Esta é a 8ª edição da nossa newsletter mensal sobre temas da agenda ESG.
O entrevistado deste número é Sebastian Soares, sócio-líder de Serviços de Asseguração da KPMG no Brasil e na América do Sul.
Nós perguntamos a ele: como o tema Assurance em ESG deve se desenvolver nos próximos anos?
Confira os insights do entrevistado no blog ESG para Líderes!
Na news, você também encontrará o nosso quiz sobre temas que sua empresa deve estar discutindo, exemplos inspiradores de como a agenda ESG está sendo implementada, publicações, tendências e muito mais.
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Aproveite e sugira temas que você gostaria de conferir nas próximas edições.
Apesar do recente boom do ESG, o tema dos direitos humanos vem, há décadas, na constante luta por espaço e reconhecimento. Os direitos humanos são a referência global para qualidade de vida, que, pode-se dizer, sua garantia motiva toda uma agenda que busca por um modelo de desenvolvimento sustentável, que possibilite benefícios para todos no longo termo.
Em 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou diretrizes globais para orientar as empresas a reportarem suas ações em relação a essa agenda.
Já em 2021, um grupo de especialistas sobre o tema lançou o relatório “Guiding Principles On Business And Human Rights At 10: Taking stock of the first decade”. Segundo a análise, apesar de mais empresas estarem se comprometendo a respeitar os direitos humanos, os desafios persistem.
Olhando para os próximos 10 anos, os especialistas também emitiram recomendações para os Estados e as empresas aumentarem seus esforços, ainda mais no momento pós-pandemia que, para o grupo, pode ser uma oportunidade única para construir um retorno que priorize o respeito pelas pessoas e pelo meio ambiente.
Como temos observado, o mercado vem demandando a divulgação de informações relativas aos aspectos ESG, maior transparência com relação à gestão dos pilares ESG, que incluem os direitos humanos.
Nesse contexto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou, em dezembro de 2021, após consulta pública, a Resolução CVM nº 59, que alterou a Instrução CVM nº 480 e estabeleceu normas de divulgação de informações de caráter ambiental, social e de governança corporativa (ESG ou ASG) para emissores de valores mobiliários.
Nessa mesma linha, em março deste ano, parlamentares apresentaram o Projeto de Lei (PL) 572/22: uma proposta que institui um marco nacional sobre direitos humanos e empresas. Entre outras orientações, o texto determina que os entes federativos e as organizações devem respeitar e não violar os direitos humanos, bem como não devem estabelecer vínculos colaborativos com as demais instituições que desrespeitem esses direitos. Estes movimentos se tornaram necessários, uma vez que o tema de como garantir os direitos humanos ainda está presente em importantes cadeias produtivas no Brasil.
Em um mercado cada vez mais interconectado e com alta expectativa de transparência, as empresas que desejam se inserir ou se manter de forma competitiva, atraindo investidores e clientes, terão que tratar, entre outros assuntos, do mais básico: como ela atua para garantir os direitos humanos em sua cadeia.
Nossa pergunta:
De que forma sua empresa gerencia, monitora e reporta questões relacionadas aos direitos humanos?
Comente aqui.
No Brasil
Mercado nacional de compensação de carbono ganha incentivo
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou sua primeira compra de créditos de carbono, que faz parte de um programa que poderá destinar até R$ 300 milhões, nos próximos dois anos, para ajudar a desenvolver o mercado nacional de compensações voluntárias de emissões. Nesta chamada inaugural, foram adquiridos R$ 8,7 milhões em créditos de companhias desenvolvedoras, envolvendo projetos que incentivam as formas mais variadas de geração em diferentes regiões, sem perder o objetivo principal: crescer no mercado como um todo. Para atingir a expectativa de R$ 300 milhões, o BNDES está criando uma área especializada para lidar exclusivamente com os créditos de carbono.
Proteção do clima é reconhecida como dever constitucional
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a primeira ação climática da história do País, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n° 708 (ADPF 708), firmando a tese de que o Poder Executivo tem o dever constitucional de proteger o clima, fazendo funcionar os recursos do chamado Fundo Clima. No julgamento, o STF reconheceu o Fundo como o principal instrumento federal voltado ao custeio do combate às mudanças climáticas e ao cumprimento das metas do Brasil de redução de emissão de gases de efeito estufa. O julgamento recebeu atenção mundial por ser a primeira vez que uma corte constitucional equiparou o Acordo de Paris a um tratado de direitos humanos. Isso significa que, no ordenamento jurídico brasileiro, o Acordo de Paris passa agora a ter um status privilegiado, ocupando uma posição superior às leis ordinárias e outras normas inferiores.
Na Amazônia, manejo sustentável indígena captura carbono
E a proteção do clima também vem de dentro das florestas! Lábrea é uma cidade do sul do Amazonas que ocupa a 4ª colocação no ranking de cidades brasileiras que mais emitem gases de efeito estufa. É exatamente nessa região que fica a Terra Indígena Caititu, território do povo Apurinã, que estoca e absorve carbono da atmosfera por meio do manejo ecológico dos recursos naturais, possibilitando o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A Caititu é cercada pelo desmatamento, mas segue conservada graças as iniciativas protagonizadas pelos povos indígenas, como a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) e o manejo sustentável. Com isso, o povo Apurinã tem conseguido garantir que, ao menos dentro de seu território, a floresta continue fornecendo os recursos ecossistêmicos essenciais para o equilíbrio do clima. Apenas em 2021, com o manejo dos Apurinãs, foram retiradas 183.661 toneladas de carbono da atmosfera.
