Propósito corporativo: perspectivas dos Conselhos de Administração

A rede mundial do ACI Institute e do Board Leadership Center da KPMG realizou um evento global em 28 de junho, para debater caminhos que levem à retomada dos negócios e da economia, e a importância do ESG nesse propósito.

Durante o evento, os palestrantes João Carlos Brega, presidente da Whirpool na América Latina e Conselheiro de Administração da São Martinho; Paul Polman, ex-CEO da Unilever e Cofundador e presidente da IMAGINE; Blythe McGarvie, Conselheira de Administração da LKQ Corporation, Apple Hospitality, Sonoco Products e Wawa; e Bill Thomas, Chairman Global e CEO da KPMG International, ressaltaram que têm enfrentado uma série de desafios desde o início da pandemia da Covid-19. Nesse cenário, se sobressaem as questões ambientais e sociais, e a responsabilidade das corporações em endereçar esses assuntos. Sendo assim, cresce a importância de alinhar o ativismo dos stakeholders com o propósito corporativo e o interesse dos investidores.

O encontro também ressaltou que a crise sanitária tornou ainda mais evidente a urgência de olhar para as desigualdades socioeconômicas e a finitude dos recursos naturais. 

A publicação “Building Back Better: uma perspectiva do Conselho de Administração” discute as principais responsabilidades e dificuldades referentes à atuação dos Conselhos de Administração em um contexto de instabilidade, acentuado por um risco econômico e político global.

O cenário atual é um teste de resiliência e equilíbrio. Não se pode pensar em retomada sem levar em consideração o aumento do uso – e da dependência – da tecnologia, com efeitos significativos para os profissionais. Temos, portanto, a aceleração da transformação digital, a reestruturação das operações e dos canais de venda, a transformação do perfil do consumidor, o avanço das discussões sobre questões ambientais, a transformação do capital humano e o engajamento cada vez maior de acionistas e investidores, que ampliam o escrutínio sobre os pilares ESG.

Os palestrantes do evento analisaram como o cenário atual está exigindo que as empresas reformulem o estabelecimento de suas estruturas de governança:

• As organizações devem migrar de um modelo de Responsabilidade Social Corporativa para uma transformação em Corporações Responsáveis Socialmente;
• Não basta gerar valor para os acionistas: é preciso também gerar valor para os clientes, investir nos talentos da empresa e oferecer apoio às comunidades;
  
• Diante da nova realidade, é nítido que o ativismo dos stakeholder, às questões ESG e à criação de valor a longo prazo será permanente;
  
• É essencial que os Conselhos de Administração atuem em conjunto com a gestão, para desenvolver uma imagem coerente com o discurso corporativo e garantir que a mensagem esteja alinhada ao planejamento estratégico e à geração de valor, tanto para a empresa como para a sociedade.