mesma instituição – que entrevistou 54 homens e 366 mulheres entre março e junho de 2020 – aponta que as mulheres em cargos de liderança tiveram maior eficiência durante a pandemia. “As mulheres em cargos de liderança mostraram mais eficiência durante a crise sanitária, que afetou praticamente todas as empresas, ao apresentarem mais resultados positivos e contribuírem de maneira mais expressiva para o engajamento dos trabalhadores”.

Na mesma linha, mas com foco na gestão ESG, um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com empresas brasileiras concluiu que a liderança feminina melhora o desempenho ESG.

Nossa pergunta:

Sua empresa tem metas para aumentar o número de mulheres em cargos de liderança para 2022?

ESG na prática

No Brasil

Recorde histórico brasileiro! O Brasil ultrapassou a marca de 13 gigawatts de potência operacional da fonte solar fotovoltaica em sistemas de médio e pequeno portes instalados em telhados, fachadas, terrenos e em grandes usinas centralizadas. Desde 2012, a fonte solar já trouxe ao país mais de 66,3 bilhões de reais em novos investimentos e gerou mais de 390 mil empregos, além de evitar a emissão de 14,7 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. Os benefícios da energia solar são muitos: reduzem a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de existir ainda mais aumentos na conta de luz da população, além de possuir um papel importante no desenvolvimento social, econômico e ambiental do País.

A CVM (Cadastro de Valores Mobiliários) passa a exigir informações sobre a gestão dos aspectos ESG de todas as empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Publicada no final de dezembro, a Resolução CVM 59 alterou a Instrução CVM 480, trazendo inovações nas normas de divulgação de informações de caráter ambiental, social e de governança corporativa (ASG).

Da agricultura sustentável a geradoras de crédito de carbono:

Seis startups foram selecionadas para participar de uma aposta de negócios que junta crescimento rápido com respeito ao meio ambiente e impacto econômico na Amazônia. O projeto, que nasceu dentro da Plataforma Parceiros da Amazônia, visa resolver problemas sociais e ambientais, tendo duração de um ano. Ao final do período, as startups selecionadas podem receber um aporte adicional de R$ 400 mil.

Conforme dados do IBGE, as plantações de soja e milho foram as que mais cresceram dentro do bioma amazônico. Isso foi analisado em estudo publicado pelo Observatório de Bioeconomia, da FGV. Esse crescimento deve reforçar a importância da rastreabilidade desses produtos, especialmente quando destinados para exportação, conforme as resoluções anunciadas pelos países compradores dos produtos do agronegócio na COP26 contra o desmatamento.

Cultivo Área colhida
(mil hectares)
Fatia na área do bioma (%)
Soja 5.928,8
  51,9
Milho 3.365,2
  29,5
Mandioca 451,6
  4,0
Algodão 247,2
  2,2
Açaí 219,4
  1,9
Cana 172,6
  1,5
Cacau 161,1
  1,4
Café 76,0
  0,7
Banana 70,3
  0,6
Abacaxi 20,6
  0,2
Outros 712,7
  6,1
Total 11.425,5  

Fonte: FGV, a partir de dados do IBGE

No Mundo

A Bolsa de Valores de Cingapura (SGX) anunciou que exigirá a divulgação alinhada à Task Force on Climate-related Financial Disclosure (TCFD) entre um subconjunto de setores de alto impacto. O diretor administrativo do CDP para a Ásia-Pacífico, Donald Chan, disse: “Este anúncio representa um grande passo à frente para a ação climática corporativa em Cingapura. O alinhamento deste regulamento com as recomendações da TCFD é um importante ponto de partida, que permitirá às empresas divulgar de forma comparável, consistente, relevante e acessível à economia global”. Investidores estão cada vez mais interessados em saber como lideranças reconhecem e gerenciam seus riscos.

Regenerando! Para plantar onde o ser humano não chega: apresentamos o A’seedbot, um robô semente. Criado por Mazyar Etehadi, estudante do Instituto de Design e Inovação de Dubai, o mini robô tem a função de plantar sementes pelo deserto de forma autônoma para resolver problemas ecológicos relacionados à desertificação. O aparelho conta com painéis solares que garantem a energia necessária para o trabalho, além de possuir sensores de distância capazes de enviar relatórios ao usuário para dados estatísticos. O projeto se dirige a diferentes públicos, de entidades governamentais a agricultores, passando por pessoas e organizações que buscam soluções para plantio em áreas de difícil acesso e combater mudanças climáticas.

