O rating de crédito é uma classificação de risco importante no mercado financeiro e de capitais. Muitas vezes, este indicador define o sucesso da captação. Confira neste artigo o que é essa medida, como acontece o processo de avaliação e quais são os fatores que influenciam a nota gerada por agências especializadas.

Por muitas vezes a viabilização de projetos e crescimento de uma companhia passa pela busca por crédito junto a instituições especializadas ou investidores. Antes de liberar o montante, no entanto, essas entidades costumam fazer uma série de análises para verificar os riscos e a qualidade da operação. Uma das mais importantes é a verificação do rating da organização solicitante ou da operação pretendida, que pode fazer parte de algumas captações. 

Tal indicador é uma classificação que mostra a capacidade financeira da companhia. Ou seja, indica, a partir de uma série de requisitos, se ela tem possibilidades reais de arcar com as obrigações financeiras dentro de um prazo pré-estabelecido, com impacto direto nas taxas cobradas pelos financiadores. A nota é emitida por uma agência de rating com base em uma metodologia própria. É uma forma bastante eficiente e reconhecida para demonstrar a qualidade do crédito pretendido. 

Os credores, então, consultam essas agências de crédito ou de rating para definição de seu índice de risco. E a resposta costuma ter um peso decisivo. Além disso, também podem usar as notas para fazer comparações e tomar decisões embasadas a partir dessa análise.

Elementos do processo

Existem seis elementos e atores importantes no processo de obtenção de crédito. São eles:

Empresa: é ela quem solicita o crédito para investimento em projetos e/ou capital de giro.

Investidores/financiadores: são as instituições que vão conceder o crédito para a empresa.

Rating: principal indicador que indica a capacidade de uma organização de pagar a dívida.

Agências de rating: essas entidades fazem uma análise da empresa ou transação e, em seguida, realizam a classificação da mesma.

Assessor legal: como, em qualquer transação, há contratos de formalização, quanto mais estruturada for a operação se torna essencial ter um assessor jurídico que cuide desses processos.

Assessor financeiro: orienta a empresa durante o processo de preparação para a análise do rating por parte das agências. Além de acompanhar toda a operação, fazendo a interface com os agentes financeiros e investidores, até seu efetivo desembolso. Este assessor é fundamental para indicar a solução de crédito mais adequada para a empresa.

Como obter a classificação?

A empresa que tenha necessidade de uma classificação de risco deve contratar uma agência de rating que irá avaliar a empresa e/ou a operação de acordo com a sua metodologia. Este processo é bastante detalhado e passa por discussões e análises sobre o potencial de crescimento, a margem operacional, o setor em que a companhia está inserida, a estrutura de capital, a capacidade de pagamento e a governança, entre outros. Com isso uma classificação indicativa dará o tom da expectativa da capacidade de pagamento de uma determinada empresa. E caberá ao investidor tomar a decisão de conceder ou não, o crédito, bem como suas condições e precificação. 

Por isso, ao ingressar em um processo de análise de rating, é importante ter em mente a necessidade de uma preparação adequada. E, por vezes, a contratação de um assessor se torna importante para atendimento das demandas das agências de forma satisfatória. Posto que cada uma delas tem sua própria metodologia e forma de avaliação. Este apoio passa pela preparação dos demonstrativos financeiros, treinamento aos executivos, entre outros.

Fatores essenciais

Há diversos fatores que influenciam a classificação do rating sendo os principais: 

  1. Governança e estrutura de gestão.

  2. Demonstração da capacidade de repagamento da dívida.

  3. Garantias disponíveis.

  4. Estratégia empresarial.

 

Classificação na prática

De posse de todas as informações necessárias, a agência de rating irá proceder com a sua avaliação e atribuição de uma classificação para a empresa/operação. Esta classificação pode se dar por duas categorias conhecidas no mercado: as companhias com grau de investimento e as com grau especulativo, podendo ser em escalas nacional ou global.

Dentro desses grupos há classificações específicas e esta medição varia de acordo com a metodologia adotada por cada agência. No entanto, são baseadas em aspectos semelhantes.

As agências de rating mais reconhecidas e aceitas pelo mercado financeiro e de capitais, são a Austin Ratings, Fitch Ratings, Moody's e Standard & Poor's.

 

Tipos de rating

A aplicação do rating pode ser dividida em dois. O primeiro é a classificação da empresa, também conhecido como rating corporativo. O qual avalia o risco de default de uma companhia para as obrigações já assumidas e novas operações pretendidas, à luz das atividades desta determinada empresa. 

O outro é o rating da operação, que avalia o risco do título a ser emitido, no fundo a ser estruturado ou no crédito a ser concedido. Ainda que a visão seja mais voltada para a operação, a avaliação de uma agência pode levar em consideração o rating corporativo para reforço ou limitação do rating da operação. 

É importante saber

Apesar de ser importante - e decisivo em parte das vezes - o rating não é condição para a obtenção do crédito. Alguns investidores/credores adotam análise proprietária e visão de mercado. Entretanto, uma boa nota de rating pode melhorar o interesse de potenciais financiadores. Além de trazer impacto positivo para taxas e prazos.