Plataforma de direitos humanos garante diagnóstico para as empresas
Foi lançada a Trilha de Direitos Humanos: uma plataforma que permite que as empresas obtenham um autodiagnóstico inicial sobre governança e temas críticos, tais como igualdade, inclusão, saúde e segurança ocupacional, incluindo saúde mental, impactos na comunidade, meio ambiente e clima. A plataforma terá como ferramenta o Termômetro de Direitos Humanos Proactiva, que permitirá às empresas avaliarem sua aderência aos principais parâmetros internacionais de Direitos Humanos, dando um diagnóstico inicial importante de como o setor privado brasileiro está agindo e quer agir com as pessoas.
Rio de Janeiro aposta em sustentabilidade
A cidade do Rio de Janeiro terá cerca de R$ 700 milhões disponíveis provenientes de um empréstimo concedido pelo Banco Mundial. Trata-se de um Empréstimo de Política de Desenvolvimento (DPL) que ajudará a cidade a alcançar as metas fiscais do Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF), além de apoiar as reformas verdes, a transição para o desenvolvimento urbano de baixo carbono e oferecer incentivos fiscais para empresas que possuem projetos de neutralização de carbono.
Para nossa rede
ESG: o que os gestores precisam saber
A KPMG, em colaboração com a Amcham-Brasil, elaborou o e-book “Pilares Estratégicos de ESG: O que todo gestor precisa saber”, o qual orienta sobre como incorporar o ESG ao seu negócio, construindo, assim, uma jornada de transformação estratégica e estruturada. Confira!
Os desafios ESG na mineração
Apesar do ambiente geopolítico instável, houve um crescimento significativo na demanda global por minerais. Contudo, os riscos ambientais e a pressão dos stakeholders em relação aos fatores ESG podem ameaçar os resultados financeiros do setor. Essas são algumas reflexões do estudo “Global Mining Outlook 2022”, produzido pela KPMG. A pesquisa apresenta as visões de mais de 300 executivos de 23 países, incluindo o Brasil.
Mapeando projetos de produção de hidrogênio na América Latina
Com abundância de recursos naturais e condições favoráveis para a produção de energias renováveis, o bloco se destaca pelo seu potencial para transitar para uma economia de baixo carbono. Pela necessidade global de reduzir as emissões poluentes, o hidrogênio de baixo carbono, especialmente o verde, já conta com uma grande quantidade de projetos. A publicação “A Produção de Hidrogênio com Tecnologias Limpas para Acelerar a Transformação Energética na América Latina”, produzida pela KPMG, detalha esses resultados.
Segurança cibernética no topo da agenda executiva
A aceleração digital colocou holofotes sobre a segurança cibernética. Diante da adoção do trabalho virtual, pelo armazenamento de dados em nuvem e pela necessidade de reorganizar as cadeias de suprimentos, entre outros fatores, os CEOs classificam o risco cibernético como a maior ameaça ao crescimento de suas organizações nos próximos três anos. Será um risco comparável à interrupção das cadeias de suprimentos, às mudanças climáticas ou à escassez de talentos. Essas são algumas das conclusões do estudo “Empresas de tecnologia demandam segurança cibernética para crescer e ganhar confiança”, produzido pela KPMG.
O treinamento executivo em ESG, organizado pela KPMG, é dedicado a preparar executivos e executivas que desejam compreender mais sobre os riscos ambientais, sociais e de governança, reforçando a importância de aplicar estes princípios nas organizações. Inscreva-se!
Economia azul: águas e oceanos na mira da ONU
Em 1° de julho último, com o encerramento da Conferência dos Oceanos, promovida pela Organização das Nações Unidas e sediada em Lisboa (Portugal), 150 países firmaram acordos em busca de um oceano saudável, produtivo para a segurança alimentar, meio de subsistência, geração energética e mudanças climáticas. No evento, ações de urgência para ajudar a combater a crise oceânica foram debatidas, levando atenção aos progressos do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável e aspirações do Acordo de Paris. No acordo final, os países, concordaram em promover soluções inovadoras de financiamento para alcançar economias sustentáveis baseadas no oceano e incentivar a participação de mulheres e jovens nesta economia, entre outros compromissos.
Commodities se conectam com futuro sustentável
Acaba de ser apresentada a nova edição do relatório “O Estado de Mercados de Commodities Agrícolas 2022”. O documento é um dos principais relatórios da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e apresenta questões do mercado de commodities de forma objetiva e acessível, esclarecendo como a redução de custos comerciais pode ajudar a impulsionar um desenvolvimento sustentável. Nessa edição, foram examinados os desafios de desenvolvimento sustentável, tendo em vista os mercados agroalimentares globais, além de apontar como esforços multilaterais e regionais podem ajudar a superar alguns desafios sociais e ambientais, a partir de políticas comerciais, quando orquestradas junto de medidas complementares.
Nova tecnologia permite compartilhamento de energia solar
Em um conjunto residencial de Orlando, na Flórida, parte da eletricidade utilizada nos imóveis passará a ser gerada por painéis solares instalados no telhado. Nessa instalação, a primeira do tipo nos Estados Unidos, a energia distribuída cobrirá as áreas comuns do condomínio, fazendo com que os moradores usufruam da energia gerada dos painéis solares de forma compartilhada.
Esperamos que a leitura tenha sido inspiradora.
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Nelmara Arbex
Sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil
Marcio Barreto
Sócio de ESG e Risk Advisory da KPMG no Brasil
Sebastian Soares
Sócio-líder de Governança Corporativa da KPMG no Brasil
Eliete Martins
Sócia de Governança Corporativa e SOX da KPMG no Brasil
Luis Wolf Trzcina
Sócio-líder de ESG & Tax da KPMG no Brasil
Alan Riddell
Sócio-líder de Assessoria em Reestruturação Financeira da KPMG no Brasil
Kin Honda
Sócio-diretor de ESG Advisory da KPMG no Brasil
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