Da África para o mundo: a engenheira queniana, Nzambi Matee, criou tijolos de plástico sete vezes mais fortes que concreto! Além de ajudar a eliminar a poluição plástica, o projeto gerou empregabilidade, oferecendo trabalho para mais de 100 pessoas até agora. O material utilizado nos tijolos é composto por resíduos plásticos de empresas, que iriam para o descarte porque não poderiam ser reciclados ou processados. O sucesso foi tanto que a iniciativa se tornou uma startup que atingiu a capacidade de produzir até 1,5 mil tijolos por dia e já reciclou mais de 20 toneladas de plástico.

Seguindo com os planos europeus de implementação de uma economia sem resíduos, a França começou 2022 com uma decisão importante: a partir do dia 1º de janeiro, o governo francês proibiu o uso de plásticos na comercialização de frutas e vegetais. A medida espera retirar de circulação um bilhão de embalagens a cada ano. Ainda em 2021, o governo francês se comprometeu a implementar, em espaços públicos, bebedouros para reduzir o uso de garrafas de plástico e proibir os estabelecimentos de fast food de darem brinquedos de plástico gratuitos. Além dessas iniciativas, o país já conta com um projeto que visa tirar de circulação todos os plásticos descartáveis nas próximas duas décadas.

Aqui estão seis exemplos de modelos de negócios na indústria da moda que são baseados em uma economia sem resíduos. Com o objetivo de reduzir os impactos gerados pelos resíduos da indústria da moda – desde a cadeia de produção até o descarte de roupas e acessórios sem uma destinação correta – esses casos demonstram que o futuro está próximo. Restauração de itens usados, aluguéis de roupas e utilização de materiais reciclados para incrementar o guarda-roupa são apenas alguns exemplos das iniciativas desses modelos de negócios.

KPMG - Impactando a agenda ESG
Danielle Torres, sócia da KPMG no Brasil, mulher trans, reconhecida como uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina.

Para nossa rede

Greenovate – for a better environment and economy. Elaborado pelo nosso time global, este estudo mostra como inovações que ajudam a resolver os desafios colocados são boas não somente para o meio-ambiente, mas também para a economia e os negócios. Além disso, a publicação também destaca o papel instrutivo que os governos precisam desempenhar, assim como a comunidade empresarial e a sociedade em geral, para obter progressos rumo a um futuro sustentável.

E por falar em futuro, a KPMG mostra qual é a visão dos líderes corporativos em relação ao setor automotivo. O KPMG 2021 Global Automotive Executive Survey (GAES) entrevistou mais de mil executivos de 31 países diferentes. Eles chegaram à conclusão de que é preciso realizar uma transformação radical no setor automotivo na próxima década, envolvendo inovação e tecnologia, destacando que a tendência maior é a transição para veículos elétricos, impondo novos modelos de negócios e fazendo as marcas repensarem a atuação nos mercados.

Energia: a era da transição! O estudo KPMG 2021 CEO Outlook: Energia mostrou como líderes de grandes organizações estão concentrando seus investimentos em talentos e tecnologias rumo a um crescimento sustentável de longo prazo. Como resposta, os entrevistados alegam procurar abordagens consistentes, colaborativas e globais, incrementando os investimentos ESG em suas organizações, diante da pressão dos investidores e reguladores no cenário mundial.

Quais são os desafios da universalização do saneamento básico no Brasil? Um artigo da KPMG, produzido em conjunto com a Macroplan, intitulado "As 100 maiores cidades do Brasil e o desafio da universalização do saneamento”, aponta que os 100 maiores municípios do País ainda convivem com o desafio de oferecer saneamento básico a todos os seus habitantes. Diante disso, o estudo indica que, além de iniciativas como novas regulamentações, é preciso um esforço conjunto dos setores público e privado para que haja o aumento da eficiência operacional e a modernização do setor.

Nossas operações

A transição do trabalho presencial para o remoto durante a pandemia foi um grande desafio para as empresas. O novo modelo operacional fez a KPMG Internacional repensar o futuro do setor de Recursos Humanos. A partir de entrevistas com 18 líderes de RH mundiais, considerados “desbravadores”, a KPMG desenvolveu o material “O futuro do RH: lições dos desbravadores”, que indica como o papel desse setor e seus posicionamentos podem ajudar as organizações a se adaptarem às novas formas de trabalho, além de mostrar uma nova gestão de talentos mais inclusiva, diversificada e enriquecedora!

Como disse o Charles Krieck, presidente da KPMG no Brasil e na América do Sul, em sua entrevista para a primeira edição dessa newsletter “Além de fazer uma boa gestão ESG, temos que influenciar outros nesse caminho”. A frase não podia ser mais adequada quando reconhecemos o papel da empresária, escritora e colunista, Danielle Torres: a primeira mulher trans a ocupar um cargo executivo na KPMG. Sua transição de gênero ocorreu anos após ter ingressado na multinacional, e fugindo à regra vivida por tantas pessoas trans no País, ela recebeu acolhimento e pôde continuar crescendo em sua carreira. Atualmente, Danielle busca inspirar outros espaços corporativos a acolherem e apostarem em profissionais trans. Em outubro, foi reconhecida como uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina, pela Bloomberg Línea.


Para saber mais sobre nossas ações alinhadas com nossas metas ESG, acesse o portal da KPMG IMPACT!

Conhecimento em pauta

Treinamento Executivo em ESG, oferecido pela KPMG, é dedicado a preparar executivos e executivas que desejam compreender mais sobre os riscos ambientais, sociais e de governança, reforçando a importância de aplicar estes princípios nas organizações. Clique aqui e saiba mais.

Tendências

Um compromisso global para o futuro da economia circular de plásticos. Esse é o projeto do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, junto à Fundação Ellen MacArthur. Impulsionada pelo objetivo de combater a poluição do plástico em sua origem, a iniciativa uniu mais de 500 organizações que se comprometem a iniciar a construção de uma economia circular, com metas determinadas e ambiciosas, até 2025. Entre as organizações participantes estão empresas que representam 20% de todas as embalagens plásticas produzidas globalmente, e que apostarão em reutilização, reciclagem e inovação, mantendo o plástico apenas na economia circular e fora do meio ambiente.

No Brasil, um dos focos para o futuro é repensar a dependência de insumos importados no agronegócio. Com uma média de quase 85% dos fertilizantes importados no País, o Ministério da Agricultura do Brasil lançará um plano para reduzir a participação para 60% nos próximos 30 anos. O projeto, que começou a ser pensado ainda em 2021, conta com alguns pontos importantes, como: abertura de linhas de crédito especiais para investidores do setor, estímulo a pesquisas sobre novas tecnologias de nutrição vegetal disponíveis no Brasil, campanha nacional com orientações sobre otimização do uso de fertilizantes no campo para evitar desperdícios, entre outras iniciativas que podem ajudar a evitar uma crise futura nesse segmento.

Descarbonização do Agro. O agro é pop, e pop é reduzir suas emissões. Desde a COP26, o tema de descarbonizaçao do setor tem sido anunciado como uma tendência sem retorno. Há desafios e muitos benefícios também, como disse o presidente da Embrapa, Celso Moretti, no painel dedicado a este tema em novembro, na COP26.

Se você perdeu a edição anterior da nossa newsletter, clique aqui.


Esperamos que a leitura tenha sido inspiradora.

Aguardamos suas sugestões de pauta!
esg-faleconosco@kpmg.com.br

Nelmara Arbex

Sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil

Sebastian Soares

Sócio-líder de Governança Corporativa da KPMG no Brasil

Moacyr Piacenti

Sócio-líder de Serviços de Asseguração da KPMG no Brasil

Luis Wolf Trzcina

Sócio-líder de ESG & Tax da KPMG no Brasil

Alan Riddell

Sócio-líder de Assessoria em Reestruturação Financeira da KPMG no Brasil

Eliete Martins

Sócia de Governança Corporativa e SOX da KPMG no Brasil

Marcio barreto

Sócio de ESG e Risk Advisory da KPMG no Brasil

Kin Honda

Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil

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